Até as últimas décadas do século XIX, a hoje chamada Praça
do Carmo era um grande areal nos arrabaldes de Fortaleza. Havia uma lagoa no quarteirão em frente, onde
hoje funcionam o Banco do Brasil e um estacionamento. A lagoa era alimentada
por um córrego que vinha das bandas da Praça do Ferreira.
No dia 21 de janeiro de 1921 foi colocada uma
imagem de N. S. da Paz no adro da igreja, por uma associação de devotos da
santa. Em 1966 a imagem foi deslocada para a posição
atual, devido ao alargamento da Avenida Duque de Caxias. (foto do Arquivo Nirez)
A praça foi chamada inicialmente de Nossa Senhora do
Livramento, devido a capela construída no local pela irmandade existente na
Igreja do Patrocínio. A partir de 1915,
a praça mudou de nome quando a padroeira deixou de ser N. S. do Livramento e
passou a ser N. S. do Carmo. Em 1922 a Praça recebeu o nome de
Gonçalves Ledo, voltando mais tarde, em 1932, ao antigo nome. Em 1929 a praça foi
totalmente reformada: recebeu um piso
novo, um jardim – denominado Demosthenes de Carvalho – bancos e iluminação, tornando-se um dos logradouros
mais importantes do centro.
A origem da atual Igreja N. S. do Carmo remonta ao ano de 1850, quando foi
construída a Capela de N. S. do Livramento, ampliada e restaurada pelo mestre
Rosa em 1870. O templo atual foi projetado por Adolfo Herbster, mandado
construir pela confraria de N. S. do Carmo, criada pelo Monsenhor João Dantas,
da Igreja do Patrocínio, e inaugurado no dia 25 de março de 1906.
A região onde estava erguida a igreja era considerada tranquila
e popular. “Nos bons tempos (década de 40) era propícia para encontros
sentimentais”, escreveu o professor e advogado já falecido, Francisco Edmilson
Pinheiro, em seu livro “A Praça do Carmo Minha Amiga”. De acordo com o escritor,
o aspecto era convidativo: um local arborizado que contava com fileiras dos fícus
de benjamim verdejantes e dos oitis frondosos; um bem cuidado jardim de rosas
multicores dava um toque agradável ao lugar.
as paredes da Igreja do Carmo são cobertas de placas de agradecimentos dos fiéis
Já na década de 40, com a presença do padre Aureliano Mota
na paróquia, a praça atingiu o ápice do seu prestígio. Do púlpito da igreja, o
vigário, um grande orador sacro, atraía a população da Cidade. Como o trânsito
era pequeno, os noivos da sociedade fortalezense escolhiam a paróquia do Carmo
para se casarem. Para eles, o importante era que a cerimônia fosse presidida
pelo padre Aureliano.
Na década de 60 a praça do Carmo serviu como ponto de ônibus elétricos das linhas Parangaba e Antônio Bezerra (foto do arquivo Nirez)
Daquela época até a década de 70, a
região foi puramente residencial. Moravam lá as famílias tradicionais da
Capital: Pontes Pinheiro, Pontes Vidal e Oliveira, entre muitas outras
ilustres. Outra tradição do lugar eram os lustradores de sapatos, famosos
pelas confusões em que se metiam.
Depois da época dourada, a história mudou. Apesar de a região continuar sendo a mesma, o perfil da Praça do Carmo mudou. Tornou-se um centro comercial, com tendência para se consolidar no ramo de produtos naturais. Na frente da praça fica a Avenida Duque de Caxias (conhecida antigamente como Boulevard do Livramento); pelas laterais as Ruas Major Facundo e Barão do Rio Branco; por trás, a Rua Clarindo de Queiroz. Em volta da igreja, várias bancas de revistas; no entorno da praça, estacionamentos de táxis, de motos e de veículos particulares.
Depois da época dourada, a história mudou. Apesar de a região continuar sendo a mesma, o perfil da Praça do Carmo mudou. Tornou-se um centro comercial, com tendência para se consolidar no ramo de produtos naturais. Na frente da praça fica a Avenida Duque de Caxias (conhecida antigamente como Boulevard do Livramento); pelas laterais as Ruas Major Facundo e Barão do Rio Branco; por trás, a Rua Clarindo de Queiroz. Em volta da igreja, várias bancas de revistas; no entorno da praça, estacionamentos de táxis, de motos e de veículos particulares.
Instituto Histórico Geográfico e Antropológico do Ceará - Fundado em 14 de março de 1887, para concorrer com o
desenvolvimento das letras e ciências e divulgar a História, Geografia e a
Cultura do Ceará. No decorrer de sua
existência, seus membros produziram vários trabalhos, publicados em suas
revistas e livros. Funciona num prédio
construído entre 1919 e 1920 para residência do comerciante Jeremias Arruda,
projeto do arquiteto e engenheiro João Saboia Barbosa.
Ainda faz parte desse polo comercial e religioso, o Banco do
Brasil instalado há quase 40 anos na Rua Barão do Rio Branco, 1515. Estacionamentos,
restaurantes self services, frigoríficos, laboratório, a farmácia dos
Merceeiros, na esquina da Rua Clarindo de Queiroz com Major Facundo; o famoso
Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará, que situa-se na Rua
Barão do Rio Branco, 1594, desde o ano de 1967, no local onde antes, funcionou
o antigo Ginásio Municipal; próximo também está O Colégio Ary de Sá, onde antes
esteve a primeira sede do Colégio Farias Brito, localizado à Avenida Duque de
Caxias com Major Facundo.
A Praça do Carmo ainda tem um comércio considerado saudável. Muitos
comerciantes instalados na região são antigos. Um exemplo são os proprietários da Banca "O Sobral", trabalhando há mais de 30 anos na
região. O ponto comercial é famoso por vender todo tipo de apostila para
concursos e vestibulares e manter um ambiente climatizado.
fontes:
Caminhando por Fortaleza, de Francisco Benedito
Jornal Diário do Nordeste
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