domingo, 12 de outubro de 2025

Praças que Desapareceram (Ou Nunca Existiram)

 

A cidade é dinâmica. Lugares a exemplo das pessoas, transitam e depois se transformam. As praças foram criadas em áreas que passavam por transformações, como a ocupação do bairro Dionísio Torres e a construção da avenida Beira-Mar, obras de altíssimo impacto na formação da cidade. os espaços onde as praças foram criadas existiam, mas, acabaram tendo outras destinações.

Na gestão do prefeito Manuel Cordeiro Neto (1059-1963), foram criados diversos logradouros. Hoje não restam nem sinais da existência deles.

Bairro Dionísio Torres início dos anos 1960. 

Praça Dragão do Mar (antiga Marquês de |Herval)

Localizada no Meireles. Criada por Lei n° 2130 de 20 de junho de 1963, na gestão do prefeito Manuel Cordeiro Neto. A praça já existia com o nome de Marquês de Herval (homenagem ao general Manuel Luís Osório, do Exército brasileiro),  e aparece com esta denominação em todos os mapas oficiais de Fortaleza. Ocorre que não observaram que já existia um nome para o espaço, e a batizaram com um novo nome (Dragão do Mar). Apesar de ser conhecida por dois nomes, a praça desapareceu. Localizada na lei e nos mapas entre o Hotel Esplanada e o Clube dos Diários, não existe atualmente nenhum espaço que a identifique. A propósito, nem o Hotel Esplanada, nem o Clube dos Diários estão mais no local. 

Praça Epitácio Pessoa

No bairro Dionísio Torres, ruas Francisco Holanda, Coronel Alves Teixeira, Nunes Valente e Visconde de Mauá. Criada pela Lei 1671 de 16 de dezembro de 1960, prefeito Manuel Cordeiro Neto. Homenagem ao Dr. Epitácio da Silva Pessoa, presidente da República no período de 1919 a 1922.

Quando a praça foi criada o espaço era completamente vazio. Com a abertura das ruas Visconde de Mauá e Coronel Alves Teixeira, o espaço ficou seccionado. O loteamento favoreceu aos moradores das citadas ruas, pois suas residências ficaram com uma grande área livre em suas frentes. 

Praça Conselheiro João Alfredo

Bairro Vila Ellery, ruas Pompeu Cavalcante, Doutor Atualpa, Raimundo Correia e Professor Joaquim Antônio. Criada pela Lei 1671, de 16 de dezembro de 1960, prefeito Manuel Cordeiro Neto. A praça consta dos mapas, mas o espaço que deveria ser ocupado pelo logradouro, encontra-se totalmente construído.

Praça Manuel Vitorino

Localizada no Antônio Bezerra, ruas Pedro Melo, Hugo Victor, Tenente Queiroz e Manuel Nunes. O nome era uma homenagem ao Dr. Manuel Vitorino Pereira, estadista e tribuno. Criada pela Lei n° 1671 de 16 de dezembro de 1960, prefeito Manuel Cordeiro Neto. A área existia sem nenhum melhoramento, e era conhecida por Campo do Rio Branco. Depois foi efetivamente ocupada por um estádio de futebol, denominado Estádio Deputado Antônio Costa Filho. Hoje é a areninha Antony Costa.

 

local da antiga Praça Manuel Vitorino (imagem Google)

Praça Nilo Peçanha

No bairro Henrique Jorge, ruas Tupi e Florianópolis. Criada pela Lei 1671 de 16 de dezembro de 1960, prefeito General Manuel Cordeiro Neto. Constava dos mapas da cidade, mas não existia efetivamente. Totalmente loteada por construções particulares. O nome homenageava o presidente Nilo Peçanha, presidente da República no período de 1909 a 1910.  

Praça Onze de Agosto

No bairro Demócrito Rocha, ruas Pedro Muniz, Alagoas, Pernambuco, e Padre Antônio Vieira. Criada pela Lei 1671 de 16 de dezembro de 1960, prefeito Manuel Cordeiro Neto. Homenagem ao dia da criação dos Cursos Jurídicos do Brasil – 11 de agosto de 1827.  O espaço da praça desapareceu com a construção em 1972, da Escola de 1° grau Paulo Sarasate.

local onde ficava a Praça Onze de Agosto (imagem Google)


Praça Barão da Passagem

Bairro Dionísio Torres, ruas Coronel Linhares, Francisco Gonçalves, Israel Bezerra e Estados Unidos atual Avenida Senador Virgílio Távora. Criada pela Lei 1671, de 16 de dezembro de 1960, prefeito Manuel Cordeiro Neto. Nome anterior Praça Humaitá, criada por Decreto-Lei 123, de 11 de abril de 1945, pelo prefeito Raimundo Alencar Araripe. Homenagem ao Delfim Carlos de Carvalho, general do Exército. O espaço foi loteado por particulares, assunto foi bastante comentado pela imprensa da época.


Bairro Dionísio Torres (metade dos anos 60) 

Praça Prudente de Morais

No bairro Bela Vista, ruas Espírito Santo, Prudente de Morais, dos Estados e Travessa Prudente de Morais. Criada pela lei 1671, de 16 de dezembro de 1960, prefeito Cordeiro Neto. Homenagem ao presidente Prudente José de Morais Barros, presidente da República no período de 1894 a 1898.

