terça-feira, 21 de outubro de 2025

Personagens que Nomeiam as Ruas de Fortaleza


A história de Fortaleza está escrita em cada rua da cidade, nas placas que indicam nomes e feitos que influíram nos destinos da urbe. Por trás de cada uma vez delas, há uma trajetória que a maioria dos moradores desconhecem. Conheça alguns deles.

Rua Dragão do Mar – parte da antiga Rua da Praia e antiga Rua da Alfândega localização: Praia de Iracema – começa na Avenida Leste-Oeste termina na Avenida Beira Mar


Rua Dragão do Mar (imagem Fortaleza em Fotos-2010)

Homenagem a Francisco José do Nascimento, nascido em 1839 e falecido a 5 de março de 1914. Em 1859 trabalhou nas obras do Porto de Fortaleza e iniciou o trabalho de marinheiro numa embarcação que fazia linha Maranhão-Ceará. Como prático da Capitania dos Portos, convivendo com o drama do tráfico de escravos, e sendo mulato, se envolveu na luta pelo abolicionismo, uma das atitudes foi o fechamento do Porto de Fortaleza ao tráfico de escravos para outras províncias. Em 1889, foi reconduzido ao cargo na Capitania dos Portos, que havia perdido por envolvimento com as lutas abolicionistas. Em 1890 recebeu a patente de Major – Ajudante de ordens do Secretário Geral do Comando Superior da Guarda Nacional do Estado.  

Rua Nogueira Acioly – antiga Rua da Aldeota.  Localização: Centro – começa na Avenida Santos Dumont – termina na Rua Costa Barros. 


Rua Nogueira Accioly (foto Arquivo Nirez)

Antônio Pinto Nogueira Accioly foi presidente da Província do Ceará por três mandatos: 1896 a 1900; 1904 a 1908 e 1908 a 1912. Depois de 15 anos de liderança política, foi deposto numa conturbada revolta urbana que durou três dias. As principais ruas e praças de Fortaleza se transformaram em campos de batalha, na maior explosão de revolta que a capital já conheceu. Armada, a população ocupou vários pontos da cidade, inclusive o Palácio do Governo, onde estava Accioly. Formou barricadas, promoveu saques e destruiu símbolos do poder de então. Entre os alvos, a Praça Marquês de Herval, remodelada pelo intendente Guilherme Rocha, e onde estava localizada a residência de Accioly, na esquina das ruas Guilherme Rocha com 24 de maio. A revolta durou de 21 a 24 de janeiro de 1912, e só terminou com a deposição do presidente da província. O presidente Accioly juntamente com outros familiares, foram encaminhados para o Quartel do Exército onde no dia seguinte foram embarcados com destino ao Rio de Janeiro. O ex-presidente, que nunca mais retornou ao Ceará, fixou residência na então capital federal onde faleceu no dia 14 de janeiro de 1921.

Rua General Bezerril – antiga Rua do Quartel. localização: Centro – começa na Rua Assunção – termina na Rua do Rosário


Rua General Bezerril, anos 50 (foto Arquivo Nirez)

José Freire Bezerril Fontenele participou da deposição violenta do General Clarindo de Queirós, assumindo o governo do Ceará em 17 de fevereiro de 1892. No dia 18 passa as funções para o Vice-Presidente Benjamin Barroso que providencia a saída do poder de todos os elementos ligados ao governo deposto, inclusive uma nova eleição para a Assembleia e a dissolução da anterior.

Avenida Alberto Nepomuceno – antiga Rua da Ponte, e Sena Madureira. Localização: vai do Poço da Draga, até a Travessa Crato, na região do Centro.


Avenida Alberto Nepomuceno (imagem Fortaleza em Fotos-2013)

Maestro, compositor, pesquisador e intérprete, foi um dos primeiros a estudar profundamente o folclore brasileiro, entre suas conquistas está a criação de um idioma musical próprio e caracteristicamente nacional, com o emprego de instrumentos típicos da música regionalista. Em 1903, quando era diretor do Instituto Nacional de Música é convidado pelo historiador Barão de Studart para compor o Hino do Ceará. Compõe depois a ópera  “O Guarani” inspirada na obra de José de Alencar. Em 1907 faz uma reforma do Hino Nacional Brasileiro, regulamentando sua execução pública e oficializando a letra de Osório Duque Estrada. Alberto Nepomuceno nasceu em 1864, em Fortaleza e faleceu em 1920.  

Rua Meton de Alencar – antiga Rua São Sebastião. Localização: começa na Avenida Duque de Caxias e termina na Avenida Tristão Gonçalves, no Centro.

