Rua Guilherme Rocha nos anos 40, quando bondes e ônibus disputavam passageiros
O final da década de 20 é o período da descoberta dos veículos automotores, despertando na população um interesse generalizado por automóveis, caminhões e ônibus, que pouco a pouco começam a transitam pelas ruas de Fortaleza, disputando espaço com burros de carga, carroças, charretes e bondes.Na visão histórica, esse é o momento da ruptura do tranquilo predomínio dos tramways , que os brasileiros chamaram de bondes. Por essa época, verifica-se na capital cearense, o crescimento na revenda de veículos americanos e europeus, com largo espectro para escolha. Lançamentos de novos tipos e modelos de veículos transformam-se em grandes eventos promocionais.
A Agência Ford, em 1928, dispunha para venda
imediata na Casa Mundlos, do automóvel Double Phaeton a “barata” – modelo
duas portas e o novo caminhão Ford, viabilizando por encomenda todos os outros
modelos lançados pelo fabricante americano.
E o mercado era bastante diversificado, com a Chevrolet oferecendo do
Dodge Brothers, modelo Victory Six de seis cilindros, aos caminhões Graham
Brothers e Fiat.
Desde 1925, de forma marcante, a cultura dos veículos automotores se introduz, daí a criação da Associação dos Chauffeurs do Ceará, a forte presença da Inspetoria Geral de Veículos do Estado do Ceará – que publica nos jornais a lista dos multados por excesso de velocidade (a máxima permitida no centro da cidade era de 10km/h), falta de faróis e até por uso de chapéu, e a realização de concursos sobre o automóvel preferido.
Desde 1925, de forma marcante, a cultura dos veículos automotores se introduz, daí a criação da Associação dos Chauffeurs do Ceará, a forte presença da Inspetoria Geral de Veículos do Estado do Ceará – que publica nos jornais a lista dos multados por excesso de velocidade (a máxima permitida no centro da cidade era de 10km/h), falta de faróis e até por uso de chapéu, e a realização de concursos sobre o automóvel preferido.
Para o transporte coletivo, aparecem os veículos que os
brasileiros denominaram auto-ônibus, da palavra latina “omnibus”, que significa
“para todos”. A presença desses novos veículos em 1927 investe contra o domínio
absolutos dos bondes e provoca uma reação da concessionária The Ceara Light
and Power Co. Ltd., quando percebeu a queda progressiva no número de usuários.
De início, via judiciário, a Ceará Light tentou proibir o
tráfego de auto-ônibus da empresa Ribeiro e Pedreira Ltda., nos rails ou trilhos
da companhia inglesa, prática comum por oferecer melhor condição de circulação dos ônibus. Em 1928,
por decisão da justiça, a Light teve ganho de causa e os ônibus foram obrigados a
circular fora dos trilhos. Isso foi motivo de um protesto, organizado pelos
empresários derrotados, que transportam os manifestantes gratuitamente ao
Passeio Público, local em que o diretor do Centro dos Importadores, clamou que
a decisão judicial "feria os interesses da população".
Ficava evidente no episódio, que surgira no novo meio de
transporte coletivo um concorrente aos bondes elétricos capaz de disputar a
preferência da população, fato reconhecido até pelos empreendedores ingleses. A
direção da Light decide então adquirir veículos automotores para atender a
usuários de suas linhas.
O histórico ingresso da Light no serviço de transporte urbano por ônibus, por um período que se estende do final da década de 20 até o início dos anos 30, está praticamente apagado da memória da idade. Há indícios que os primeiros veículos foram importados da Inglaterra, ou montados aqui mesmo, sobre chassis de caminhão Graham Brothers. A essa época a cidade possuía uma fábrica de carrocerias para auto-omnibus e auto-bonde, à Rua Floriano Peixoto, 264, propriedade de José M. Ferreira, que as produzia para veículos com lotação de 17 e 34 passageiros.
O histórico ingresso da Light no serviço de transporte urbano por ônibus, por um período que se estende do final da década de 20 até o início dos anos 30, está praticamente apagado da memória da idade. Há indícios que os primeiros veículos foram importados da Inglaterra, ou montados aqui mesmo, sobre chassis de caminhão Graham Brothers. A essa época a cidade possuía uma fábrica de carrocerias para auto-omnibus e auto-bonde, à Rua Floriano Peixoto, 264, propriedade de José M. Ferreira, que as produzia para veículos com lotação de 17 e 34 passageiros.
Os primeiros ônibus, alguns curiosamente dotados de três
eixos, possuíam assentos em palhinha e eram muito bem aceitos pela população
que os chamava de “Ramona”, nome inspirado na valsa Ramona, considerada a
primeira canção-tema da história do cinema. Na crença popular, toda vez que a
melodia era apresentada, ocorria uma tragédia. A Ceará Light contratou para sua
frota de ônibus, 20 choferes e 20 condutores e fiscais.
Os bondes circularam até 1947, quando foram desativados em caráter definitivo.
Os bondes da Light sobreviveram até 1947, quando por falta
de manutenção e de interesse, foram sendo gradualmente desativados, até uma paralisação total, de caráter provisório no dia 19 de maio. Desapareceram em
definitivo por ordem da interventoria federal na empresa, no dia 17 de agosto
de 1947, quando foram desmanchados. Tornaram-se sucatas da qual tinham sido
retirados todos os componentes de bronze que, vendidos em São Paulo,
transformaram-se em recursos de caixa para a administração transitória da
empresa sob intervenção.
Fortaleza só voltaria a ter transporte urbano de tração
elétrica, a partir de 25 de fevereiro de 1967, com a aquisição de dez ônibus
elétricos fabricados pela Massari, na gestão do prefeito Murilo Borges. O projeto
original previa 100 troleibus para uso exclusivo nas grandes radiais. Na
implantação, o reduzido número de veículos foi restringido a duas linhas:
Parangaba e Bezerra de Menezes, trafegando até sua extinção em 1971, no governo
de Vicente Fialho.
fotos do Arquivo Nirez, Cepimar e Fortalbus
Extraído do livro de Ary Bezerra leite
Extraído do livro de Ary Bezerra leite
História da Energia no Ceará
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