Muitas cidades do Brasil e do Ceará nasceram ao redor
de uma igreja, quase sempre a primeira edificação do lugar, pois a questão
religiosa estava sempre presente nos tempos coloniais. Construídas com a
utilização de materiais rústicos, por exploradores portugueses, por
proprietários de sesmarias, que tinham o compromisso de povoar a terra ou pelos
padres jesuítas, que aqui chegaram junto com as primeiras expedições
colonizadoras, a igreja atraía moradores para o entorno, que ali construíam
suas casas. Dessa forma foram surgindo aglomerados, que se transformaram em
povoados, em vilas, e finalmente, cidades. O adro, espaço vazio localizado em
frente aos templos religiosos, era o lugar onde se reuniam os moradores antes e
depois da missa ou em atividades de lazer.
Não foi o caso de Fortaleza, que historicamente nasceu
ao pé do forte que lhe emprestou o nome, o N.S. da Assunção, depois de algumas
tentativas frustradas de ocupação do território a partir da Barra do Rio Ceará.
Mas é incontestável a importância das igrejas na formatação do espaço urbano da
cidade, conforme a análise de alguns casos relativos às igrejas mais antigas da cidade, todas localizadas no Centro.
Igreja de São José / Praça da Sé
Quando surgiu a primeira planta da Vila de Fortaleza,
feita pelo capitão-mor Manuel Francês, em 1726, já aparecia o espaço livre em
frente à futura Igreja de São José, no qual mais tarde viria a ser construída
uma praça. Nessa época a matriz era representada pela capela de N. S. da
Assunção, construída pelos soldados que serviam no forte, em taipa e palha. A construção de uma nova capela
mor de Fortaleza foi decidida em fevereiro de 1699, mas a autorização só
ocorreu por Ordem Régia de 12 de fevereiro de 1746. Esta, que veio a ser a
primeira Igreja de São José, foi concluída em 1795 e demolido em 1820.
Em 1854, quando teve início a construção da segunda igreja de São José, em estilo colonial, o espaço em frente a entrada principal do templo, passou a ser chamado de Largo da Matriz; Em 1861, vira Praça da Sé, acompanhando a mudança de nome da igreja matriz. Em 04 de junho de 1889 passa a denominar-se Praça Caio Prado, nome proposto pelo vereador Paulino Joaquim Barroso, em homenagem ao Governador Caio Prado, presidente da província do Ceará nos anos de 1888 e 1889. Hoje é conhecida por Praça da Sé. Fica na Rua Conde D'Eu. entre as ruas General Bezerril, Dr. João Moreira, Castro e Silva e Rufino de Alencar.
Em 1854, quando teve início a construção da segunda igreja de São José, em estilo colonial, o espaço em frente a entrada principal do templo, passou a ser chamado de Largo da Matriz; Em 1861, vira Praça da Sé, acompanhando a mudança de nome da igreja matriz. Em 04 de junho de 1889 passa a denominar-se Praça Caio Prado, nome proposto pelo vereador Paulino Joaquim Barroso, em homenagem ao Governador Caio Prado, presidente da província do Ceará nos anos de 1888 e 1889. Hoje é conhecida por Praça da Sé. Fica na Rua Conde D'Eu. entre as ruas General Bezerril, Dr. João Moreira, Castro e Silva e Rufino de Alencar.
Igreja do Patrocínio / Praça José de Alencar
A Igreja do Patrocínio foi inaugurada em 1852. Em 1849
o cabo da esquadra Fortunato José da Rocha disparou um tiro contra o Capitão
Jacarandá, mas acertou o joelho do Alferes Luís de França Carvalho, que estava
ao lado do capitão. Vendo-se em risco de perder a vida, Luís de França fez voto
a Nossa Senhora do Patrocínio, que se escapasse, faria uma igreja em sua
devoção. No ano seguinte, curado do ferimento, lançou a pedra fundamental da
igreja ao norte do largo arborizado, que depois da inauguração da igreja,
passou a ser chamado de Praça do Patrocínio. Em 1870 teve o nome mudado para
Praça Marquês de Herval, e em 1929, Praça José de Alencar. Está localizada na Rua General Sampaio, entre as Ruas Liberato Barroso, Guilherme Rocha e 24 de Maio, no Centro.
Igreja do Coração de Jesus/Praça do Coração de Jesus
A construção da igreja foi iniciada em 1878 e
inaugurada em 25 de março de 1886, no lugar denominado Alto da Boa Vista ou
Colina da Pimenta, ou ainda, Morro do Pecado, numa área onde havia uma capela construída pelo Boticário
Ferreira, onde hoje se encontra o convento dos capuchinhos. Antes, aquela região
era coberta de vegetação, principalmente de cajueiros e alguns currais onde se
prendiam o gado que era abatido ali. Até 1880 a área de entorno da
igreja foi chamado de Praça da Boa Vista; a partir de 1881 passou a ser Praça
Dr. José Júlio, homenagem ao Dr. José Júlio de Albuquerque Barros. A partir de
12 de dezembro de 1960 recebeu o nome de Praça do Coração de Jesus. Fica na Avenida Duque de Caxias entre as ruas Solon Pinheiro, Pedro I e Jaime Benévolo, Centro.
Igreja do Carmo/ Praça do Carmo
Antes de ser matriz, a futura Igreja de Nossa Senhora
do Carmo era uma capela simples, construída em 1850 por uma irmandade existente
naquela época na freguesia do Patrocínio. A capela foi batizada com o nome de
Nossa Senhora do Livramento. O templo foi erguido em área distante do centro,
cercada de árvores, com uma lagoa nas proximidades. Ainda na construção, a
autoridade diocesana permitiu que fosse mudada a invocação para Nossa Senhora
do Carmo. A nova igreja foi inaugurada em 25 de março de 1906, com muita
solenidade, sendo o primeiro capelão monsenhor José Gurgel do Amaral.
