sábado, 24 de outubro de 2009

Fortaleza em tempos de guerra: o quebra-quebra de 1942

Rua Major Facundo, no Centro de Fortaleza. Local onde começou o quebra-quebra e saques em lojas de alemães, italianos e japoneses. (Arquivo NIREZ)


Até 1942 o Brasil manteve-se neutro no confronto envolvendo duas coalizões militares: os Aliados (Estados Unidos, Inglaterra, França e União Soviética) e o Eixo (Japão, Alemanha e Itália). Os conflitos se deram na Europa, Norte da África e em países do Oceano Pacífico.

A neutralidade tinha uma motivação: havia uma simpatia entre o Brasil e o Eixo; além do mais o governo Getúlio Vargas não desejava a entrada do Brasil no confronto, inclusive pela presença no país de levas de imigrantes italianos, alemães, e (em número menor) japoneses, e pela vigência de um regime de exceção, o Estado Novo.

Mas após o afundamento de navios brasileiros por submarinos alemães, com perdas de centenas de vidas, uma parcela da população brasileira saiu às ruas em todo país exigindo um posicionamento do governo do Brasil com relação ao conflito.

Em Fortaleza o movimento, liderado por estudantes, começou com comícios e passeatas, até que no dia 18 de agosto de 1942 uma multidão invadiu o centro de Fortaleza para expressar sua revolta, principalmente depois da confirmação do torpedeamento de navios brasileiros na costa nordestina.
A passeata saiu da Faculdade de Direito e seguiu em direção à Praça do Ferreira.
Nas ruas do centro ocorreram ataques e depredações a estabelecimentos comerciais pertencentes a estrangeiros nascidos nos países inimigos: empresas como Casa Veneza, Bar Antártica, Café Iris e outros foram destruídos aos gritos de “morra a Itália” e “morra a Alemanha”. “A Pernambucanas” de propriedade de estrangeiros, foi incendiada. Não houve repressão por parte das autoridades policiais.

Depois desse acontecimento, vários estabelecimentos de propriedade de estrangeiros, passaram a publicar anúncios nos jornais, declarando-se brasileiros, por opção ou por local de nascimento, e repudiando os ataques a navios da marinha mercante brasileira.

Pressionado pela população e pelos acordos assinados com os países das Américas, o presidente Getúlio Vargas se viu obrigado a declarar primeiro, o Estado de Beligerância, e finalmente, em 31 de agosto de 1942, o Brasil declarou guerra ao Eixo.

fontes: 
Jornais O POVO e Diário do Nordeste


3 comentários:

Anônimo disse...

ótimo texto!

Fátima Garcia disse...

obrigada anônimo

Unknown disse...

Olá Fatima, como vai?

Sou Celeste Norões e estou em busca de um pouco da historia de descendência de minha família.
Sou filha de José Antonio de Norões, nascido em São Paulo em 08/02/1959, filhos de Jose Tavares de Norões nascido em 23/11/1923 em Cuncas - Ceará, filho de Amancio Tavares Martins e Josefina M de Norões e Ivonete Ramos de Norões nascida em Nasc 18/11/1931 em Pesqueira-Pernambuco, filha de ANTONIO RAMOS e Maria da Silva.
Se puderem de alguma forma me ajudarem, fico muito grata.