Meton de França Alencar nasceu em Messejana, em 1843. Médico formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, participou da Guerra do Paraguai onde adquiriu a prática necessária para exercer a profissão; no final do conflito, recebeu do Imperador a patente de Capitão, o título de Primeiro Cirurgião do Exército e a Medalha Comemorativa da Campanha. Em 1871 retornou a Fortaleza onde foi nomeado médico da Santa Casa. Ficou famoso pela caridade, habilidade no trabalho e pioneirismo. Foi o primeiro a realizar cirurgia nervosa e autor da primeira transfusão de sangue no Brasil. Na política, foi eleito Deputado Geral pelo Partido Liberal. Faleceu em 1893.

Avenida Historiador Raimundo Girão – antiga Avenida Aquidabã. Localização:  Praia de Iracema e Meireles. Começa na Avenida Rui Barbosa e vai até a Praia de Iracema, terminando na Avenida Beira-Mar.

Raimundo Girão nasceu na Fazenda Palestina, em Morada Nova em 3 de outubro de 1900. Foi prefeito de Fortaleza no período de 1932 a 1934; primeiro titular da Secretaria Municipal de Urbanismo; ministro do Tribunal de Contas do Ceará; secretário de Educação e Cultura; primeiro dirigente da Secretaria de Cultura do Ceará; presidente do Conselho Penitenciário do Ceará. Foi membro da Academia Cearense de Letras e seu presidente, no período de 1957/1958. Foi membro correspondente de várias instituições de estados do Brasil, detentor de vários títulos honoríficos e medalhas. Faleceu em Fortaleza, no dia 24 julho de 1988.

Rua Jaime Benévolo – antiga Rua do Açude, da Cruz e Dr. João Tomé. Localização: começa na Avenida da Universidade e termina na Rua Costa Barros. Bairro de Fátima.

Nasceu em Maranguape, em 27 de agosto de 1854. Oficial do Exército, teve participação decisiva no movimento que culminou com a Proclamação da República. Foi considerado por jornalista da época, “um dos mais denodados propagandistas da República”, observando que sem ele talvez não tivesse havido o 15 de novembro. Durante o governo provisório que se seguiu o 15 de novembro, Jaime Benévolo foi nomeado para compor o Conselho Municipal na Capital da República. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 13 de maio de 1905.

Avenida Dom Luís – antiga Rua Farias Brito. Começa na Avenida Santos Dumont e termina na Avenida Washington Soares


Avenida Dom Luís (imagem Fortaleza em Fotos-2014)

Luís Antônio dos Santos nasceu em 17 de março de 1817 e faleceu no dia 11 de março de 1891. Foi o primeiro bispo do Ceará, responsável pela instalação do Seminário da Prainha, que contribuiu para a divulgação do ensino religioso no Ceará. Inaugurou o Colégio dos Órfãos Pobres, o Colégio da Imaculada Conceição e o Seminário do Crato. Na grande seca de 1877, quando as epidemias matavam centenas de cearenses, Dom Luís não media esforços nas obras sociais, mesmo com o risco da própria vida.

Rua Isaac Amaral – começa na Rua José Villar termina na Rua Barbosa de Freitas

Isaac Correia do Amaral Nascido em Fortaleza, em 18 de setembro de 1859, falecido em abril de 1942, na Serra de Guaramiranga. Foi projetista e construtor, destacando-se entre seus trabalhos a Igreja do Pequeno Grande e o antigo Parque da Independência, atual Cidade da Criança. Mas foi no campo abolicionista que teve participação decisiva. Realizava furtos de escravos e contribuiu ao lado de companheiros da Sociedade Cearense Libertadora para impedir o tráfico de negros no Porto de Fortaleza. Participou ainda da memorável sessão de 24 de maio de 1883, quando se declarou a liberdade total dos escravos no Ceará.

Rua Dias da Rocha – começa na Avenida Senador Virgílio Távora e termina na Avenida Padre Antônio Tomás.

Francisco Dias da Rocha foi um dos pioneiros do estudo e reconhecimento dos recursos naturais do Ceará. Cofundador e um dos primeiros professores da Escola de Agronomia, publicou vários trabalhos sobre botânica, enumerando centenas de espécies nativas e cultivadas, de efeito terapêutico. É atribuída ainda a Dias da Rocha a descoberta da janaguba, indicada em importantes tratamentos médicos. Com muito esforço, reuniu peças representativas da antropologia, flora, fauna, mineralogia e geologia do Estado. Uma vida dedicada à pesquisa, ao ensino e à ciência.

Avenida Antônio Sales – começa na Avenida Visconde do Rio Branco e termina na Avenida Engenheiro Santana Junior. Atravessa os bairros Joaquim Távora, Dionísio Torres, e termina no bairro Água Fria.

O escritor Antônio Sales nasceu em 13 de junho de 1868, no distrito de Parazinho, próximo a Paracuru, lugar que foi soterrado pelo avanço das dunas. Participou de várias associações, como o Clube Literário, Clube de letras e Clube Americanista. Mas sua maior atuação foi na Padaria Espiritual, inspirador e principal animador dessa agremiação literária.