O lugar hoje ocupado pela Praça do Carmo era um imenso
areal, e existia uma lagoa no quarteirão em frente, onde hoje funcionam o Banco
do Brasil e um estacionamento. A lagoa era alimentada por um córrego que vinha
da Praça do Ferreira. A medida que a frequência da igreja aumentava, o areal
foi sendo ocupado e a praça começou a tomar forma. Inicialmente foi chamada de Largo do Livramento. A Praça do Carmo está localizada na Avenida Duque de Caxias, entre as ruas Major Facundo, Clarindo de Queirós e Barão do Rio Branco, Centro.
Igreja da Conceição da Prainha / Praça do Cristo
Redentor
Em 26 de outubro de 1839, Antônio Joaquim Batista de Castro, morador no Outeiro da Prainha, requereu uma licença à Câmara Municipal, para que ele e outras pessoas pudessem construir uma capela de invocação a Nossa senhora da Conceição. A licença foi concedida no dia 30 do mesmo mês. Os fiéis resolveram então, organizar uma irmandade e escolher o lugar onde seria edificado o templo. Concordaram que o local seria sobre a colina fronteira à praia, ficando a capela de frente para o oriente. A igreja foi inaugurada no dia 8 de dezembro de 1841.
Em frente a igreja havia um areal com sua face oeste
ocupada por casebres e mocambos, que pouco a pouco foram sendo retirados a medida que o local foi sendo urbanizado. Até 1881 era chamado de Praça da Conceição. Depois foi chamada de Praça Senador Machado, e em 1890 voltou a ser Praça da Conceição. A partir de 1924 passou a ser denominada Praça do Cristo Redentor, em razão do monumento inaugurado em 1922, em homenagem ao centenário da Independência do Brasil. A Praça fica na Avenida Presidente Castelo Branco, entre a Avenida D. Manuel e as ruas Boris e Rufino de Alencar, Centro.
Igreja do Rosário/Praça General Tibúrcio
A Igreja do Rosário foi erguida por volta de 1730, num
local considerado afastado da vila, a atual Praça General Tibúrcio. A igreja
surgiu no meio do nada, visto que a cidade ainda não chegara naqueles arrabaldes. A Igreja do
Rosário permaneceu por muito tempo como única construção relevante da área. A
praça foi projetada bem mais tarde, em 1847, não em função da igreja, mas
devido a presença do Palácio do Governo, que passou a funcionar vizinho à
igreja do Rosário, a partir de 1809.
Na metade do século XIX, grandes chuvas causaram
escavações no Largo do Palácio e o Presidente Inácio Correa de Vasconcelos
(1844-1847), mandou fazer uma enorme muralha para sustentar o aterro. Junto com
a muralha foram levantados pilares, gradis de ferro e feitas escadarias para
acesso à Rua de Baixo. Nascia assim a futura Praça General Tibúrcio, que foi
Largo do Palácio, Pátio do Palácio, Praça do Palácio e hoje é mais conhecida da
população como Praça dos Leões. Fica entre as ruas Visconde Saboia, General Bezerril e Conde D'Eu, Centro.
Obras consultadas:
Descrição da Cidade de Fortaleza, de Antônio Bezerra
de Menezes
Praças de Fortaleza, de Maria Noélia Rodrigues da Cunha
fotos do IBGE e Arquivo Nirez
3 comentários:
Boa tarde, Fátima.
Somos produtora de conteúdo e entretenimento de Brasília e estamos em fase de produção do nosso mais recente projeto, a série documental BRASIL MIGRANTE, de 13 episódios de 52 minutos cada.
Esta série conta com o patrocínio da ANCINE e da TV Brasil e será exibida em todos os canais públicos de tv no Brasil, totalizando mais de 200. Trata-se de produto audiovisual de cunho cultural e educativo, sem qualquer fim lucrativo.
Como o próprio título já informa, iremos falar de migrações internas no Brasil, ocorridas entre as décadas de '50 e '80, contando em cada episódio a história de vida de 13 migrantes.
Um dos episódios da série irá falar de Maria Florescélia Bandeira, natural de Pentecoste, Ceará, que tem história de vida muito interessante e intensa, diferente, mesmo! Ela vive em São Paulo, trabalha como manicure. Flor (como é conhecida por muitos) já participou do programa "MAIS VOCÊ", da Ana Maria Braga, em maio de 2009.
Florescélia morou uma parte da sua vida na cidade de Fortaleza - CE e para cobrir falas dela quando cita sua experiência por lá, precisaremos de imagens (em 300dpi) da cidade entre as décadas de 80 e 90.
Você teria fotos de sua autoria nas datas acima relacionadas?
Qual seria o procedimento para autorização de uso de imagem?
Precisamos de um retorno com a maior brevidade possível, desde já agradeço e me ponho à disposição para eventuais informações adicionais necessárias.
Karina Fragoso
Assistente de Produção
karina@gayafilmes.com
Olá Karina, desculpe a demora na resposta, não tinha visto sua mensagem. Infelizmente não vou poder lhe ajudar porque não tenho fotos de minha autoria desse período. Também morava fora do meu Estado e só retornei pra Fortaleza em 2005. Boa sorte, parabéns pelo seu trabalho
M.Fátima Garcia
Parabéns por este trabalho De valorizar o que realmente tem valor, a memória de. Um povo
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