O primeiro prédio
identificado com a atividade teatral em Fortaleza, aparece em 1830, em frente à
Igreja do Rosário, atual Praça General Tibúrcio. Chamava-se popularmente
Teatrinho da Concórdia, embora fosse também considerada Casa de Ópera, tendo
sido obra de negociantes portugueses e empregados do comércio. Depois de 12
anos, mudou-se para a Rua Barão do Rio Branco com o nome de Teatro Taliense,
funcionando ali até 1872.
Em 1876 aparece outro
Teatro, o São José. Instalou-se
originalmente na Rua Senador Pompeu onde ficou até 1884. Seu palco era ocupado
frequentemente pelas animadas comédias do grupo amador Recreio Familiar. Esse
teatro foi destruído por um incêndio em 1898.
Na esquina das ruas Barão
do Rio Branco com João Moreira, defronte ao Passeio Público, foi inaugurado em
1877, o Teatro de Variedades, espaço ao ar livre, em que a plateia
providenciava as próprias cadeiras. Após três anos, de 1880 a 1896, no mesmo
local, funcionou o mais importante de todos os teatros que antecederam o José
de Alencar: o Teatro São Luís. Por ele passaram as companhias que excursionavam
em direção ao Norte e faziam escala em Fortaleza, apresentando óperas,
operetas, dramas e comédias. Além de espetáculos teatrais, o São Luís acolheu
grandes acontecimentos, como a oratória inflamada de José do Patrocínio e a
execução da ouverture de O Guarani, na presença do próprio Carlos Gomes. Fechou
em 1896, devido as confusões que os alunos da escola Militar faziam a sua
volta.
Esquina das ruas Formosa (Barão do Rio Branco) com Travessa da Misericórdia (Dr. João Moreira - postal de 1905
Por um ano, a cidade ficou sem espaço para espetáculos, mas em 1897, o Clube de Diversões Artísticas, dirigido por Papi Junior, levanta um pequeno teatro, o Iracema, na Rua Formosa (atual Barão do Rio Branco), num terreno pertencente ao Clube Iracema que funcionava no prédio do Reform Club. A experiência deu tão certo que, em 1898, foi criado o Grêmio Taliense de Amadores, do qual fizeram parte Ramos Cotoco e Carlos Câmara. O Taliense estabeleceu seu pequeno teatro na Rua Senador Pompeu, esquina com Liberato Barroso.
Por um ano, a cidade ficou sem espaço para espetáculos, mas em 1897, o Clube de Diversões Artísticas, dirigido por Papi Junior, levanta um pequeno teatro, o Iracema, na Rua Formosa (atual Barão do Rio Branco), num terreno pertencente ao Clube Iracema que funcionava no prédio do Reform Club. A experiência deu tão certo que, em 1898, foi criado o Grêmio Taliense de Amadores, do qual fizeram parte Ramos Cotoco e Carlos Câmara. O Taliense estabeleceu seu pequeno teatro na Rua Senador Pompeu, esquina com Liberato Barroso.
Na rua Major Facundo,
fundou-se, em 8 de fevereiro de 1904, o Centro Artístico Cearense. Depois, em
28 de abril de 1912, o Centro mudaria definitivamente a sua sede para o
endereço de esquina da rua Tristão Gonçalves com a Duque de Caxias, onde, em
1925, iniciaria as suas atividades com o cinema, e, em 16 de dezembro de 1931,
inauguraria um palco para apresentações teatrais.
Entre 1904 e 1905 foi
fundado o Clube Atlético, que era uma sociedade esportiva formada por jovens do
comércio, onde além das práticas atléticas, também organizavam seus dramas e tragédias. Esse grupo criou o Teatro João Caetano, no mesmo local em que
estivera o “Variedades”, do Grêmio Taliense, na rua Senador Pompeu com a
Liberato Barroso. O pequeno Teatro João Caetano tinha capacidade para cerca de
400 cadeiras. Na sede, o palco se localizava em cima de um poço, por se
acreditar que melhorava a acústica. O teatro, que ficava ao lado do Clube
Atlético, foi destruído por um incêndio originado de um depósito de madeiras na
rua Liberato Barroso, deixando a cidade sem um teatro popular, o que fez com
que as companhias de teatro, quando aqui chegavam, se apresentassem no pequeno
palco do cinema Rio Branco.
