Na segunda metade dos
anos 40, apesar da 2ª. guerra recém terminada, com escassez de muitos produtos
devido às dificuldades das importações, não era difícil comprar sapatos em
Fortaleza. É verdade que as lojas não eram muitas, mas a cidade era pequena e
todo o centro comercial estava restrito ao quadrilátero que compreendia o
trecho entre as ruas Senador Pompeu, Sena Madureira e as travessas Pedro
Pereira e Castro e Silva. Um pequeno quadrado, assim mesmo, ainda pontilhado de
residências.
No caso específico do comércio de lojas finas, onde se situavam as sapatarias, o espaço era ainda mais apertado, precisamente uma quadra, entre as ruas Barão do Rio Branco e Major Facundo e as travessas Guilherme Rocha e Liberato Barroso, salvo algumas poucas exceções.
No caso específico do comércio de lojas finas, onde se situavam as sapatarias, o espaço era ainda mais apertado, precisamente uma quadra, entre as ruas Barão do Rio Branco e Major Facundo e as travessas Guilherme Rocha e Liberato Barroso, salvo algumas poucas exceções.
A Notável, a sapataria mais bonita da cidade funcionava no térreo do Excelsior Hotel, na Praça do Ferreira
A sapataria mais bonita
da cidade era, sem dúvida, a A Notável, localizada no térreo do Excelsior
Hotel, na Rua Guilherme Rocha, onde funcionaria anos mais tarde a casa de
lanches Cearazinho. A Notável era notável porque tinha três vitrines,
inclusive uma central, de forma cilíndrica e giratória. Movida a eletricidade,
chamava a atenção de quem passava. Vizinha à A Notável estava a Casa Rio, esta
dentro dos padrões tradicionais. Funcionou até os anos 70.
Defronte à Casa Rio, no
térreo do Edifício Parente, estava a Casa Pio, do comerciante Pio Rodrigues. Era
uma loja padronizada às congêneres, com a simetria tão comum à época: duas
vitrines laterais e a circulação centralizada. Muitos espelhos, a luz dirigida
por holofotes, geralmente embutidos no teto das vitrines. Anos depois, já na
década de 50, mudou-se para o chamado Quarteirão Sucesso, na Rua Barão do Rio
Branco, com instalações modernas, e grandes lançamentos em calçados, direto do
Rio de Janeiro.
A Casa Pio foi uma das pioneiras e sobrevive até os tempos atuais
A Esquisita começou
inovando no próprio nome que não deixava de ser uma extravagância para aqueles
tempos. Além disso, dispensava padronizações casa ou sapataria, era apenas
Esquisita. Ficava na Rua Major Facundo, entre a Padaria Estrela e o Café Sport.
Continua no mesmo local, porém ampliada, pois com a extinção do café, ela
ganhou aquele espaço, abrindo até a esquina.
Praça do Ferreira - à esquerda, na Rua Major Facundo, a sapataria Esquisita
A Casa Clark integrava
uma rede nacional e notabilizou-se pela qualidade superior dos seus calçados,
todos de grife própria. Ficava na Praça do Ferreira, à direita da garapeira
Leão do Sul. Era uma loja pequenina, como eram a maioria das casas comerciais
de Fortaleza. Mais tarde mudou-se para a Rua Barão do Rio Branco, no antigo
Quarteirão Sucesso.
Sapataria Clark, famosa pela qualidade dos calçados que fabricava
A Sapataria Granito
ficava no térreo do edifício do mesmo nome, na Rua Guilherme Rocha, vizinho à
loja A Gávea, de Júlio Coelho de Araújo. Era exclusivamente masculina, com
sapatos de alta classe e grifes famosas, predominando os artigos em cromo
alemão.
A Sapataria Primavera localizava-se na Rua Liberato Barroso. No início era uma loja que ocupava o espaço normal, porém foi crescendo e adquirindo os pontos vizinhos até formar um total de quatro frentes e mais uma galeria que ligava à Rua Major Facundo. Funcionou até os primeiros anos da década de 80.