Rua Coronel Ferraz – antiga Travessa do Colégio, Travessa São Luís. começa na Rua Costa Barros termina na Rua Franklin Távora


Rua Coronel Ferraz com a escola Jesus Maria José (imagem Revista O Malho-1915) 

Luiz Antônio Ferraz foi o primeiro governador do Ceará no período republicano. No dia 16 de novembro tomou posse do governo provisório, nomeando uma comissão executiva. Permaneceu na chefia do poder Executivo até janeiro de 1891, quando foi substituído por João Cordeiro. No decorrer de sua administração, diversos fatos marcaram a vida política local, sua arregimentação partidária e suas ambições eleitorais. O coronel Ferraz precisou deixar o cargo no dia 9 de janeiro de 1892, por motivo de saúde. Licenciado, viajou para o Recife, onde faleceu no dia 1° de fevereiro.


Fontes: 

História Abreviada de Fortaleza e Cônicas sobre a Cidade Amada, de Mozart Soriano Aderaldo. Fortaleza, Programa editorial Casa José de Alencar,1998.

A História do Ceará Passa por Esta Rua, de Rogaciano Leite Filho. Fortaleza, Fundação Demócrito Rocha, 1988.

Guia Turístico da Cidade. Prefeitura Municipal de Fortaleza, 1961

Fortaleza Velha: crônicas. João Nogueira. Fortaleza, edições UFC/PMF, 1980

wikipédia

domingo, 12 de outubro de 2025

Praças que Desapareceram (Ou Nunca Existiram)

 

A cidade é dinâmica. Lugares a exemplo das pessoas, transitam e depois se transformam. As praças foram criadas em áreas que passavam por transformações, como a ocupação do bairro Dionísio Torres e a construção da avenida Beira-Mar, obras de altíssimo impacto na formação da cidade. os espaços onde as praças foram criadas existiam, mas, acabaram tendo outras destinações.

Na gestão do prefeito Manuel Cordeiro Neto (1059-1963), foram criados diversos logradouros. Hoje não restam nem sinais da existência deles.

Bairro Dionísio Torres início dos anos 1960. 

Praça Dragão do Mar (antiga Marquês de |Herval)

Localizada no Meireles. Criada por Lei n° 2130 de 20 de junho de 1963, na gestão do prefeito Manuel Cordeiro Neto. A praça já existia com o nome de Marquês de Herval (homenagem ao general Manuel Luís Osório, do Exército brasileiro),  e aparece com esta denominação em todos os mapas oficiais de Fortaleza. Ocorre que não observaram que já existia um nome para o espaço, e a batizaram com um novo nome (Dragão do Mar). Apesar de ser conhecida por dois nomes, a praça desapareceu. Localizada na lei e nos mapas entre o Hotel Esplanada e o Clube dos Diários, não existe atualmente nenhum espaço que a identifique. A propósito, nem o Hotel Esplanada, nem o Clube dos Diários estão mais no local. 

Praça Epitácio Pessoa

No bairro Dionísio Torres, ruas Francisco Holanda, Coronel Alves Teixeira, Nunes Valente e Visconde de Mauá. Criada pela Lei 1671 de 16 de dezembro de 1960, prefeito Manuel Cordeiro Neto. Homenagem ao Dr. Epitácio da Silva Pessoa, presidente da República no período de 1919 a 1922.

Quando a praça foi criada o espaço era completamente vazio. Com a abertura das ruas Visconde de Mauá e Coronel Alves Teixeira, o espaço ficou seccionado. O loteamento favoreceu aos moradores das citadas ruas, pois suas residências ficaram com uma grande área livre em suas frentes. 

Praça Conselheiro João Alfredo

Bairro Vila Ellery, ruas Pompeu Cavalcante, Doutor Atualpa, Raimundo Correia e Professor Joaquim Antônio. Criada pela Lei 1671, de 16 de dezembro de 1960, prefeito Manuel Cordeiro Neto. A praça consta dos mapas, mas o espaço que deveria ser ocupado pelo logradouro, encontra-se totalmente construído.

Praça Manuel Vitorino

Localizada no Antônio Bezerra, ruas Pedro Melo, Hugo Victor, Tenente Queiroz e Manuel Nunes. O nome era uma homenagem ao Dr. Manuel Vitorino Pereira, estadista e tribuno. Criada pela Lei n° 1671 de 16 de dezembro de 1960, prefeito Manuel Cordeiro Neto. A área existia sem nenhum melhoramento, e era conhecida por Campo do Rio Branco. Depois foi efetivamente ocupada por um estádio de futebol, denominado Estádio Deputado Antônio Costa Filho. Hoje é a areninha Antony Costa.

 

local da antiga Praça Manuel Vitorino (imagem Google)

Praça Nilo Peçanha

No bairro Henrique Jorge, ruas Tupi e Florianópolis. Criada pela Lei 1671 de 16 de dezembro de 1960, prefeito General Manuel Cordeiro Neto. Constava dos mapas da cidade, mas não existia efetivamente. Totalmente loteada por construções particulares. O nome homenageava o presidente Nilo Peçanha, presidente da República no período de 1909 a 1910.  

