quinta-feira, 29 de abril de 2010

Pelos Palcos da Cidade

O Demônio e a Rosa - 1950 - Teatro Universitário - Direção de Waldemar Garcia
Foto: Geraldo Markan e Elza Bernardino
O Morro do Ouro - 1963
Comédia Cearense - Direção B. de Paiva - Na foto José Humberto Cavalcante e Hiramisa Serra

Morro do Ouro - Versão Musical - 1971 comédia cearense - Direção Haroldo Serra - na foto: Walden Luiz
(no centro do coro)
Rosa do Lagamar - 1975 - Comédia cearense - Direção Haroldo Serra - na foto: Hiramisa Serra, Zulene Martins, Lourdinha Martins, Haoldo Serra e Ricardo Guilherme

O Casamento da Peraldiana em montagem recente: Peraldiana (Ricardo Guilherme) e coronel Puxavante (Lucio Leonn): retrato de casamento típico dos anos 20


Desde tempos bem remotos que Fortaleza mostra uma forte vocação para o teatro, com bons autores, bons atores e montagens que fizeram história. Entre 1919 e 1939 o autor Carlos Câmara arrastava multidões que lotavam o teatro improvisado do Grêmio Dramático Familiar, no calçamento da Messejana, atual Visconde do Rio Branco.


Lá compareciam respeitáveis senhores e senhoras em suas melhores roupas, com chapelões cheios de penachos e rococós, com tantos adereços que chegava a atrapalhar a visão dos que sentavam mais atrás. A peça reproduzia de forma jocosa o dia a dia de Fortaleza, cidade provinciana, deslumbrada com o charme dos franceses, cuja moda e costumes foram aqui reproduzidos durante um bom período no qual a cidade ficou conhecida como Fortaleza Belle Epoque.

Na peça de estréia do autor, A Bailarina, há registros sobre a chegada da devastadora gripe espanhola, que chegou ao Ceará a bordo do vapor Ceará. Acometido da doença Carlos Câmara levou ao palco o que havia de moleque em torno da influenza. Como não acertava com o nome da doença, o populacho batizou a gripe de Bailarina.

A peça uma pequena farsa grotesca, musical, tinha uma particularidade que acabou virando tradição em todas as montagens posteriores: A personagem principal Peraldiana, uma viúva alegre e desbocada, era representada por um homem. Naquela época, ser atriz não era profissão para moçoilas de família, ainda mais se a personagem era depravada e libertina. Assim, simplesmente não se encontrou nenhuma mulher que quisesse o papel, o jeito foi colocar um homem. O ator Eurico Pinto inaugurou o personagem.

Mais tarde o espetáculo ganharia outras montagens: com a Comédia Cearense em 1966, (Theatro José de Alencar), em 2006 (Teatro de Arena) e, 2007, também no Teatro de Arena.
Outro autor de grande importância o teatro cearense foi Manuel Eduardo Pinheiro Campos, que foi quem mais teve textos montados no Ceará. Várias de suas peças usam temas relacionados a histórias do cotidiano de Fortaleza.

O Morro do Ouro, que leva o nome de um antigo bairro da capital foi encenada pelos menos 350 vezes; outra que ultrapassou a marca das 500 encenações é a Rosa do Lagamar, drama urbano levado ao palco pela primeira vez na década de 1970.

São também de autoria de Eduardo Campos as seguintes obras teatrais: O demônio e a Rosa, O anjo, Os demônios, Os deserdados, A máscara e a face, As testemunhas, A donzela desprezada, O julgamento dos animais e O andarilho.




Fontes: Revista Fortaleza fascículo 3

Jornal Diário do Nordeste

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