As primeiras moradias de Fortaleza foram sendo erguidas por
ali, nas cercanias da fortaleza, da matriz e do Riacho Pajeú: a segurança, a
religiosidade, a água. Assim, a Vila foi se consolidando até atingir foros de
cidade. As casas sempre naquelas paragens, que ninguém se atrevia a avançar
mata adentro, havia o perigo de cobras, onças, raposas e índios belicosos em
incursões ao território dos brancos.
Rua Barão do Rio Branco
O desenvolvimento da cidade e o surgimento de famílias mais
abastadas, de castas mais altas permitiram um novo padrão de moradia. E entre
as simplórias casas de palha e taipa, foram sendo edificadas residências de
maior porte, de alvenaria. Tudo sem requintes, sem ornamentos nas fachadas, sem
platibandas, todas com beira-e-bica.
Casa do Governador das Armas do Ceará, na Rua Sobral, em frente a atual Praça da Sé
A evolução lenta da província, aqui e ali ia permitindo
alguma construção de maior vulto, até atingir o período em que senhores de
vastas posses, às vezes detentores até de títulos e brasões, se davam ao luxo
de trazerem da Europa os projetos para suas moradias.
Com o gradativo crescimento, a cidade começou a ser dividida
em bairros onde pontificavam casas de grande porte, verdadeiros palacetes, belas
mansões.
Casa da família Gentil, no Benfica, construída em 1918 e atual sede da Reitoria da UFC
Alguns desses proprietários até se permitiam o luxo de
trazer do Velho Mundo, os materiais necessários às suas construções, sem falar
nos acabamentos. Foi quando as rústicas telhas de barro produzidas nos
arredores da cidade passaram a ser substituídas pelas delicadas telhas de
Marselha e até por ardósia importada da Franca, para as construções mais
suntuosas. E os telhados ganharam status de obras de arte, motivo de admiração
de uma população desacostumada a essas regalias.
Casa do Intendente Municipal Guilherme Rocha, incendiada na revolta popular de 1912, que depôs a oligarquia Nogueira Accioly
fonte:
Marciano Lopes
Fotos do Arquivo Nirez
Nenhum comentário:
Postar um comentário