O termo – Desenvolvimento
Sustentável – surgiu em 1987, quando a
Comissão Mundial sobre meio Ambiente e Desenvolvimento, criada em 1983 por
iniciativa da ONU para avaliar os avanços dos processos de degradação do meio
ambiente e as políticas ambientais vigentes. A decisão de criar a Comissão tinha
o objetivo de promover audiências em todo mundo e produzir um resultado formal
das discussões. Somente quatro anos depois, a comissão publicou suas conclusões
num documento intitulado “Nosso Futuro Comum” também conhecido como Relatório
Brundtland.
O Relatório Brundtland apontou
para a incompatibilidade entre o desenvolvimento sustentável e os padrões de
produção e consumo vigentes; reconheceu as disparidades entre as Nações e a
forma como se agravaram com a questão da dívida dos países pobres; profetizou problemas ambientais, como o aquecimento global e a destruição da
camada de ozônio, que eram conceitos novos para a época; expressou preocupação
em relação a velocidade das mudanças estar excedendo a capacidade das
disciplinas científicas e das habilidades humanas de avaliar e propor soluções.
Também apresentava uma lista de
ações a serem tomadas pelos Estados e definia metas a serem realizadas no nível
internacional, tendo como agentes as diversas instituições multilaterais.
A partir dessa constatação, os termos Desenvolvimento
Sustentável e Sustentabilidade – termo usado para definir ações e atividades
humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem
comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, a sustentabilidade está diretamente
relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio
ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se
mantenham no futuro – virou modismo nos discursos políticos. Dá um ar de
modernidade aos velhos discursos, manjadas promessas, repetidas a exaustão,
nunca cumpridas.
Mas os nobres gestores de
Fortaleza, capital dessa Capitania do Siará Grande, se depararam com um obstáculo adicional na hora de mandar passar o
trator dentro de umas das poucas áreas protegidas da cidade: a opinião pública. Ainda que muitos não tenham
conhecimento desses termos técnicos que regem as matérias ambientais, mesmo os
mais distraídos já perceberam que os tempos atuais não comportam mais destruição de
áreas verdes ou de espaços naturais dentro de Fortaleza, sem graves consequências para a cidade - primeiro tentaram invadir as dunas, agora invadiram o Parque do Cocó - que é chegada a hora de se buscar soluções
alternativas, que permitam que a cidade cresça, sem destruir o que resta de
áreas naturais. Pois então senhor prefeito, é chegada a hora de promessas
deixarem de serem só promessas e virar atos e ações... sustentáveis!
A forma de tentar solucionar o
impasse foi verdadeiramente medieval: mandaram desalojar os manifestantes, acampados
na área do parque, à custa de muita
pancadaria, muito gás de pimenta e muita polícia despreparada e mal paga. Não
deu certo. Não dará certo nunca mais. Os tempos são outros, os argumentos, os
meios de negociação também são outros. O Parque do Cocó precisa ter sua área
delimitada, identificada, para que todas saibam tratar-se de área de
preservação, com legislação e uso específicos;
para que nunca mais venha a ser usada a
bel prazer de nenhum governante, de nenhum agente, seja público ou privado.
Entenda, o prefeito, que esse é um momento histórico, daqueles momentos em que novos paradigmas são assimilados
e mudam toda a história. Agora todos sabem que o Parque do Cocó é patrimônio de
Fortaleza e de sua população. Apesar de você.
Referências:
NOSSO FUTURO COMUM. Relatório da Comissão Mundial sobre Meio ambiente
e Desenvolvimento. 2ª. Ed. Rio de Janeiro: FVG, 1991.
http://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/sustentabilidade.htm
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