O Samburá foi o quarto cinema criado pela Empresa Cinematográfica do Ceará – CINEMAR – com equipamento de projeção e som RCA Victor. Era um amplo cinema com 700 lugares à Rua Major Facundo, 802, a dois quarteirões da Praça do Ferreira. Dentro do critério em adotar apetrechos da jangada cearense para batizar seus novos cinemas, é denominado Samburá – nome dado ao cesto feito de cipós utilizado durante a pesca, onde o jangadeiro guarda o pescado.
O samburá é esse cesto grande, utilizado por pescadores em jangadas e barcos de pesca para armazenar o pescado.
A sessão de
abertura foi no dia 15 de agosto de 1952, com o filme “Pompeia, Cidade Maldita”,
numa noite festiva que contou com a presença de figuras representativas da
cidade. O Samburá era a melhor das salas
da CINEMAR, capaz de fazer frente ao belo e prestigiado Cine Diogo.
cartaz de divulgação da inauguração do Cine Samburá (foto do livro Tela Prateada)
Foi o Cine
Samburá que em 1956, teve o privilégio de lançar, dois anos após chegar ao
Brasil uma nova tecnologia, o Cinesmacope. O processo, utilizando lentes
anamórficas, que comprimem as imagens filmadas para libertá-las na projeção,
trazia como grande novidade as telas panorâmicas, com imagens ocupando até
vinte metros de largura. Um novo estágio
na evolução do cinema, enriquecido ainda mais pela qualidade aperfeiçoada do
som estereofônico.
A
inauguração do Cinemascope ocorreu a 27 de março de 1956, tendo havido a avant-première
na noite do dia 25, em sessão única, às 22 horas.
fachada e nais um anúncio de exibição do Sambura (foto do livro Tela Prateada)
No seu oitavo aniversário, em 1960, o Cine
Samburá viveu outro momento de festa, após passar por ampla reforma. Durante quase dois meses, mecânicos e operários
especializados não mediram esforços para dar acabamento à reforma, que incluiu
a renovação do ar-refrigerado, tanto da sala de espera quanto da sala de
projeção, piso atapetado, sincronização dos altos falantes do Cinesmacope, substituição das antigas cadeiras por
poltronas estofadas.
Afora estes melhoramentos foi feita uma decoração
especial, com movimentações marinhas e indígenas, tais como búzios, samburás,
estrelas do mar, polvos, cavalos marinhos e atapus, feitos pelo pintor Garcia
na sala de espera.
A data foi
comemorada com apresentação de suas novas instalações e uma programação festiva
às 19 horas do dia 26 de agosto.
O Cine Fortaleza funcionou no mesmo prédio ocupado anteriormente pelo Samburá (foto Nirez)
A história
do Cine Samburá concretiza efetivamente o esforço de expansão da CINEMA e
acompanha a seguir o declínio da empresa.
Nove anos depois, a 18 de maio de 1969, o cinema encerra as atividades,
com a exibição do filme “Aquele que Deve Morrer”. A partir de 1974, o antigo prédio
do Samburá passa a ser utilizado pela Empresa Luiz Severiano Ribeiro, que
instala ali o Cine Fortaleza.
extraído do livro de Ary Bezerra Leite
2 comentários:
Não me lembrava do ano de inauguração do Cine Samburá -1952 - lembro que fui assídua frequentadora ( como fui do Cine Jangada e tantos outros que já se foram...
Valeu, recordar!
E falam tão pouco desses cinemas, né Lúcia, essas fotos que estão no livro a Tela Prateada, foram as únicas que vi até hoje, desse cinema.
abs
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