Em 1910 surgiu o teatro
oficial da cidade, O Theatro José de Alencar. Inaugurado oficialmente no dia 17
de junho de 1910, o José de Alencar comemorou seus 106 anos como a mais bela e
a mais importante casa das Artes cênicas do Ceará, e a maior referência
cultural do Estado.
O raro espécime de
arquitetura eclética foi erguido entre dois outros edifícios, uma escola e um
quartel de polícia. Além da sala de espetáculos, em ferro fundido e madeira
importada da Europa, compunham o teatro um primeiro prédio que o guardava do
contato da praça, e uma caixa de cena em tijolo e madeira, com inovações
técnicas até então inusitadas para o teatro local.
Para países não
industrializados como o Brasil, assim como para as províncias como a do Ceará,
onde tudo que se alcançara em matéria de progresso era o comércio
exportador-importador com a Europa, ter um teatro de ferro dava a ilusão de
haver entrado no pórtico da civilização. Vinha ele somar-se a uma série de
outros edifícios e equipamentos urbanos que caracterizaram o período da belle
époque no Ceará.
Um novo Teatro São José
foi criado em 1914 como alternativa de lazer cultural para trabalhadores que
não tinham acesso fácil ao luxuoso Teatro José de Alencar, inaugurado em 1910.
Num terreno baldio ao lado da Igreja da Prainha, o padre alemão Guilherme
Wassen, identificado com o movimento dos trabalhadores cristãos, deu início à
obra com a ajuda voluntária de operários. Em um galpão com coberta de zinco
eram apresentadas peças, sessões de cinema, dramas e jogos visando angariar
verbas para a obra.
Em primeiro plano, a Igreja da Conceição da Prainha, e ao fundo, o Teatro São José
Em 1915 o Teatro São José
passou a funcionar onde está hoje, na Praça Cristo Redentor, local onde se
instalou também, a sede do Círculo Operário de Trabalhadores Cristãos de
Fortaleza. O teatro operário conheceu muitas glórias. Peças do cearense Carlos
Câmara foram quase todas encenadas lá. Companhias locais e de outros estados
atraiam o público. O teatro serviu também para recepcionar visitantes ilustres
como o ex-presidente Juscelino Kubitschek.
Fortaleza ainda contou com outras salas de artes cênicas, as vezes improvisadas como teatro, a exemplo do Cinema Rio Branco, de Henrique Mesiano, e do Politeama, na Praça do Ferreira, de José Rola.
O dia 14 de julho de 1917, marca a inauguração do Cine Teatro Majestic Palace, com a inauguração do palco e dia 20, inauguração do cinema. O Majestic foi instalado num imponente edifício de quatro andares, na Rua Major Facundo, na Praça do Ferreira. A sala de projeção que também era teatro, era toda em ferro como no Teatro José de Alencar. Tinha 650 cadeiras no térreo e nos dois andares onde ficavam os camarotes e a geral.
Fortaleza ainda contou com outras salas de artes cênicas, as vezes improvisadas como teatro, a exemplo do Cinema Rio Branco, de Henrique Mesiano, e do Politeama, na Praça do Ferreira, de José Rola.
O dia 14 de julho de 1917, marca a inauguração do Cine Teatro Majestic Palace, com a inauguração do palco e dia 20, inauguração do cinema. O Majestic foi instalado num imponente edifício de quatro andares, na Rua Major Facundo, na Praça do Ferreira. A sala de projeção que também era teatro, era toda em ferro como no Teatro José de Alencar. Tinha 650 cadeiras no térreo e nos dois andares onde ficavam os camarotes e a geral.
Entre 1919 e 1939 o autor Carlos Câmara arrastava multidões que lotavam o teatro improvisado do Grêmio Dramático Familiar, no calçamento da Messejana, atual Visconde do Rio Branco. Na peça de estreia do autor, intitulada “A Bailarina”, há registros sobre a chegada da devastadora gripe espanhola, que veio para a cidade a bordo do vapor Ceará. Acometido da doença Carlos Câmara levou ao palco o que havia de moleque em torno da influenza. Como não acertava com o nome da doença, o populacho batizou a gripe de Bailarina.
fontes:
Geografia Estética de Fortaleza, de Raimundo Girão
Theatro José de Alencar: o teatro e a cidade, Terra da Luz Editorial
fotos do arquivo Nirez, e do livro Theatro José de Alencar: o teatro e a cidade
fotos do arquivo Nirez, e do livro Theatro José de Alencar: o teatro e a cidade
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