Praça Onze de Agosto

No bairro Demócrito Rocha, ruas Pedro Muniz, Alagoas, Pernambuco, e Padre Antônio Vieira. Criada pela Lei 1671 de 16 de dezembro de 1960, prefeito Manuel Cordeiro Neto. Homenagem ao dia da criação dos Cursos Jurídicos do Brasil – 11 de agosto de 1827.  O espaço da praça desapareceu com a construção em 1972, da Escola de 1° grau Paulo Sarasate.

local onde ficava a Praça Onze de Agosto (imagem Google)


Praça Barão da Passagem

Bairro Dionísio Torres, ruas Coronel Linhares, Francisco Gonçalves, Israel Bezerra e Estados Unidos atual Avenida Senador Virgílio Távora. Criada pela Lei 1671, de 16 de dezembro de 1960, prefeito Manuel Cordeiro Neto. Nome anterior Praça Humaitá, criada por Decreto-Lei 123, de 11 de abril de 1945, pelo prefeito Raimundo Alencar Araripe. Homenagem ao Delfim Carlos de Carvalho, general do Exército. O espaço foi loteado por particulares, assunto foi bastante comentado pela imprensa da época.


Bairro Dionísio Torres (metade dos anos 60) 

Praça Prudente de Morais

No bairro Bela Vista, ruas Espírito Santo, Prudente de Morais, dos Estados e Travessa Prudente de Morais. Criada pela lei 1671, de 16 de dezembro de 1960, prefeito Cordeiro Neto. Homenagem ao presidente Prudente José de Morais Barros, presidente da República no período de 1894 a 1898.

Lugar parcialmente ocupado pela Escola de 1° grau Martins de Aguiar. Junto ao muro externo do colégio houve uma invasão de construções irregulares que ocupou o que restou da praça.

Praça Zacarias de França

Bairro Cajazeiras. Era a praça da Capela de Cajazeiras, distrito de Messejana, localizada na BR 116. Criada por Manuel Cordeiro Neto. Homenagem a Zacarias José de França, antigo proprietário de terras em Cajazeiras.

A praça era urbanizada com bancos, árvores e a igrejinha. Mas o progresso exigiu o alargamento da BR 116 e a reforma levou tudo: os bancos, as árvores, a igreja e a praça.

Praça Almirante Alexandrino

Na Aldeota, entre as ruas Coronel Jucá, General Potiguar, Monsenhor Catão e Vicente Linhares havia uma praça denominada Almirante Alexandrino, homenagem ao Almirante Alexandrino Farias de Alencar. Criada pelo Decreto-Lei 123, de 11 de abril de 1945, na gestão de Raimundo de Alencar Araripe. Na criação recebeu o nome de Praça Riachuelo em homenagem, batalha ocorrida na Guerra do Paraguai, vencida pelos combatentes brasileiros. Era uma quadra enorme, pertencente a particulares, depois o terreno foi invadido e ocupado com construções irregulares.

Praça Batista de Oliveira

Criada pela lei n° 4978, de 01 de março de 1978, no governo do prefeito Evandro Aires de Moura. O terreno foi doado no governo de Adauto Bezerra pela Organização Rural e Industrial do Ceará – ORIL, medindo ao todo 145,00 metros, localizada entre a Rua Dona Mendinha e Avenida Presidente Castelo Branco, para a abertura e construção, pela Prefeitura, de um Posto Médico e uma rua. Em 1980, no Governo Virgílio Távora foram construídas casas populares para pessoas de baixa renda.

Praça Cedro Corá

Localizada na Aldeota entre as ruas Monsenhor Catão, Paula Ney, Fonseca Lobo e Eduardo Garcia, criado pelo Decreto nº 799 de 18 de junho de 1947.

A praça é um quadrado, e não constou mais da nomenclatura de 1960. O espaço é todo ocupado por residências de luxo.

Largo dos Engenheiros Agrônomos

No bairro Bela Vista, nas ruas Padre Guerra e Humberto Monte. Criada pela Lei 4779, de 16 de novembro de 1976, no governo de Evandro Aires de Moura.

Com a abertura da avenida Humberto Monte, a praça foi engolida quase que totalmente, e segundo a prefeitura, o que sobrou não pôde ser considerado praça.

Praça Desembargador Eurico Monteiro

No Dionisio Torres, ruas Silva Paulet, Vila Zoraide, Isaac Amaral e Soriano Albuquerque. Criada pela lei 3628, de 07 de novembro de 1968, na gestão do prefeito José Walter Cavalcante.

O local não reunia condições de abrigar uma praça, visto que as ruas Soriano Albuquerque e Isaac Amaral ficam bem distantes uma da outra, o que impediu que os órgãos municipais a identificassem. Nas imediações do Colégio Joaquim Albano, solto na rua, havia um cacimbão enorme, dando a ideia de que ali fora um logradouro público.