Na Rua Barão do Rio Branco, vizinho à Aba Film tinha a Sapataria Belmont, loja simples, sem vitrines, que apresentava uma linha popular de calçados. Fechou há vários anos para dar lugar ao Edifício Jalcy.
Também na Rua Barão do Rio Branco, próxima ao Cine Majestic, no lado do sol, estava a Casa Ponte, loja de calçados populares. Fechou no final da década de 60. Na Rua Liberato Barroso, entre as ruas Barão do Rio Branco e Major Facundo, ficava a Casa Jayra. No mesmo quarteirão ficava o Pé Chinês, que fechou nos anos 70.
Como naquele tempo as lojas eram muito exclusivas, sapato só era vendido em sapataria, a única exceção era a Casa Sloper, que sendo uma luxuosa casa de modas, apresentava sofisticada linha de sapatos femininos, sem dúvida, de origem francesa.
A Sapataria Primavera localizava-se na Rua Liberato Barroso. No início era uma loja que ocupava o espaço normal, porém foi crescendo e adquirindo os pontos vizinhos até formar um total de quatro frentes e mais uma galeria que ligava à Rua Major Facundo. Funcionou até os primeiros anos da década de 80.
Na Rua Barão do Rio Branco, vizinho à Aba Film tinha a Sapataria Belmont, loja simples, sem vitrines, que apresentava uma linha popular de calçados. Fechou há vários anos para dar lugar ao Edifício Jalcy.
Também na Rua Barão do Rio Branco, próxima ao Cine Majestic, no lado do sol, estava a Casa Ponte, loja de calçados populares. Fechou no final da década de 60. Na Rua Liberato Barroso, entre as ruas Barão do Rio Branco e Major Facundo, ficava a Casa Jayra. No mesmo quarteirão ficava o Pé Chinês, que fechou nos anos 70.
Como naquele tempo as lojas eram muito exclusivas, sapato só era vendido em sapataria, a única exceção era a Casa Sloper, que sendo uma luxuosa casa de modas, apresentava sofisticada linha de sapatos femininos, sem dúvida, de origem francesa.
A Casa Sloper, na Rua Major Facundo era uma das poucas lojas de moda que comercializava sapatos na segunda metade dos anos 40
Sapataria Belém, que
já existia em 1945, ficava desfocada de suas congêneres, exatamente em frente
ao prédio dos Correios na Rua Floriano Peixoto, vizinha a Casa Blanca. Era uma
loja simples, sem vitrines e apresentava uma linha de calçados dirigidos às
pessoas de menor poder aquisitivo.
No mesmo nível da
Belém, havia a Casa Costa Freire, na Rua Major Facundo, quase vizinho ao
Edifício Jangada. Sem vitrines e sem qualquer atrativo, os sapatos eram
expostos sobre as pilhas de caixas no salão.
Também fora do
alinhamento das sapatarias mais dinâmicas a Casa Santa Teresinha ficava na Rua
Guilherme Rocha, entre Senador Pompeu e General Sampaio, vizinho ao atelier
Iris. Era uma loja pequena e estreita, com aparência de coisa antiga.
Era assim o comércio de
calçados em Fortaleza nos idos de 1945. Pouco mais de uma dúzia de sapatarias, todas de pequeno
porte, calçavam os pés da população de nossa pequena Capital de apenas duzentas
mil pessoas.
Extraído do livro de
Marciano Lopes
Royal Briar, a Fortaleza dos anos 40
fotos do Arquivo Nirez
Royal Briar, a Fortaleza dos anos 40
fotos do Arquivo Nirez
8 comentários:
tempo bom, mas vida difícil bom lembranças
Qual nome do dono da antiga sapataria gorete?
A sapataria Clark inaugurou uma segunda loja entre os anos de 1978 e 1979 na rua Senador Pompeu ao lado das lojas Americanas.
Tinha uma loja chamada Arca da Aliança na minha cidade natal?
Meu pai era dono da sapataria vedete na av do imperador com clarindo de Queiroz.
Saudades da quela época
Arca da Aliança ainda existe?
Quem conhece o Tôny Alves de Vasconcelos q tinha uma sapataria na praça ferreiro no ano 1976
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