quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Saneamento básico e ambiental

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico do homem que exercem ou podem exercer efeito deletério sobre o bem-estar físico, mental ou social.
O saneamento básico um conjunto de serviços e instalações operacionais que incluem:
- abastecimento de água potável
- esgotamento sanitário;
- limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;
- drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.
O conceito de saneamento básico evoluiu para saneamento ambiental, em cumprimento aos novos paradigmas que regem a gestão ambiental e a sustentabilidade urbana.

Saneamento Ambiental

É um conjunto de ações técnicas e socioeconômicas entendidas fundamentalmente como de saúde pública, tendo por objetivo alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental compreendendo:

- o abastecimento de água em quantidade e dentro dos padrões de potabilidade vigentes;
- o manejo dos esgotos sanitários;
- o manejo dos resíduos sólidos e emissões atmosféricas;
- a drenagem de águas pluviais;
- o controle ambiental de vetores e reservatórios de doenças;
- a promoção sanitária e o controle ambiental do uso e ocupação do solo;
- a preservação e controle do excesso de ruídos, tendo como finalidade promover e melhorar as condições de vida urbana e rural.
Fonte: Secretaria Nacional de Saneamento, 2003

Saneamento em Fortaleza

Fortaleza tem uma população estimada de 2.431.415 habitantes (IBGE, 2007), mas apesar da importância do serviço, a cobertura de esgotamento sanitário da cidade é de apenas 50,56% dos domicílios, conforme atesta reportagem publicada no Diário do Nordeste, utilizando dados fornecidos pela CAGECE.
Quanto à cobertura de água tratada, o número é bem maior: cerca de 97,80% dos domicílios; a rede de drenagem de águas pluviais cobre 62,2%, enquanto a coleta de lixo atende a 95% dos domicílios.
O motivo para a disparidade entre o tamanho das redes de esgotamento sanitário e a de abastecimento de água, seria o custo, já que as obras de esgotamento sanitário têm custo muito superior.
Os bairros periféricos e as áreas mais desvalorizadas da cidade, onde reside a maior parte da população mais pobre, são os últimos a receberem este tipo de serviço público.
As ações de saneamento exigem relação com vários outros setores administrativos, como a infra-estrutura, o desenvolvimento urbano, o meio ambiente, a saúde pública e com a educação, contribuindo com a qualidade de vida da população e a proteção ambiental.


... Mas já foi pior


Antigamente quando Fortaleza não tinha esgotos, era usual em quase todas as residências, juntar os detritos fecais em grandes barris de madeira, conhecidos por “quimoas”, e mandar esvaziar o infecto conteúdo nas proximidades da praia.
A tarefa era realizada pelos quimoeiros, que carregavam na cabeça sua malcheirosa carga.
Por onde passavam os quimoeiros, havia grande correria de homens, mulheres e crianças, bater de portas e janelas, todos procurando evitar o encontro com os carregadores.
E quando cansados ou bêbados, (e eles bebiam muito para poder encarar o serviço), descansavam o barril nas calçadas ou num batente que lhes servisse de apoio.
De onde quer que partissem, os quimoeiros passavam obrigatoriamente pela frente da Santa Casa, desciam o calçamento que dava no velho gasômetro, rumo a praia (que seria hoje a Praia de Iracema).
Ali chegando o fétido carregamento era atirado ao mar, o barril era lavado, e o homem voltava, passando pela antiga Rua Formosa, hoje Barão do Rio Branco.

Extraido do livro Fortaleza Descalça de Otacilio de Azevedo

3 comentários:

Unknown disse...

Sou professora de Português e adorei o seu texto. Me ajudou muito, pois estou ensinando redação aos meus alunos e estamos pensando em fazermos um projeto que ajude a compreender essa parte de saneamento, os "porquês" de seus problemas, suas evoluções. Pelo que entendi, foram realizadas muitas modificações, mas, infelizmente ainda não é o esperado.
Obrigado por seus esclarecimentos.
Luciene Silva.

Fátima Garcia disse...

olá Luciene, obrigada pela gentileza do seu comentário. Há um tempo atrás fiz um mini-curso promovido pelo Ministério das Cidades e realizado pela UFC que se destinava a criação de facilitadores na área de saneamento ambiental. Fiz o curso para complementar uma grade curricular, e neste foram disponibilizadas 3 apostilas, bastante interessantes. Se lhe forem úteis, posso repassá-las para você. Meu email é
mfatimagarcia@hotmail.com.
abs

Assis Lima disse...

Ainda bem que, as estatísticas dão conta de que o fortalezense é o brasileiro de maior sensibilidade cultural no quesito Memória da Cidade. São blogs como esse de Fatima Garcia que enobrece nossa história e aumenta mais e mais nosso cuidado com a geografia sentimental. Eu tenho um acervo substancioso de fotos e dados de nossa Cidade, do Rádio e o Trem e disponibilizo. Parabéns.