Na Fortaleza dos tempos imperiais foi construída uma grande cadeia. Na verdade, os historiadores relatam que a Casa de Detenção de Fortaleza foi uma das primeiras edificações do país a atender as exigências impostas pela então nova Legislação Penitenciária Imperial.
No ano de 1850 e a partir do projeto do engenheiro
Manoel Caetano de Gouveia, teve início a construção do edifício. O trabalho
somente seria concluído em 1866. O orçamento inicial que era de 40 contos de
réis ficou três anos no papel e subiu para 50 contos. Quando a cadeia pôde ser
inaugurada, a construção havia consumido 156 contos de réis.
A velha cadeia pública foi erigida através da técnica tradicional de tijolo e barro. À argamassa era acentuado o óleo de baleia que processava a liga necessária. A edificação em estilo neoclássico, de linhas sóbrias, se compõe de um prédio central de paredes largas e telhado de quatro águas com a frente voltada para o mar, localizada no centro da grande área térrea circundada por muralha de cinco metros de altura. A entrada principal foi desenhada em arco pleno e fechada com grades de ferro da metalúrgica escocesa Porter, trazidas de Glasgow, Escócia, em 1855.
A velha cadeia pública foi erigida através da técnica tradicional de tijolo e barro. À argamassa era acentuado o óleo de baleia que processava a liga necessária. A edificação em estilo neoclássico, de linhas sóbrias, se compõe de um prédio central de paredes largas e telhado de quatro águas com a frente voltada para o mar, localizada no centro da grande área térrea circundada por muralha de cinco metros de altura. A entrada principal foi desenhada em arco pleno e fechada com grades de ferro da metalúrgica escocesa Porter, trazidas de Glasgow, Escócia, em 1855.
O ´Velho casarão do Senador Jaguaribe´, como também era conhecida a cadeia pública, em virtude de sua entrada pela rua Senador Jaguaribe, ocupava a quadra circunscrita pelas ruas Senador Pompeu, da Misericórdia (atual Doutor João Moreira), General Sampaio e o lado Norte ficava de frente para o mar.
Por ali
passaram milhares de detentos. A cadeia tinha quatro grandes salas de oficinas. À época os presos trabalhavam e vários deles que eram pedreiros e serventes ajudaram na construção de muitas casas no bairro do Jacarecanga. A Casa de Detenção também abrigava mulheres, as quais eram obrigadas a passar o tempo todo numa única cela a elas destinada.
Os mais antigos contavam histórias de fantasmas, considerando o um local condenado. Nas escavações da reforma, foram encontrados ossos humanos.
Ao contrário dos homens, presos por homicídio, agressão ou roubos, as mulheres eram detidas pela prática de prostituição, aborto e quebra de Termo de Bem-Viver, documento assinado em juízo pelo qual a acusada admitia a má-conduta (embriaguez, jogo de azar, vadiagem, etc) e se comprometia a não mais praticá-la, sob pena de voltar a prisão em caso de reincidência.
Uma das poucas mulheres a cumprir pena por assassinato foi Maria Francisca de Paula, conhecida por Marica Lessa. Acusada de haver mandado matar o marido, foi condenada a 30 anos de prisão, chegando à cadeia pública de Fortaleza em 08 de novembro de 1856. Depois de anos sofrendo na prisão, ganhou a liberdade e passou a mendigar pelas ruas da cidade. A história de Marica Lessa foi romanceada pelo escritor Manuel de Oliveira Paiva no livro "Dona Guidinha do Poço".
Os mais antigos contavam histórias de fantasmas, considerando o um local condenado. Nas escavações da reforma, foram encontrados ossos humanos.
A partir de
1967 a cadeia começou a ser esvaziada, até ser desativada completamente em
1970. No dia 13 de setembro de 1971 o então governador César Cals inaugurava a
Emcetur - Empresa Cearense de Turismo - que venceu a disputa pelo local que
alguns desejavam que se transformasse num hospital, enquanto outros defendiam a
sua demolição.
No piso superior
foi instalado o Museu de Arte e Cultura Populares, uma pequena galeria de arte
e o Museu de Minerais Dr. Odorico Rodrigues de Albuquerque. O acervo do museu
de arte foi ferozmente atacado pelos cupins. A administração estadual,
responsável pelo local, não conseguiu impedir o estrago das peças.
O Centro de
Turismo também já possuiu uma casa de espetáculos. O Teatro Emcetur, depois
batizado de Carlos Câmara. Ali aconteceram peças e shows musicais, nos idos anos 1980. Depois de um período de abandono, o teatro foi recuperado em 2012, e passou a ser administrado pela SECULT.
Contíguo ao
Museu de Arte e Cultura Populares se encontra uma pequena galeria de arte. Não
há qualquer segurança ao acervo ali exposto, são quadros de muitos cearenses
que fizeram doações ao Centro de Turismo e outros adquiridos pelo Estado.
Completando
o piso superior, onde antigamente era a capela da Casa de Detenção, foi
instalado o Museu de Minerais Dr. Odorico Rodrigues de Albuquerque, o primeiro
geólogo cearense. O acervo exposto é composto de uma variada gama de minerais,
coletados e doados por geólogos e pela comunidade.
O Centro de
Turismo é um lugar aprazível. Os comerciantes são simpáticos e têm o traquejo
da atividade comercial posto à prova diariamente, pois muitos não falam outra
língua, senão o português e recebem turistas de todo o mundo. As negociações de
compra e venda são desenvolvidas com auxílio de mímica e poucos vocábulos nos
idiomas dos visitantes.
Ali podem se
encontrar artesãos trabalhando em suas especialidades. São bordados, artigos em
palha, couro, metais, enfim uma variedade diversificada pelo talento do fazer
artístico nordestino.
O Centro de
Turismo já não dispõe de restaurante nem do lago artificial que se colocou na
década de 1970. Hoje é um local meramente comercial. Segundo funcionários,
turistas não costumam subir as escadas de acesso aos museus.
fontes:
Jornal Diário do Nordeste
livro História do Ceará, de Aírton de Farias
fotos de abril/2010
2 comentários:
Interessante, é um prédio muito imponente. Me interessei pelo livro "Dona Guidinha do Poço".
Gael.
Dona Guidinha do Poço é um grande romance, Gael, serve p/ o leitor perceber os hábitos e usos de uma época.abs
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