terça-feira, 5 de abril de 2011

Fortaleza e a Evolução Urbana

Fortaleza - 285 anos 


A evolução urbana de Fortaleza foi lenta no século XIX e com baixo crescimento demográfico. A população era de 12.195 habitantes em 1813. Em 1837 passou para 16.557 habitantes, e chega ao final do século com 50.000 moradores. Em 1800 a cidade contava com um arruador, que organizava o traçado das ruas, e treze anos depois, havia uma planta parcial da Vila, elaborada pelo engenheiro Silva Paulet.
Poucas edificações se destacavam. O sobrado do Comendador Machado, com três pavimentos, era o mais alto. A época de maior desenvolvimento de Fortaleza inicia-se a partir da metade do século XIX, possuindo o hoje centro histórico, 1.418 casas, das quais 517 eram de tijolo e telha.
Cartão postal do Mercado de Ferro (arquivo Ah, Fortaleza!)
No período compreendido entre a metade do século XIX e a 2ª Guerra Mundial no século XX, é que foi construído praticamente todo o patrimônio edificado de maior significação de Fortaleza, e ele era composto por um harmônico conjunto de edifícios residenciais e, inserido nele, um moderado número de monumentos arquitetônicos, na sua maioria, de construção modesta, mas significativo para recontar do seu crescimento.
A arquitetura da cidade compondo com seu entorno imediato, foi um dos legados mais importantes deixados para a nossa história. Tinha seu ponto alto na riqueza dos conjuntos edificados, geradores dos seus espaços urbanos, que eram coerentes, extremamente proporcionais, harmoniosos em beleza, formas e cores, que delinearam a silhueta da cidade. Foi esse espaço organizado de maneira apurada, que deu importância à cidade de Fortaleza. A largura das ruas, os espaços abertos, as praças, o dimensionamento dos lotes, a altura homogênea, fizeram essa coerência.
Cartão postal do Colégio Imaculada Conceição e sua Igreja do Pequeno-Grande. (arquivo Ah, Fortaleza!) 
É precisamente nesse período que grandes empreendimentos envolvendo novas tecnologias construtivas foram feitos no Estado e mais precisamente, em Fortaleza. A estrada de ferro, inaugurada em 1873, insere na construção a estrutura metálica na execução de suas pontes e armazéns, chamando a atenção para essa nova forma prática de construir. A cidade começava a despontar no cenário político econômico da região, passando por um processo de modernização, provocado pelo florescimento da ciência  e da tecnologia, gerado pela revolução industrial. O algodão foi o produto impulsionador desse crescimento, e o intercâmbio comercial com a Europa, fez com que as informações sobre novos produtos chegassem aqui com muita rapidez, através de serviços de tecnologia moderna como o telégrafo e a telefonia (1883).
Nesse contexto surge a idéia de um mercado público para Fortaleza, executado em ferro. A idéia, contudo, só foi concretizada mais de duas décadas depois. O Mercado da Carne foi inaugurado em 1897.
Cartão postal que mostra a atual sede do Ipham, o Theatro José de Alencar e o centro de saúde na rua Liberato Barroso (arquivo Ah, Fortaleza!).
área interna do Theatro José de Alencar
A partir desse evento, a cidade adota de maneira fugaz essa nova forma de construir. A capela do Pequeno Grande, com sua bela estrutura coberta, foi inaugurada em 1903. As praças se enchem de quiosques, coretos, bancos de jardins, balcões, varandas e uma infinidade de novos elementos que passaram a compor de forma graciosa a arquitetura de Fortaleza, que chegou ao seu momento de maior esplendor com a construção do Theatro José de Alencar, em 1910.

Fonte:
Capelo Filho, José. Patrimônio Edificado de Fortaleza.

8 comentários:

Anônimo disse...

O texto é bom o que estraga são esses nomes que tiram toda a graça da foto antiga. Já pensou se o Google achasse que as fotos são dele?

Fátima Garcia disse...

O nome sobre a foto não viola nenhuma regra do Google. O que viola as normas do administrador são as clonagens, as apropriações indébitas, que fazem com que as postagens deste blog, apareçam, como num passe de mágica, em outros blogs, sem identificação de autoria, nem atribuição de créditos.

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Essa última foto, do pátio do TJA está linda, este lampião central e altíssimo e a linda escadinha caracol...ficou bem interessante o contraste com aquele espigão de concreto lá longe...
É,quanta destruição sem necesidade,evolução que não faz bem, maltrata a cidade e faz sofrer que conheceu muito de suas belezas, naturais e arquitetônicas.

Só podemos lamentar a evolução destruidora...vá se entender a incoerência!
Mas vale à pena ver...

Lúcia Bezerra de Paiva disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Luz disse...

Sou visitante assídua deste blog e sei que os textos apresentados são reescritos porque tenho em casa livros citados como fonte de pesquisa.Pois não é que constatei textos semelhantes em blogs diferentes.Voltei a cada um para verificar as datas de postagens.Descobri:estão lhe copiando,Fátima.

Fátima Garcia disse...

Olá Lúcia,
acho o TJA belissimo por dentro e por fora, uma jóia da arquitetura, uma beleza atemporal: era bonito a cem anos e continuará sendo daqui a um século. Ainda bem que hoje, todo mundo tem consciência disso.
bjs

Fátima Garcia disse...

Oi Ana Luz
Todo mundo sabe que escrever um blog dá muito trabalho. É preciso pesquisar, eleger temas que tenham interesse, procurar fotos que sejam adequadas. Quando a temática é história, o trabalho ainda é maior, pois cada autor tem sua visão particular sobre o fato. Os leitores do blog já perceberam que muitas vezes posto a mesma história, com detalhes diferentes, e citando qual autor contou daquela maneira. Muitas vezes o texto precisa ser reescrito, ou porque é muito longo, ou a linguagem é muito antiga, ou muito literária, ou citam referências que hoje já não fazem sentido. Por isso não acho justo, depois de todo esse trabalho, essa postagem seja apropriada por outros blogs, com temática semelhante a este, dando a entender que é o autor da pesquisa, já que não cita esse blog como fonte. Muitas vezes utilizei material de outros blogs, mas nunca deixo de citar; em alguns casos solicito autorização previamente, quando o assunto é muito específico. Colocar o nome do blog nas fotos e bloquear os textos foi a maneira encontrada de terminar com o plágio. Mas é uma solução que contraria a razão de existência do blog, já que a intenção é divulgar, mostrar, contar a história, a trajetória, os percursos cumpridos ou não, e sim, ser copiado. Desde que seja citada a fonte. Quando os direitos forem respeitados, eu libero tudo, esse blog existe é para ser copiado mesmo.
abs
abs

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Voltei pra dizer que o comentário excluido(acima) era meu.É que ao clicar, alguma falha fez o meu comentário sair DUPLICADO.
Retornando, li sua resposta, Fatima e mais os comentários sobre "clonagem".
Amigas, é verdade,ver o esmero com que são produzidas as postagens desse blog e depois encontrar cópias por aí, em outos blog's, sem o menor critério,sem respeito aos direitos autorais, sem citações das fontes, é "dose"....
Esse anônimo, parece aquele mesmo, que não diz "coisa" com "coisa" e confunde "alhos" com "bugalhos" rsrs...
Bom final de semana!