Praça Monte Caseiros

Localizada na Aldeota. Avenidas Padre Antônio Tomaz, Estados Unidos (atual Senador Virgílio Távora) e Lomas Valentino. 

Criada pelo Decreto n° 799 de 18 de junho de 1947, prefeito José Leite Maranhão. Foi mais uma praça da Aldeota engolida pela especulação imobiliária, o espaço é totalmente ocupado por casas residenciais.

Praça Soares Bulcão

Bairro Demócrito Rocha, rua Monsenhor Furtado, Miguel Gonçalves e Avenida José Bastos. Criada pela lei 4257, de 24 de outubro de 1973. Totalmente tomada pela construção em 1985, da escola de 1° Grau Estado do Amazonas.

Praça Teixeira Rego

Bairro Nossa Senhora das Graças, ruas Gomes Passos, Álvaro de Alencar e Avenida Castelo Branco. Criada pela lei 5157, de 25 de maio de 1979, prefeito Lúcio Gonçalo de Alcântara. A praça chegou a ser inaugurada com pompa e solenidade, mas depois o lugar apareceu murado por particulares, e a lei de criação do logradouro foi revogada em 1981, denominando uma rua.

Praça Coronel Virgílio Nogueira Paes

Bairro Damas, ruas Miguel Gonçalves, Álvaro Fernandes, João Firmino e Senador Sá. Criada pela lei 4647, de 11 de dezembro de 1975, prefeito Evandro Aires de Moura. Terreno ocupado por blocos de apartamentos residenciais.

Praça Moraes Correia

No bairro Bela Vista, ruas Viriato Ribeiro, 21 de abril e Oscar Lopes. Criada pela lei 2559, de 26 de fevereiro de 1964, gestão do prefeito Murilo Borges Moreira. Espaço totalmente ocupada pela Escola Integrada Economista Nilson Holanda, nada mais restando da praça. 


Extraído do livros:

Praças de Fortaleza, de Maria Noélia Rodrigues da Cunha

Guia Turístico da Cidade/PMF – 1961. 

Fotos Pinterest/Publicação Fortaleza em Fotos                                                      

 

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Os Conjuntos Habitacionais de Caucaia

 

A partir da década de 1970, vários conjuntos habitacionais foram edificados em Fortaleza e nas regiões metropolitanas, com base na política do BNH, que utilizava recursos do FGTS para financiar habitações populares a baixo custo. Para viabilizar os projetos, seriam utilizados recursos do Banco Nacional da Habitação (BNH) criado em 1964, com essa finalidade -- financiar empreendimentos imobiliários. A meta do governo, era reduzir o déficit habitacional, e a falta de moradias de uma expressiva parcela da população de baixa e média renda, que não dispunha de recursos para adquirir um imóvel, uma das grandes preocupações do regime militar que governava o País.

O conceito de conjunto habitacional envolve a ideia de um conjunto de unidades residenciais (casas ou apartamentos) construídas em um único empreendimento, geralmente destinado a famílias de baixa ou média renda, e que compartilha áreas comuns como playgrounds e infraestruturas básicas. Eles são uma forma de habitação de interesse social, muitas vezes com subsídios do governo, e podem incluir o parcelamento do terreno e a venda das unidades edificadas.

Caucaia, consolidada como a segunda cidade mais representativa no mercado imobiliário

Essa modalidade de política habitacional foi largamente utilizada, tanto em Fortaleza como nas regiões metropolitanas. A maioria dos conjuntos foi implantada em terrenos baratos e áreas distantes, sem infraestrutura urbana, sem saneamento e serviços básicos, na direção do Distrito Industrial de Maracanaú e junto ao leito das linhas férreas – tronco Fortaleza – Maracanaú e tronco Fortaleza – Caucaia.

Em 1971 foi criada a COHAB-CE (Companhia de Habitação do Ceará) pela Lei Estadual nº 9.557, de 14 de dezembro de 1971, com o propósito de construir e gerenciar conjuntos habitacionais. A companhia foi responsável por projetos como o Conjunto Ceará, atualmente um bairro de Fortaleza, inaugurado em 1977, e pelos demais conjuntos habitacionais construídos em Maracanaú e Caucaia. A politica habitacional seria integralmente cumprida por essas duas instituições: COHAB-BNH.

O primeiro conjunto habitacional construído em Caucaia foi o Tabapuá, inaugurado em 1968, localizado no limite dos municípios de Fortaleza e Caucaia. O projeto original era constituído de 259 unidades residenciais, destinadas aos associados do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Servidores do Estado – IPASE, com a utilização de recursos do Banco Nacional de habitação (BNH).

A Era dos habitacionais viu surgir mega empreendimentos como o Conjunto Araturi e o Nova Metrópole. O Conjunto Araturi, que teve suas primeiras etapas, Araturi I, entregue em 1985 com 1.413 unidades residenciais. Em seguida entregaram a segunda etapa com 871 casas, financiadas pelo (BNH) e administradas pela COHAB. 

