quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Política Pública de Segurança: Projeto Ronda do Quarteirão

Projeto Ronda do Quarteirão
Igual a analgésico: alivia a dor mas não cura a doença


Estatísticas feitas a partir dos relatórios de ocorrências registrados no Centro Integrado de Operações Policiais – CIOPS revelaram que entre julho e setembro de 2006, Fortaleza sofreu uma média de 1,8 casos de homicidios por dia, num total de 110 assassinatos no período. A mesma pesquisa revela que a cidade já registrou um sequestro relâmpago a cada oito horas e um assalto a cada quinze minutos.
Nessa guerra urbana, todos são alvos dos criminosos, desde crianças, muitas vezes assaltadas e roubadas por outras crianças, a idosos, assediados e agredidos por marginais interessados nas suas parcas aposentadorias e atraídos pela fragilidade das vítimas.
A escassez de policiamento, o número reduzido de policiais, a impunidade, o sucateamento das delegacias e presidios, a incapacidade do Estado de oferecer soluções eficazes, são alguns dos fatores que incrementam as estatísticas da violência e assustam a população.
Para enfrentar esse cenário de caos, surgiu a Ronda do Quarteirão, um modelo de policiamento comunitário, baseado em uma parceria da comunidade com a Polícia. Os policiais são apresentados aos moradores de cada área, e em caso de necessidade, são acionados pelo celular, com a promessa de atendimento em até cinco minutos.
O Programa Ronda de Quarteirão aumentou a sensação de segurança da população, principalmente porque as viaturas são vistas circulando em diversos locais e em todos os horários.
Mas não resolve o problema da criminalidade, ligada a problemas estruturais como o desemprego, a falta de oportunidade, a exclusão social, o analfabetismo, e a ausência de programas sociais e educacionais que reintegrem os infratores à sociedade, além da falta de investimentos na contratação, treinamento e valorização de pessoal, que denunciam péssimas condições de trabalho e baixos salários.