Os borós eram vales que eram passados como troco no comércio de Fortaleza. Eram aceitos com fossem a moeda oficial e por isso mesmo, qualquer um se achava no direito de lançá-los.
E surgiram aos montes, de todos os formatos, de todos os tamanhos, de todas as cores, impressos ou escritos à mão, todos valendo ora 100 ora 200 Réis.
Os borós com melhor aceitação foram os emitidos pela Câmara Municipal de Fortaleza, em 1896, para custear a construção do mercado de ferro. Conta-se que por ocasião do lançamento da pedra fundamental o então intendente Guilherme Rocha juntou um punhado desses vales, amarrou-os e colocou dentro de uma urna, escrevendo por fora, a seguinte frase: “Com isto fiz isto”.
Os borós espalharam-se como uma febre pelo comércio. A propósito de tudo, e mesmo sem propósito algum apareciam borós, cujos dizeres eram mais ou menos os seguintes:”José de Souza deve ao portador por falta de troco quinhentos réis.” Seguia-se a assinatura, o local e a data.
Emitiram borós as companhias de bonde de burros: a Ferro Carril do Ceará, a Ferro Carril do Outeiro e a Companhia de Bondes de Porangaba.
Certa vez um vendedor ambulante emitiu borós com a seguinte inscrição: “vale uma tigela de arroz doce”. Indignado, o intendente proibiu a circulação dos vales e determinou o seu recolhimento pelo ambulante, sob a alegação de que só os vales emitidos pela câmara tinham valor circulatório.
Os borós com melhor aceitação foram os emitidos pela Câmara Municipal de Fortaleza, em 1896, para custear a construção do mercado de ferro. Conta-se que por ocasião do lançamento da pedra fundamental o então intendente Guilherme Rocha juntou um punhado desses vales, amarrou-os e colocou dentro de uma urna, escrevendo por fora, a seguinte frase: “Com isto fiz isto”.
Os borós espalharam-se como uma febre pelo comércio. A propósito de tudo, e mesmo sem propósito algum apareciam borós, cujos dizeres eram mais ou menos os seguintes:”José de Souza deve ao portador por falta de troco quinhentos réis.” Seguia-se a assinatura, o local e a data.
Emitiram borós as companhias de bonde de burros: a Ferro Carril do Ceará, a Ferro Carril do Outeiro e a Companhia de Bondes de Porangaba.
Certa vez um vendedor ambulante emitiu borós com a seguinte inscrição: “vale uma tigela de arroz doce”. Indignado, o intendente proibiu a circulação dos vales e determinou o seu recolhimento pelo ambulante, sob a alegação de que só os vales emitidos pela câmara tinham valor circulatório.
Muitos comerciantes foram à falência por emitir borós sem possuir lastro e o resultado era fatal: o resgate não era feito. Eram os borós sem fundos.
Conta-se que um proprietário de sítio chamado Clementino, para facilitar o pagamento de salário dos seus trabalhadores, emitiu borós o quanto pode. Mais tarde, não pode resgatá-los, causando grande prejuízo na praça. Veio o descrédito, ninguém mais queria aceitar os vales.
Os borós tiveram seu apogeu e circularam até ficarem desacreditados. Uma invenção cearense que foi copiada e utilizada por alguns estados, entre os quais Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia e Minas Gerais, que os emitiram larga e profusamente.
Fonte: Coisas que o tempo levou
De Raimundo Menezes
Conta-se que um proprietário de sítio chamado Clementino, para facilitar o pagamento de salário dos seus trabalhadores, emitiu borós o quanto pode. Mais tarde, não pode resgatá-los, causando grande prejuízo na praça. Veio o descrédito, ninguém mais queria aceitar os vales.
Os borós tiveram seu apogeu e circularam até ficarem desacreditados. Uma invenção cearense que foi copiada e utilizada por alguns estados, entre os quais Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia e Minas Gerais, que os emitiram larga e profusamente.
Fonte: Coisas que o tempo levou
De Raimundo Menezes
Um comentário:
Os borós ainda existem: são distribuidos pelos bancos e recebem o pomposo nome de cheques. Como os borós, a maioria não tem fundos.
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