Os moradores do Araturi aproveitaram muito bem o fato de estarem próximos à via férrea, ao se reuniram e darem início, por conta própria, a construção da uma nova estação. Depois de finalizada, as composições que por ali passavam, começaram a parar no local, dando início ao funcionamento da Estação Araturi, depois oficialmente incorporada ao então sistema de trens urbanos que atendia Fortaleza e alguns municípios da região metropolitana. Posteriormente foi incorporada ao sistema do Metrô de Fortaleza.

Conjunto Nova Metrópole (imagem youtube)

O Conjunto Nova Metrópole foi entregue através de várias etapas, sendo as etapas I e II entregues em 1983, com 2.996 unidades e a última em 1989. No total, o conjunto previa 5.537 unidades habitacionais, distribuídas nas diferentes etapas. Assim como outros conjuntos da época o Nova Metrópole apresentava além das habitações, alguns equipamentos como praças, posto de saúde, serviço social e posto policial. Divide-se em duas áreas com predominância do uso residencial e com características bem distintas definidas pela tipologia habitacional: uma parte composta por blocos residenciais multifamiliares de dois pavimentos e outra compreendida por unidades habitacionais térreas, unifamiliares e isoladas no lote. O Conjunto Nova Metrópole e Conjunto Araturi, são bairros pertencentes ao Distrito de Jurema, no Munícipio de Caucaia.

Conjunto Residencial Guadalajara, entregue em janeiro de 1991, com 402 unidades residenciais, localizado na Jurema.

Conjunto Residencial Jurupari I e II, entrega em janeiro de 1991, com 504 unidades familiares. Localização na Jurema.

Conjunto Mirante do Sol, entrega em junho de 1988, com 864 unidades. Localização Jurema.

Conjunto São Miguel, entrega março de 1980, com 167 unidades, construído em regime de mutirão pelo Programa de Desfavelamento (PROAFA), para receber moradores que foram removidos em razão da abertura da Avenida José Bastos. O São Miguel fica na Jurema. Situação também do Conjunto Marechal Rondon, para onde foram removidos os desalojados do bairro Moura Brasil por ocasião da construção da Avenida Leste Oeste, em Fortaleza.  

Conjunto Eldorado, 190 unidades, localizado na Jurema.

Conjunto Cabatan entregue em novembro de 1981, com 66 unidades, construído pelo Banco do estado do Ceará (BEC). Localizado na sede do Município.

Conjunto Planalto Caucaia, inaugurado em julho de 1985, com 1.264 unidades. Localizado na Sede.

Estes conjuntos habitacionais foram construções planejadas e que visavam a ocupação racional do espaço urbano. Mas ao longo do tempo, a área foi tomada por construções irregulares, e a implantação desordenada de novos conjuntos habitacionais, inclusive em regime de mutirão, quando os próprios moradores erguem seus imóveis financiados pelos recursos públicos, como o Conjunto Marechal Rondon e o Parque Potira.  

A luta dos moradores dos conjuntos habitacionais por serviços e infraestrutura, acabou por valorizar os terrenos vizinhos, que foram loteados a preços mais elevados, pois incorporavam em seu preço as melhorias conquistadas pelos movimentos sociais. 

Nota-se a maioria dos grandes conjuntos foram instalados no atual distrito de Jurema, provavelmente por se encontrar em melhores condições de acesso, em razão da proximidade de Fortaleza e maior disponibilidade transporte. A grande maioria dos moradores destes conjuntos, trabalham ou estudam em Fortaleza, o que requer deslocamentos diários.  Estes fatores justificaram a implantação de grandes conjuntos habitacionais, naquela região dentro do município de Caucaia.


Fontes:

A produção do espaço Urbano de Caucaia -CE: o Caso do Distrito de jurema. Ana Letícia Freitas Lima/Maria Clélia Lustosa Costa/Francisco Alexandre Coelho-Revista Casa da Geografia de Sobral

Influência das Políticas Habitacionais na Construção do Espaço Urbano Metropolitano de Fortaleza – História e Perspectivas.  Thêmis Amorim Aragão

Jornal Diário do Nordeste/G1. 

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Igreja de São Pedro dos Pescadores

 

A antiga igreja de baixo, construída nas areias do Mucuripe pelos pescadores e suas famílias, segundo contam, uma moradora levou uma imagem de Nossa Senhora da Saúde para o Mucuripe. A princípio os moradores iam venerar a santa na casa da moradora. Depois uma outra moradora devota da Santa, de mais posses do que a primeira, mandou erigir uma capela em pagamento de uma graça alcançada. Então levaram a imagem para essa capela, que recebeu o nome de sua padroeira, Nossa Senhora da Saúde.

