Planta Exacta da Capital do Ceará, de Adolfo Herbster
O comércio de Fortaleza se estabelece no
Centro. Armazéns, e prédios como os da
Alfândega, Receita Estadual, e da administração municipal foram erguidos
próximos ao porto. Com o desenvolvimento desta indústria exportadora,
organizavam-se casas comerciais, como a Fábrica Philomeno Gomes nas Avenidas
Francisco Sá e Sargento Hermínio. As ruas do centro adquiriram funções
especializadas: determinada via concentrava o comércio de linhas e fios, outras
de peças, um modelo evidente até hoje para quem percorre vias como as Ruas
Pedro I e Castro e Silva.
O comércio se desenvolvia também na Avenida Alberto
Nepomuceno e Rua Conde D’Eu. O Mercado São José coletava produtos do interior e
os armazéns da Rua Governador Sampaio formavam o polo especializado na movimentação
portuária. A cidade crescia na perspectiva do Riacho Pajeú: Catedral, Palácio
da Luz, Assembleia Provincial, o porto e a produção de energia, e o Parque da
Liberdade na saída da cidade.
Existiam territorialidades diferenciadas no centro da cidade: na Praça do Ferreira
acontecia a feira da elite, mais selecionada. Naquela porção do centro tinha-se
a distinção clara entre lazer e trabalho. O ócio era desfrutado no Passeio
Público e os negócios eram feitos na Praça do Ferreira. A cidade se expandia,
mas o Centro ficou restrito ao que foi projetado por Adolfo Herbster, na Planta
Exacta do Ceará, em 1875.
Praça do Ferreira década de 1940
A feira popular acontecia na Praça Carolina, junto
ao Mercado Central, na região onde hoje se encontra o Palácio do Comércio. A
Praça do Ferreira exercia ainda uma função hoteleira, mas nada ligado a atual
perspectiva de Fortaleza como cidade turística. Era a rota comercial que
justificava a rede hoteleira. Hotéis como o Savanah recebiam os caixeiros
viajantes, responsáveis pelo abastecimento da idade. Traziam artigos do Rio de Janeiro, Recife e de outras cidades maiores. Tornavam Fortaleza interessante,
mas com uma sociedade de consumo limitado. Só com a abertura da Avenida Beira Mar nos anos 60, é que a cidade recebe equipamentos hoteleiros na praia com
foco no turismo, hoje um dos principais destinos
turísticos do País.
Até a década de 40 a cidade dava as costas para o mar e os deslocamentos tinham a ver com as visitas à familiares, idas às igrejas e as escolas. Fortaleza tinha formato estelar, com saídas para os eixos Bezerra de Menezes, Parangaba, através do Benfica, Estrada do Gado, pelo Montese; eixo Atapu, para Messejana e eixo Mucuripe, na região onde hoje fica o corredor comercial da Avenida Monsenhor Tabosa.
Até a década de 40 a cidade dava as costas para o mar e os deslocamentos tinham a ver com as visitas à familiares, idas às igrejas e as escolas. Fortaleza tinha formato estelar, com saídas para os eixos Bezerra de Menezes, Parangaba, através do Benfica, Estrada do Gado, pelo Montese; eixo Atapu, para Messejana e eixo Mucuripe, na região onde hoje fica o corredor comercial da Avenida Monsenhor Tabosa.
Outro fator interessante é que a parte do dinheiro
arrecadado com o crescimento comercial foi utilizada para fazer melhorias na
cidade, como a construção de chafarizes, colocação de um novo sistema de iluminação
pública e o calçamento de ruas.
Extraído da revista Fortaleza – fascículo 3, de
23/04/2006
fotos do IBGE e arquivo Nirez
fotos do IBGE e arquivo Nirez
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