A história de Fortaleza passa por esse fio de água
que viu a cidade nascer. O Riacho Pajeú, com tempo de existência estimado em
7000 anos, aparece nos primórdios da cidade, quando esta nada mais era do que
um pequeno povoado com algumas construções toscas e esparsas, como pode ser
visto no primeiro Mapa de Fortaleza, feito pelo Capitão-Mor Manuel Francês.
Os holandeses chamavam de Marajaik, e foi a
proximidade do riacho que determinou o local onde deveria ser construído o
Forte Schoonenborch. Matias Becker
considerava-o de águas frescas e doces. Tem um curso diminuto – não mais do que
5 km – e sua nascente, hoje aterrada, ficava no bairro Dionísio Torres.
O riacho no trecho da nascente até sua foz cortava a cidade em duas partes, Na sua margem direita e em direção ao nascente, elevava-se o planalto do Outeiro da Prainha, com seus sítios carregados de coqueiros, de onde se descortinava, do alto e ladeira abaixo, a orla ensolarada da vila banhada pelas águas do Atlântico. Do outro lado do riacho ficava a Colina da Misericórdia, onde foi levantada a fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. Ao seu redor, em terras ligeiramente acidentadas e protegidas pelos bastiões do forte, crescia o comércio, o centro administrativo e o primeiro bairro residencial de Fortaleza que, a partir de 1823 adquiria foros de cidade. De tanto ser mutilado, com aterros e construções, atualmente só aparece em alguns trechos e nos anos de boas chuvas.
O riacho no trecho da nascente até sua foz cortava a cidade em duas partes, Na sua margem direita e em direção ao nascente, elevava-se o planalto do Outeiro da Prainha, com seus sítios carregados de coqueiros, de onde se descortinava, do alto e ladeira abaixo, a orla ensolarada da vila banhada pelas águas do Atlântico. Do outro lado do riacho ficava a Colina da Misericórdia, onde foi levantada a fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. Ao seu redor, em terras ligeiramente acidentadas e protegidas pelos bastiões do forte, crescia o comércio, o centro administrativo e o primeiro bairro residencial de Fortaleza que, a partir de 1823 adquiria foros de cidade. De tanto ser mutilado, com aterros e construções, atualmente só aparece em alguns trechos e nos anos de boas chuvas.
No primeiro governo do Padre José Martiniano de Alencar
(1834-1837), foi construído em seu leito um
pequeno reservatório de alvenaria, medindo 13,33m² que acumulava água
para uso dos moradores da vizinhança. O açude era ponto de divertimento da
população em fins de tarde e nos finais de semana e concorria para o
abastecimento de água. A partir do açude foi feito um pequeno curso d’água que
alimentava um chafariz instalado na Rua de Baixo (atual Conde D’Eu e Sena
Madureira), perto do Palácio da Luz.
Antiga rua de Baixo
Outra espécie de chafariz também foi formado na
subida da Prainha, entre as chácaras do Coronel Joaquim Mendes da Cruz
Guimarães – antigo Palácio do Bispo e atual Paço Municipal – e a do Major
Franklin, na esquina da Avenida Alberto Nepomuceno com a Praça da Sé. As águas,
por fim, iam se lançar no maceió, abaixo da fortaleza, formando uma aguada
pública com grande proveito para as lavadeiras de roupas, passando por baixo da
ponte, hoje coberta pela pavimentação da Avenida Alberto Nepomuceno, que por
isso tinha o nome de Rua da Ponte.
Em 1879 o Presidente José Júlio de Albuquerque Barros, mandou reconstruir o reservatório, cuja bacia correspondia a área
atualmente ocupada pelo Parque Pajeú, na Avenida Dom Manuel.
Até as duas primeiras décadas dos 1900, o Riacho
Pajeú era um norte para a cidade, que crescia a oeste de sua margem
esquerda. Até então a cidade era pouco mais do que hoje é conhecido como centro
da cidade, limitada pelo riacho. Em 1918, foi canalizado pela antiga Diretoria
de Obras Públicas.
O crescimento sem limites - inclusive, atropelando o
espaço de mananciais como o Pajeú - é registrado a partir da década de 1960 e
se intensifica na década seguinte. No início da década de 1980, a Prefeitura
realiza uma obra de canalização que "afoga" 3.360 metros do Pajeú,
modifica o leito original e desvia o curso pelas edificações já existentes. A
partir daí o Pajeú, perde seu leito natural, sua fauna e sua flora.
O Riacho Pajeú de hoje em nada lembra as águas
límpidas que abasteciam a vila com os primeiros moradores de Fortaleza, há 289
anos. A maior parte da população ignora a importância desse pequeno rio, de
somente 4,7 km, para a formação do Município de Fortaleza. Muitos fortalezenses
nem mesmo sabem que esse córrego de águas fétidas que corre ao lado do Mercado
Central é o que restou do histórico Pajeú.
fotos IBGE, Brasiliana Fotográfica e Fortaleza em fotos
6 comentários:
Fátima, que blog informativo! Essas fotos do bueiro, você tem o crédito delas? obrigada
Oi Cecilia,
as fotos do bueiro são do site Brasiliana Fotográfica. Foram feitas em 1919.
abs
Nota-se nas fotos antigas, que a qualidade das obras eram bem melhor que as de hoje!
É muito triste um riacho com um contexto histórico ter um fim desse jeito,um riacho que faz parte da nossa história de origem como capital.Quando vejo alagamentos na Heráclito Graça vejo como a natureza sempre tem razão.
Como é triste ver a história de Fortaleza se desintegrar sob o lixo e o desinteresse das autoridades e o pouco conhecimento da população, sequer tem interesse em conhecer a história dessa cidade maravilhosa chamada Fortaleza.
Muinto triste 😢
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