Em 1972 foi publicado um livro que causou muita polêmica: "Os Limites do Crescimento". O livro divulgava o resultado do trabalho de investigação realizado por uma equipe do Massachusetts Institute of Technology (MIT) coordenada por Donella Meadows, a pedido do Clube de Roma, uma associação informal de empresários, estadistas e cientistas.
Basicamente, afirmava-se que, ao ritmo do crescimento da população, da utilização de recursos naturais, da poluição, etc., por finais do Séc. XXI a Humanidade correria sérios riscos de sobrevivência.
As principais conclusões do grupo de pesquisadores foram:
1 – se persistirem as tendências atuais (de 1972) de crescimento da população mundial, níveis de industrialização, de poluição, produção de alimentos e utilização de recursos naturais, os limites de crescimento no planeta serão alcançados algum dia dentro dos próximos cem anos. O resultado mais provável será um declínio súbito e incontrolável tanto da população quanto da capacidade industrial;
2 – é possível modificar essas tendências de crescimento se for criada uma condição de estabilidade ecológica e econômica que possa se manter até um futuro remoto. O estado de equilíbrio global poderá ser planejado de tal modo que as necessidades básicas de cada pessoa na terra sejam satisfeitas;
3 - se a população mundial optar por obter esse segundo resultado em vez de lutar pelo primeiro, quanto mais cedo ela começar a trabalhar para alcançá-lo, maiores serão suas possibilidades de êxito.
Quando foi publicado, no ano de 1972, o livro foi alvo de muitas criticas, e provocou inúmeros debates em diversas partes do mundo. Pela primeira vez a humanidade era alertada para a crua realidade dos limites físicos do planeta diante das condições geradas pelos impactos humanos.
O Futuro já começou
A população mundial em 1970, dois anos antes do Clube de Roma publicar “Os Limites do Crescimento” era de 3,69 bilhões de pessoas; em 2000 a população mundial já somava 6,08 bilhões. Este crescimento de 80 milhões de habitantes por ano equivale mais ou menos, a acrescentar sobre o nosso planeta, a população de um país como a Alemanha, e isto todos os anos. Para 2009 a população mundial (estimada) é de 6,72 bilhões de pessoas.
A ONG ambientalista WWF estima que o consumo humano já supera em 25% a capacidade de recuperação dos recursos ambientais. Um dos fatores que mais influencia esse desequilíbrio é o tamanho da população.
O estudo da WWF ressalta que em 1970 o consumo humano era equivalente a 60% da capacidade de renovação biológica do planeta; atualmente é o dobro, 120%, uma situação insustentável uma vez que a biosfera, à exceção da energia solar, é finita, fechada e não cresce.
Também destaca que desde 1961 houve um aumento de 700% no consumo de energia, e que as consequências desse aumento em termos de modificações planetárias são ainda desconhecidas em muitos aspectos.
Outras conclusões do estudo do WWF:
Desde 1970 foi registrada uma diminuição de 40% das espécies naturais silvestres do planeta;
A degradação ambiental é a principal responsável pela destruição do habitat de plantas e animais silvestres, especialmente o desmatamento, a contaminação do ar e da água, e a exploração dos recursos marítimos pela pesca predatória e excessiva.
O maior causador da degradação ambiental é o consumo excessivo de energias não renováveis por parte dos países industrializados.
Segundo estimativa da ONU a população mundial continuará crescendo, e só entrará em retração em 2050, ao atingir 9,2 bilhões de habitantes; isto representa um aumento de cerca de 37% em relação aos 6,72 bilhões atuais. Até essa data a renda per capita dos países em desenvolvimento deve crescer em torno de 3% ao ano. Cada ponto percentual de melhoria da economia desses países tem seu preço em recursos naturais.
O que se espera é que novas tecnologias e fontes alternativas de energia minimizem o impacto que essa superpopulação causará ao planeta, já as centenas de tratados, convenções, pactos, acordos, etc, firmados nas conferências mundiais não foram honrados como disseram que seriam, e a prometida solução final chamada de desenvolvimento sustentável, não parece viável num mundo globalizado dominado pela força do capital.
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