quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Imóveis antigos e suas histórias III

Na Fortaleza do inicio do Século XX, boa parte dos palacetes e mansões existentes na cidade eram réplicas de imóveis europeus. Os ricos proprietários viam as fachadas por lá e reproduziam aqui. O material da construção também era importado: telhas de Marselha; ardósia importada da França; da Inglaterra vinham as louças sanitárias; Portugal mandava as pinhas, os jarrões, as estátuas e os ladrilhos de fainça. Algumas casas utilizavam até madeiras européias e o precioso e agora raro pinho de Riga servia para assoalhos, portas, janelas e bandeirolas.
casa do banqueiro José Gentil - foto reprodução
A chácara foi vendida em 1909 pelo proprietário Henrique Alfredo Garcia ao Dr. José Gentil Alves de Carvalho. A casa que existia no local foi demolida em 1918. O projeto da nova casa construída no local foi do Dr. João Sabóia Barbosa. Em 1956, a propriedade foi comprada pelo primeiro reitor da UFC, Prof. Antonio Martins Filho, à Imobiliária José Gentil S/A pertencente aos herdeiros de José Gentil.

Reitoria da UFC
Um ano após a compra, o Reitor Martins Filho resolveu demolir o casarão, construído em 1918, mandando projetar, a atual sede da Reitoria. O projeto elaborado pelo departamento de obras mantinha as mesmas linhas arquitetônicas da casa construída pelo Dr. João Sabóia Barbosa. O imóvel está localizado na Avenida da Universidade, no Benfica.

casa da familia Thomaz Pompeu na av. do Imperador - foto reprodução

Casa da família Thomaz Pompeu na avenida do Imperador em frente a praça da Lagoinha. Típica mansão francesa, com uma fachada de tijolinhos vermelhos, enegrecida pelo tempo, platibanda com muitos detalhes, e uma imponente varanda no andar superior. Palácio Plácido - foto reprodução
Palácio Plácido, cópia de um castelo renascentista de Florença. Localizado na Av. Santos Dumont, 1545, no Antigo bairro do Outeiro, atual Aldeota, ocupava um quarteirão inteiro entre as atuais ruas Carlos Vasconcelos, Monsenhor Bruno, Costa Barros e Avenida Santos Dumont. Foi construído em 1920 pelo comerciante Plácido de Carvalho e mais tarde foi adquirido pelo grupo Romcy, que em fevereiro de 1974, mandou demolir para construir um supermercado.
Itapuca Villa - foto reprodução

Itapuca Villa na Rua Guilherme Rocha. Todos os materiais para sua construção vieram do exterior inclusive as madeiras. Seu proprietário era Alfredo Salgado que viajava para a Europa com freqüência para contratar novos jardineiros. Foi abandonada em 1946 quando seu proprietário faleceu.

casa de Oscar Pedreira - foto reprodução
O bairro da Jacarecanga concentrava o maior número de palacetes e mansões de Fortaleza. Com 3 pisos, o casarão do empresário Oscar Pedreira era uma das mais bonitas residências da área.
O bairro Jacarecanga, na zona oeste de Fortaleza, formou-se antes da Aldeota.

Fonte:
LOPES, Marciano. Royal Briar: a Fortaleza dos anos 40. Fortaleza: ABC, Coleção Nostalgia, 1996. 311p. AZEVEDO, Miguel Ângelo (NIREZ). Indice Analitico e Iconografia da Cronologia Ilustrada de Fortaleza: roteiro para um turismo histórico e cultural. Fortaleza: Banco do Nordeste, 2001. Diário do Nordeste 09.08.2009 - coluna tirada do baú.

4 comentários:

evellyn25@yahoo.com.br disse...

Hoje, onde antes existia a ITAPUCA VILLA (na Rua Guilherme Rocha), fica o CEJA.
Lembro que quando eu era criança, esperava o ônibus na parada em frente, imaginando que aquela era uma casa "mal-assombrada" (coisa de criança, com muuuuita imaginação!!!)...
Eu via de longe os ocupantes da casa abandonada... eram pessoas necessitadas de cuidados..(por onde devem estar?!...)

E mais recentemente, lembrando desse tempo, penso, porque aquela obra arquitetônica não foi restaurada, ao invés de demolida??? Coisas de governo...Enfim... muito obrigada pela postagem com fotos tão significantes para a história de nossa cidade e de nossa sociedade:)

Fernando disse...

Tem certeza que o Reitor Martins Filho mandou demolir a casa que fora de José Gentil e mandou construir tudo de novo?

Fátima Garcia disse...

Olá Fernando, é o que dizem os cronistas de Fortaleza, a casa foi reconstruída e teve a fachada ampliada observando a mesma linha arquitetônica.

Arquitetura de interiores disse...

Tenho 60 anos e recordo muito bem de todas essas obras antigas.