Imagem de Santo Antônio na entrada da cidade
O santo padroeiro de Caridade é Santo Antônio, devoção iniciada ainda no século XIX, quando por volta de 1880, o padre José Tomais mandou edificar uma capela sob a invocação de Santo Antônio de Lisboa.
Igreja Matriz de Santo Antônio
A história do santo sem cabeça começou quando o então prefeito Raul Linhares, que governou a cidade entre 1981 e 1986 (falecido em 2005), encomendou ao artista cearense Francisco Barbosa de Oliveira, conhecido como Franzé D’Aurora, uma imagem gigante do padroeiro Santo Antônio – um monumento que em tamanho seria o terceiro maior do mundo – com templo e praça pública dotada de infraestrutura necessária para se transformar num polo de atração de fiéis e recanto de beleza turística e lazer da região. O prefeito pensava em transformar a cidade num polo de turismo religioso, aproveitando o potencial e a vocação da região que já conta com a festa de São Francisco, na vizinha Canindé.
Morro do Serrote, com o corpo sem cabeça
O local escolhido foi o
Morro do Serrote. A obra teve início em 1992 e quando o corpo da estátua foi
concluído, o coordenador do projeto, professor Alexandre, acompanhado de
representantes do município, foram fazer uma medição de ventos. Quando chegaram
ao alto do morro, concluíram que ali a ventania era muito forte, e
principalmente, perceberam que o corpo não tinha condições de sustentar a
cabeça que era muito grande, desproporcional ao resto da estátua.
A cabeça sem corpo e seu interior
Numa última analise,
ficou constatado que a estrutura de tamanha magnitude, já praticamente
concluída, precisaria de um reforço interno, devido à intensidade e a força dos
ventos naquela altitude, caso contrário
ela não suportaria o peso de uma cabeça com aquelas dimensões. A mudança
inesperada alterou o orçamento fazendo com que a conclusão fosse adiada por
tempo indeterminado.
Rua da Cabeça
Diante do impasse, a
cabeça do santo foi abandonada a 3 km do corpo, na Rua 102, no Bairro Conjunto
Habitacional, onde permanece até hoje. Já serviu de abrigo para moradores de
rua, de motel, de esconderijo e brincadeiras de crianças. Depois, construíram algumas
casas na rua e os muros isolaram a entrada da cabeça, que ficou sem acesso ao
seu interior. A antiga Rua 102 ganhou notoriedade e um novo nome: Rua da
Cabeça. Coisas do Ceará...
fotos de Rodrigo Paiva e Raquel Garcia
out/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário