domingo, 31 de agosto de 2008

Lagoa da Parangaba

A história do bairro da Parangaba se confunde com a história da paróquia de Bom Jesus dos Aflitos. Em 1607, vieram de Pernambuco os jesuítas Francisco Pinto e Luiz Filgueiras. Fundaram pequenas aldeias, inclusive a de Porangaba.
Em 1609 foi construída uma capela na aldeia para guardar os ossos do jesuíta Francisco Pinto que fora trucidado pelos índios tucurijus. A capela deu origem a Igreja de Matriz de Bom Jesus dos Aflitos.
Ao redor a comunidade cresceu, a principio em chácaras, depois transformadas em área nobre com imensos casarões. A Porangaba do tempo dos jesuítas se transformou na vila portuguesa de Arronches e posteriormente Parangaba, palavra indígena que significa “bela lagoa”.
Em 1759 foi criado o município de Parangaba, extinto em 1833 pelo Conselho da Província. Seis meses depois volta a ser município para em 1835 ser extinto novamente.
No final de 1835, o município foi restaurado e em 1921 foi extinto pela última vez. Passou a ser distrito, época em que abrigou uma experiência pioneira: a instalação de ônibus elétricos com um terminal que funcionava nos fundos da igreja matriz. A lagoa é a grande referência do bairro: as águas limpas que serviam para o lazer e abastecimento dos moradores, deram lugar a águas poluídas, turvas, mal cheirosas, que segundo a lenda, abriga até jacarés.
De acordo com o levantamento realizado pela prefeitura de Fortaleza, a Lagoa da Parangaba é uma das que têm maior profundidade, o que favorece a atividade da pesca. Mas segundo especialistas em meio ambiente, a lagoa está poluída, coberta de aguapés, cercado de lixo e precisa de ações urgentes para acabar com os esgotos clandestinos.
No entorno da lagoa, funciona a famosa "feira da Parangaba", onde segundo se comenta, se encontra de tudo, desde o comércio clandestino de aves silvestres, a armas de fogo e revenda de veículos.
Lagoa da Parangaba
Bairro da Parangaba, zona oeste de Fortaleza
Profundidade máxima: 4,92 m
Profundidade média: 2,77 m
Volume de água: 1.190.000 m³
É a maior lagoa de Fortaleza, tanto em profundidade quanto em volume de água.

7 comentários:

Vicente Furtado disse...

O comentário é um tanto vago e muito crítico, pois os jacarés e jibóia, que não foi nem comentado, sempre existiram e ainda hoje nos finais de tardes, os jacarés ainda fazem pose no ancoradouro atrás da das residencias que ficam do lado leste, nos fundos do Hospital São Vicente de Paulo e o SESI...Os ônibus elétricos que datam das gestões Vicente Fialho e César Cals Filho, tinham o final da linha, na Praça em frente à Igreja, vizinho a Av. Osório de Paiva. Tive o privilégio de os conhecer, mas infelizmente pelos transtornos da falta de energia, quase sempre estavam parados nos acostamentos e foram cedidos para Teresina-PÍ...

Fátima Garcia disse...

então os jacarés (e jiboias)não são lenda, são reais mesmo. Historias boas que estão sendo apagadas da memória da cidade.
abs Vicente Furtado, e obrigada pela visita

Torres Jopiara disse...

Poderia está melhor, devia está urbanizada, mais não está, falta vontade do prefeito em transformar em um cartão postal.

Unknown disse...

Fátima, eu tambem tenho interesse em seu tema e gostaria de pedir o encaminhamento de seu artigo. Ainda será possivel? Obrigada. email: sipahi.yasmin@gmail.com

Mário Guerra disse...

Os antigos habitantes do bairro dizem que sempre teve jacarés na lagoa. Outras lagoas de Fortaleza, como o Lago Jacareí, também tinham jacarés. Os "especialistas" mais jovens dizem que os animais foram trazidos filhotes por viajantes que regressaram da Amazonia e, quando os animais cresceram, os soltaram na lagoa. Esta explicação faz pouquissimo sentido. Pois a fauna topo de cadeia alimentar sempre esteve presente no Ceará. Ainda temos onças pardas; a literatura especializada menciona ocorrência de oncas pintadas no Ceará; jacarés grandes (espécie jacaretinga) são endemicos no Rio Poty, pasmem, em Crateus, nos Inhamuns (regiao mais seca do estado); Jacareí, o nome do lago da capital, siginifica em tupy, raiz linguistica dos indios que habitavam Fortaleza até o século XXVIII, "jacaré pequeno" (porque teriam dado este nome ao lago?). Os grandes felinos (oncas) e répteis (jacarés e jiboias) eram topo de suas cadeias e dependiam dos elos mais abaixo, como capivaras (extintas na região mas com registos históricos confirmando a presença), queixadas, tamanduás e cervideos (ainda presentes, por exemplo, em Maranguape) e as emas (ave prima do avestruz que praticamente desapareceu dos sertões na primeira metade do século XX - todo sertanejo octogenário afirma que elas eram abundantes e deram nome a vários distritos de várias cidades do interior). O que ocorreu foi que estas espécies foram expulsas (populações eliminadas) pelo crescimento desordenado da população, expansão imobiliária, caca predatória, secas e falta de políticas de proteção pelas gerações anteriores. Aliado a isto, as matas das serras do estado, inclusive as da região metropolitana, foram derrubadas para plantar banana e fazer sitios. E a caatinga está sendo queimada a decadas para fazer lenha para as padarias e ceramicas. Os jacarés de agora em Crateus e na Parangaba, as oncas pardas que vagueiam magras e os servos e tamanduás da serra de Maranguape são os últimos remanescentes. Não há como restaurar as populações, até porque os "estudiosos", mesmo com Jacarés capturados em Crateus e na Parangaba e com a caça a tamanduás e veados sendo comum em Maranguape, nem sequer reconhecem sua presença .

Francisco disse...

Há alguns anos atrás criei coragem pra ir ao meio da lagoa pra verificar de perto o que só avistava de longe- uma construção (um muro ou pedaço de parede com grandes tijolos) e até hoje não conseguir descobrir essa história (o que seria no passado? Alguém poderia me enviar informações sobre o passado dessa famosa lagoa? EMAIL- franciscoetelvino59@gmail.com
Serei muito agradecido...

Unknown disse...

Minha tia já falecida, me falava que houve uma época, anos atras, onde os mais antigos aqui no bairro contam que a lagoa secou , e havia um grande caçimbao construído ainda pelos índios. Ela foi uma dos moradores antigos que tiveram o prazer de pisar no chão rachado pela grande seca que houve na época que a lagoa secou. E essa caçimba construída pelos índios ainda existe sim na lagoa. Ela tinha um livro relíquia que contava a história do bairro Porangaba antigo, pena que emprestou e nao devolveram mais.