A cidade antiga é próxima, pois é o lugar que reconhecemos
como casa; ou como deveria ser uma Fortaleza. Então temos o nosso encontro
marcado com o tempo, o tempo de fazer da cidade o que de melhor seria para
cada um de nós; com o tempo de construirmos a cidade que sonhamos e que perdemos.
(do artigo O Encontro marcado com o tempo do professor Antônio Otaviano Vieira Junior)
(do artigo O Encontro marcado com o tempo do professor Antônio Otaviano Vieira Junior)
Centro de Fortaleza (foto de Muhammad Said)
Uma das Capitanias hereditárias criadas na época da colonização portuguesa, a Capitania do Ceará foi praticamente relegada ao abandono por parte do seu donatário, Antônio Cardoso de Barros. Apenas índios habitavam o sitio onde viria a surgir Fortaleza. Somente em 1603, o açoriano Pero Coelho de Sousa construiu o forte de São Tiago, na Barra do Ceará, ao redor do qual nasceu o povoado de Nova Lisboa.
Vista da Barra do Ceará com o Forte de São Sebastião. Desenho de Frans Post - 1645
Em 1612 o capitão português Martim Soares Moreno edificou o forte de São Sebastião no mesmo local, mais precisamente junto a ermida de Nossa Senhora do Amparo.
A Capitania do Ceará esteve subordinada à Capitania do Maranhão e Grão-Pará e depois a Pernambuco, além de ter sido alvo da cobiça colonialista europeia.
Forte
de São Sebastião, na Barra do Ceará, construído em 1612 por Martim
Soares Moreno, no mesmo local onde, em 1603, o açoriano Pero Coelho,
erguera o fortim de São Tiago.
Em 1637 chegou ao Ceará a primeira expedição holandesa que ocupou o semi-abandonado forte de São Sebastião, onde permaneceu por sete anos explorando sal e âmbar gris, até que seus integrantes foram dizimados pelos índios.
Outra expedição holandesa comandada por Matias Beck, desembarcou em 1649 no Mucuripe, e construiu o forte Schoonenborch, na embocadura do Riacho Pajeú, para defender-se dos nativos aliados dos portugueses, ali permanecendo também por sete anos. Assim que os invasores foram expulsos, o forte foi apropriado pelos portugueses e renomeado de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção.
Entre 1660 e 1698 surgiu um acanhado povoado, no qual foi erigida uma capela dedicada a Nossa Senhora da Assunção, além de uma praça de armas.
A Carta Régia que autorizou a criação da Vila do Ceará ou de São José de Ribamar em 1699, originou muita polêmica em torno da questão fundamental onde estabelecer o Pelourinho, coluna de pedra ou madeira simbolizando a autonomia municipal. Os desentendimentos entre as autoridades levaram a decisão de elevar Aquiraz à condição de vila e sede da Capitania em 1713.
A decisão de instalar a vila em Aquiraz não foi das mais acertadas. Em agosto de 1713 os índios atacaram aquela comunidade ocasionando muita destruição e morte – cerca de 200 pessoas perderam a vida – levando muitos habitantes a buscarem proteção dos ataques no fortim de Nossa Senhora de Assunção. Dos ataques dos índios Paiacus e Anassés, só escapou quem fugiu para Fortaleza.
A ofensiva levou os próprios integrantes da Câmara, os chamados camareiros, a mudarem de ideia. Passaram então a defender que a sede da Vila do Ceará deveria ficar em Fortaleza.
Primeira planta da Vila de Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção, de 1726, atribuída ao capitão-mor Manuel Francês. O traço forte do Pajeú divide a Vila em duas.
Contrariado com a situação, o rei de Portugal, em vez de simplesmente transferir a sede da vila, mandou criar outra. Assim, a 13 de abril de 1726 foi instalada a vila de Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção, a segunda do Ceará, pelo capitão-mor Manuel Francês. A motivação para a instalação desta segunda vila foi o de incentivar o desenvolvimento da capitania.
A "Planta da Villa", elaborada por Antônio da Silva Paulet, em 1818, mostra prédios dispersos nas margens do Pajeú e na Prainha, e caminhos que chegavam do interior. Coube ao mesmo Silva Paulet a proposta de um novo arruamento para a vila, o projeto e a construção da nova Fortaleza da Assunção.
fontes:
Fortaleza, 27 Graus - Prefeitura de Fortaleza
História do Ceará - Airton de Farias
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