domingo, 9 de abril de 2023

Sérvulo Esmeraldo, o Artista das Formas



Sérvulo Esmeraldo nasceu na cidade do Crato (CE), no dia 27 de fevereiro de 1929. Na Chapada do Araripe, no Engenho bebida Nova, onde morava num grande casarão de janelas azuis cercada de natureza, alterava o curso dos riachos construindo comportas e canais com varas de cerca. Um dia foi embora do Crato e começou a expandir sua história. Passou por Fortaleza, São Paulo e Paris.


Ainda no início da carreira, inspirado pela arte expressionista, dedicou-se à xilogravura. Chegou a ilustrar livrinhos de novenas antes de viajar a Fortaleza, onde travou contato com outros artistas e participou do VI Salão de Abril, em 1950, e tornou-se assíduo frequentador da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP). 

 

No ano seguinte mudou-se para São Paulo, e participou da i Bienal Internacional de Arte. Em São Paulo fez grande amigos, estudou arquitetura e foi cronista de arte do Correio Paulistano, e realizou a sua primeira exposição individual no Museu de Arte Moderna de São Paulo até que surgiu a oportunidade de ir para a Europa como bolsista do governo francês.


Em Paris, onde ficou até 1979, frequentou o ateliê de litogravura da École Nationale des Beaux-Arts e estuda com Johnny Friedlaender. Na década de 1960, inicia suas criações no campo da Arte Cinética, movimento que surgiu na França, na década de 1950, e promove a ideia de movimento, e ilusão de ótica. Esmeraldo começou trabalhando com materiais como ímãs, eletroímãs e usando a gravidade em seus trabalhos.


Quando finalmente voltou ao Ceará, no fim dos anos 1970, já tinha trajetória estabelecida e obras espalhadas pelo Brasil - de São Paulo ao Acre - e em coleções particulares de todo o mundo. Em Fortaleza, virou símbolo de praças, avenidas, prédios públicos e universidades. Sérvulo Esmeraldo realizou trabalhos nas áreas de escultura, pintura, gravura e ilustração. Suas obras estão espalhadas por coleções públicas e privadas, no Brasil e em países como França, Portugal, Estados Unidos, Suíça, Chile, Cuba e Itália. 



Escultura no Calçadão C. Rolim, Centro (imagem Fortaleza em Fotos, 2014) 



Campus da Unifor, bairro Edson Queiroz  (imagem Márcia Travessoni)

 


escultura La Femme Bateau, Ponte dos Ingleses, Praia de Iracema (não se encontra no local atualmente) imagem Fortaleza em Fotos 2012



Fonte Cinética, Praça da Sé, no centro, inaugurada em 2002 (imagem Diário do Nordeste)



Interceptor Oceânico, na Avenida Beira Mar, Meireles  (imagem postal dos anos 80)




Monumento aos Jangadeiros, Avenida Beira Mar, Meireles (Imagem Diário do Nordeste)

  

Quadrados, no Campus do Pici (imagem Enciclopédia Itaú Cultural) 


O artista faleceu em Fortaleza, no dia 1° de fevereiro de 2017. Sua obra, umas com a precisão matemática e linhas retas, outras com formas em movimento, legítimas representantes da Arte Cinética, continuam presentes pelas ruas e praças de Fortaleza. 





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