A igrejinha tinha a sua frente dois pés de flamboyant e a uma proximidade deslumbrante com o mar verde do Mucuripe. As festas reuniam multidões, com fortes manifestações de devoção a Nossa Senhora, quando se queimavam centenas de velas.

A igreja original, com janelas no sótão. Depois de reformas, o sótão foi removido.

Alguns moradores passaram a comercializar velas e outros artigos religiosos no patamar e nas proximidades do templo, o que desagradou ao vigário padre Luiz Rocha. Como os moradores insistiram na prática, o padre mandou fechar a igreja. Mas o povo não concordou e arrombou as portas da igreja, o que provocou a ira do padre e do bispo Dom Manuel, que mandou excomungar todos os envolvidos no episódio e interditar a igrejinha.  Inconformados, os moradores se juntaram em mutirões se empenharam na construção de uma nova igreja, no alto de uma duna, a atual matriz da paróquia do Grande Mucuripe, concluída em 1932.

Depois de algum tempo, em 1937, atendendo reivindicação de moradores, foi dada permissão do arcebispo, para reabertura do pequeno templo dos pescadores, que depois de restaurada passou a cultuar a devoção a São Pedro, o santo pescador. Essa igrejinha outrora, tinha um sótão, onde ficavam o coral e um órgão. Possuía três frentes e, no lugar onde hoje está o sino, havia duas janelinhas que davam vista para o mar. A planta original foi sendo modificada à medida que aconteceram as reformas. O sótão desapareceu com as mudanças. 



Era na igrejinha de baixo que os pescadores vinham pagar suas promessas, não só eles, mas todo o povo do Mucuripe e de outros lugares da cidade e até do interior. Centenas de ex-votos, talvez milhares deles, atestando a fé da gente praiana na sua padroeira: miniaturas de jangadas que se salvaram em dias de mar revolto, garrafas com preces recolhidas na praia, braços, pernas e mãos em gesso, em cera, em osso, em madeira, um mundo de provas dos milagres de Nossa Senhora. Todos esses ex-votos desapareceram com o fechamento da igrejinha.

A igrejinha foi fechada, considerada “porta do inferno” por Monsenhor Luiz Rocha, que convenceu o arcebispo a interditar a capelinha onde os moradores faziam suas preces e agradeciam os milagres de sua mãe protetora. A comemoração da festa de São Pedro, com procissão de barco pela enseada do Mucuripe, existe desde a década de 1930.


Foto Diário do Nordeste

Foto O Povo

A programação em homenagem a São Pedro, realizada anualmente, tem início no dia 20 de junho, com a tradicional novena realizada todas as noites na Igreja de São Pedro, na Avenida beira Mar. As celebrações encerram no dia 29 de junho com uma missa realizada logo nas primeiras horas da manhã. Após a cerimônia, a imagem do santo é conduzida em cortejo terrestre por pescadores vestidos com roupas tradicionais até uma embarcação. Em seguida, tem início a procissão marítima em direção ao espigão do Náutico.   

A Festa de São Pedro dos Pescadores, é primeiro bem imaterial registrado oficialmente em Fortaleza.

fontes:

Mucuripe, de Pinzon a Padre Nilson, de Blanchard Girão/Jornais O Povo/Diário do Nordeste. Fotos Pinterest/Anuário do Ceará. 

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Padre José Nilson, o Benfeitor do Mucuripe

 

Desde quando foi elevado à categoria de Paróquia, em 1931, o Mucuripe teve sucessivos vigários: chegavam, passavam dias, algumas semanas ou meses e depois pediam transferência. Era realmente uma paróquia difícil, uma comunidade constituída de pescadores e suas famílias que moravam em casebres, não contavam com qualquer tipo de ajuda e sofriam as maiores carências, situando-se muito aquém da linha de pobreza. Mas tinham uma grande religiosidade e depositavam suas esperanças na proteção da padroeira do lugar, Nossa Senhora da Saúde


Região do Farol do Mucuripe final dos anos 1930

Praia do Mucuripe início dos anos 1950, cenário encontrado pelo padre Nilson
 

No dia 05 de maio de 1950, assumia um novo vigário, o padre José Nilson Oliveira Lima: pouco mais de dois anos de ordenação, vinte e poucos anos de idade. Tempo previsto de permanência: 6 meses. Logo no início, o padre se surpreendeu com o contraste entre a esplendorosa paisagem natural e a miséria dos moradores. Começou seu reconhecimento pelos recantos do imenso território da paróquia. Subia e descia morros, vencia trechos prolongados no meio de um areal cansativo; Farol, Morro do Teixeira, Encantado, Santa Teresinha, Favela Verdes Mares, Varjota, Jurema, Vila dos Estivadores... um longo e penoso percurso que a juventude e o ardor religioso do padre enfrentavam com entusiasmo e coragem.