Lugar parcialmente ocupado pela Escola de 1° grau Martins de Aguiar. Junto ao muro externo do colégio houve uma invasão de construções irregulares que ocupou o que restou da praça.

Praça Zacarias de França

Bairro Cajazeiras. Era a praça da Capela de Cajazeiras, distrito de Messejana, localizada na BR 116. Criada por Manuel Cordeiro Neto. Homenagem a Zacarias José de França, antigo proprietário de terras em Cajazeiras.

A praça era urbanizada com bancos, árvores e a igrejinha. Mas o progresso exigiu o alargamento da BR 116 e a reforma levou tudo: os bancos, as árvores, a igreja e a praça.

Praça Almirante Alexandrino

Na Aldeota, entre as ruas Coronel Jucá, General Potiguar, Monsenhor Catão e Vicente Linhares havia uma praça denominada Almirante Alexandrino, homenagem ao Almirante Alexandrino Farias de Alencar. Criada pelo Decreto-Lei 123, de 11 de abril de 1945, na gestão de Raimundo de Alencar Araripe. Na criação recebeu o nome de Praça Riachuelo em homenagem, batalha ocorrida na Guerra do Paraguai, vencida pelos combatentes brasileiros. Era uma quadra enorme, pertencente a particulares, depois o terreno foi invadido e ocupado com construções irregulares.

Praça Batista de Oliveira

Criada pela lei n° 4978, de 01 de março de 1978, no governo do prefeito Evandro Aires de Moura. O terreno foi doado no governo de Adauto Bezerra pela Organização Rural e Industrial do Ceará – ORIL, medindo ao todo 145,00 metros, localizada entre a Rua Dona Mendinha e Avenida Presidente Castelo Branco, para a abertura e construção, pela Prefeitura, de um Posto Médico e uma rua. Em 1980, no Governo Virgílio Távora foram construídas casas populares para pessoas de baixa renda.

Praça Cedro Corá

Localizada na Aldeota entre as ruas Monsenhor Catão, Paula Ney, Fonseca Lobo e Eduardo Garcia, criado pelo Decreto nº 799 de 18 de junho de 1947.

A praça é um quadrado, e não constou mais da nomenclatura de 1960. O espaço é todo ocupado por residências de luxo.

Largo dos Engenheiros Agrônomos

No bairro Bela Vista, nas ruas Padre Guerra e Humberto Monte. Criada pela Lei 4779, de 16 de novembro de 1976, no governo de Evandro Aires de Moura.

Com a abertura da avenida Humberto Monte, a praça foi engolida quase que totalmente, e segundo a prefeitura, o que sobrou não pôde ser considerado praça.

Praça Desembargador Eurico Monteiro

No Dionisio Torres, ruas Silva Paulet, Vila Zoraide, Isaac Amaral e Soriano Albuquerque. Criada pela lei 3628, de 07 de novembro de 1968, na gestão do prefeito José Walter Cavalcante.

O local não reunia condições de abrigar uma praça, visto que as ruas Soriano Albuquerque e Isaac Amaral ficam bem distantes uma da outra, o que impediu que os órgãos municipais a identificassem. Nas imediações do Colégio Joaquim Albano, solto na rua, havia um cacimbão enorme, dando a ideia de que ali fora um logradouro público.

Praça Monte Caseiros

Localizada na Aldeota. Avenidas Padre Antônio Tomaz, Estados Unidos (atual Senador Virgílio Távora) e Lomas Valentino. 

Criada pelo Decreto n° 799 de 18 de junho de 1947, prefeito José Leite Maranhão. Foi mais uma praça da Aldeota engolida pela especulação imobiliária, o espaço é totalmente ocupado por casas residenciais.

Praça Soares Bulcão

Bairro Demócrito Rocha, rua Monsenhor Furtado, Miguel Gonçalves e Avenida José Bastos. Criada pela lei 4257, de 24 de outubro de 1973. Totalmente tomada pela construção em 1985, da escola de 1° Grau Estado do Amazonas.

Praça Teixeira Rego

Bairro Nossa Senhora das Graças, ruas Gomes Passos, Álvaro de Alencar e Avenida Castelo Branco. Criada pela lei 5157, de 25 de maio de 1979, prefeito Lúcio Gonçalo de Alcântara. A praça chegou a ser inaugurada com pompa e solenidade, mas depois o lugar apareceu murado por particulares, e a lei de criação do logradouro foi revogada em 1981, denominando uma rua.

Praça Coronel Virgílio Nogueira Paes

Bairro Damas, ruas Miguel Gonçalves, Álvaro Fernandes, João Firmino e Senador Sá. Criada pela lei 4647, de 11 de dezembro de 1975, prefeito Evandro Aires de Moura. Terreno ocupado por blocos de apartamentos residenciais.

Praça Moraes Correia

No bairro Bela Vista, ruas Viriato Ribeiro, 21 de abril e Oscar Lopes. Criada pela lei 2559, de 26 de fevereiro de 1964, gestão do prefeito Murilo Borges Moreira. Espaço totalmente ocupada pela Escola Integrada Economista Nilson Holanda, nada mais restando da praça. 


Extraído do livros:

Praças de Fortaleza, de Maria Noélia Rodrigues da Cunha

Guia Turístico da Cidade/PMF – 1961. 

Fotos Pinterest/Publicação Fortaleza em Fotos                                                      

 

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