Praça da Lagoinha
Na tarde de 3 de agosto de 1873, uma multidão em torno
de oito mil pessoas, apinhou-se em volta da estrada de ferro. A cidade ouviu
pela primeira vez, entre amedrontada e maravilhada, o surpreendente apito do
primeiro trem que rodou por aqui.
O cenário do histórico evento foi o caminho que ia
da Rua da Lagoinha à parada de Chico Manuel. Neste lugar ao longo do qual os
trens estacionavam, o coronel Francisco Manoel Alves construiu, no quintal de
sua residência, ao lado dos trilhos de ferro, extensos degraus de madeira para
facilitar o embarque e desembarque dos passageiros. O povo agradecido batizou
aquela parada com o nome de seu criador: a Parada de Chico Manoel.
Na sua viagem inaugural a locomotiva Fortaleza rodou
cinco vezes entre a estação provisória e a parada do Chico Manoel, situada na
esquina sudeste formada pela travessa das Trincheiras (atual Rua Liberato
Barroso) e a Rua do Trilho de Ferro (hoje Avenida Tristão Gonçalves).
Nessa época a Via Férrea de Baturité deixava a
cidade pela rua da Lagoinha: um estrito caminho que, depois de alargado com
mais de 40 palmos para o poente, serviria à primitiva Estrada de Ferro. Esta rua
que a partir de então seria conhecida como Rua do Trilho de Ferro, serviu de
principal cenário para o romance “A Normalista”, de Adolfo Caminha. Era chamada
de Lagoinha porque ladeava uma pequena lagoa que existia ao lado do Hospital
César Cals. As águas dessa lagoa tributavam maior volume ao Pajeú e abasteciam
a caixa d’água que servia aos trens, implantada ao lado dos trilhos de ferro.
No dia 14 de setembro daquele ano, abriu-se o
tráfego da Estrada de Ferro, com a presença do escritor José de Alencar, que
naquela oportunidade discursou sobre o passado e o futuro do Ceará. No dia 29
de novembro solenizou-se a inauguração do trem sob a direção do maquinista José
da Rocha e Silva – mestre Rocha. Depois de concluído o serviço entre a Capital
e a Vila de Arronches, o trem passou a trafegar
os 9,1 quilômetros detendo-se nas paradas: Chico Manoel, Capela São
Benedito, Damas, Asilo de Alienados e Arronches. Neste mesmo dia foi lançada a
pedra fundamental da Estação Central no Campo da Amélia, atual Praça Castro
Carreira.
No dia 9 de julho de 1880 inaugurou-se a Estação João Felipe em sua magnífica arquitetura dórico-romana, realizada pelo engenheiro austríaco Henrique Folgare.
No século XIX o Brasil integrou-se à economia mundial, como grande fornecedor de matérias primas e gêneros alimentícios. De 1850 a 1860, iniciou-se o período de modernização do país, registrando o aparecimento das primeiras indústrias.
Quase vinte anos depois, ensaiava-se a modernidade no Ceará, estabelecendo o encontro com o progresso anunciado pela locomotiva Fortaleza que ocorreu nos primeiros trilhos da capital, acontecimento fundamental para o desenvolvimento de uma província dependente das exportações das matérias primas oriundas dos sertões.
No dia 9 de julho de 1880 inaugurou-se a Estação João Felipe em sua magnífica arquitetura dórico-romana, realizada pelo engenheiro austríaco Henrique Folgare.
No século XIX o Brasil integrou-se à economia mundial, como grande fornecedor de matérias primas e gêneros alimentícios. De 1850 a 1860, iniciou-se o período de modernização do país, registrando o aparecimento das primeiras indústrias.
Quase vinte anos depois, ensaiava-se a modernidade no Ceará, estabelecendo o encontro com o progresso anunciado pela locomotiva Fortaleza que ocorreu nos primeiros trilhos da capital, acontecimento fundamental para o desenvolvimento de uma província dependente das exportações das matérias primas oriundas dos sertões.
Extraído do livro
Ideal Clube – história de uma sociedade: memórias, documentos, evocações.
de Vanius Meton Gadelha Vieira.
foto do arquivo Nirez
Ideal Clube – história de uma sociedade: memórias, documentos, evocações.
de Vanius Meton Gadelha Vieira.
foto do arquivo Nirez
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