Imagem: https://www.facebook.com/acervopejosenilson/
Seminário da Prainha anos 1910

Naquele início dos anos 50, chegar ao Mucuripe era uma aventura. Havia tão somente uma linha de ônibus – Cais do Porto – que demorava horas, e já vinha lotado do Centro. Padre Nilson morava no Seminário da Prainha, e pegava o ônibus em frente ao local. Tinha lugar garantido, por mais cheio que o ônibus estivesse. Os estivadores que vinham do centro, reservavam o seu lugar. Era conhecido dos motoristas da linha e dos demais passageiros, estimado e respeitado por todos.

De Início o Padre Nilson criou a Associação da Juventude Católica do Mucuripe, para encaminhamento de menores pobres, que viviam em ambiente pernicioso, pouco recomendável a crianças, sem escola e sem regras. Incentivou a construção do cemitério, colégio, estádio e a restauração da igreja de cima (a atual Igreja de Nossa Senhora da Saúde, na Avenida da Abolição). Para tanto, contava com o apoio da comunidade, de alguns políticos, e com as célebres quermesses, que angariavam fundos para tais iniciativas.

Com o tempo, Padre Nilson passou a intervir positivamente junto as comunidades do Mucuripe: tornou-se interlocutor dos Estivadores junto às autoridades da Marinha e da administração do Porto. Foi inscrito como estivador, com direito a carteira do Sindicato, e remuneração pelos dias em que, por sorteio, era escalado para trabalhar na carga e descarga dos navios atracados. Quando vinham lhe pagar o valor da diária, sugeriu que os estivadores guardassem o dinheiro para alguma eventualidade. Mais tarde, foi aposentado como estivador do cais do Porto de Fortaleza.

Também os jangadeiros do Mucuripe tornaram Padre Nilson sócio efetivo da Colônia Z-8. Depois da missa matinal dos domingos, o padre reunia-se com os pescadores, e à exemplo dos estivadores, cuidava dos interesses deles junto à Capitania dos Portos. Tornou-se um pescador de carteirinha. Gozava de muita simpatia e total acolhida por parte das autoridades da Marinha, e sempre era convidado para toda e qualquer solenidade promovida por eles.

As mulheres de faziam a vida na prostituição do Mucuripe contavam com a compreensão e o acolhimento do padre Nilson. Muitas vezes, ao chegar para rezar a missa na capelinha de baixo (atual Capela de São Pedro, na avenida Beira Mar), o padre se deparava com algumas delas embriagadas, sentadas à porta da Igreja. Tinham pelo padre respeito e estima. Levantavam-se quando ele chegava, e apesar da embriaguez, não há qualquer registro de que essas mulheres tenham sido agressivas ou tenham dirigido ao religioso qualquer palavra grosseira.

Foi o Padre José Nilson quem orientou as mulheres a se transferirem para a vizinhança do Farol Velho, onde estavam sendo providenciadas acomodações com relativo conforto. Além de luz, água e transporte coletivo; as prostitutas se estabeleceriam no entorno do farol e as famílias residiriam mais além, em local mais tarde denominado Vicente Pinzon. Cerca de mil e trezentas mulheres da vida fizeram esta baldeação e ali sacramentaram a chamada Zona do Farol.

Padre Nilson chegou ao Mucuripe para ficar 6 meses, mas acabou ficando por mais de 50 anos. Testemunhou amplas transformações no bairro, principalmente transformações físicas, mudando quase que por inteiro aquela visão formosa que encantou os primeiros navegantes que aportaram por aqui, nos idos de 1500. A praia de areias brancas está reduzida a uma estreita faixa praticamente toda ocupada por embarcações, por barraquinhas de venda de peixe ou por equipamentos de lazer implantados pela prefeitura.


Praia do Mucuripe 2011

Centenas de pequenas embarcações a motor apinham as águas calmas da baía. E as dunas de outrora cederam lugar a espigões de muitos andares que compõem um paredão a impedir que o “Nordeste” refresque com sua aragem a cidade calorenta. Do muito que aconteceu, Padre Nilson viu de perto. Depois que se aposentou o padre continuou vivendo no Seminário da Prainha. Faleceu no dia 14 de abril de 2010, aos 88 anos, deixando para todos o exemplo de uma pessoa voltada e devotada às coisas de Deus, pela presença e solidariedade com todos que o cercavam.


O Colégio do Mucuripe foi fundado pelo Padre Nilson em 1963, depois teve o nome mudado para EEF Padre José Nilson - 2012

Igreja de Nossa Senhora da Saúde, construída em 1932, no cimo de uma duna


Morro do Teixeira - 2012

Região do farol, depois que a zona de prostituição foi transferida para lá

Mucuripe atual - vista aérea - imagem Diário do Nordeste


Fontes:

Mucuripe, de Pinzon ao Padre Nilson de Blanchard Girão. Edições Fundação Demócrito Rocha-1998.

Mucuripe / Audifax Rios – Fortaleza: 2013.

fotos: Arquivo Nirez, IBGE, Anuário do Ceará e Fortaleza em Fotos