Localizada no centro entre as Avenidas Tristão Gonçalves, Imperador e Rua Guilherme rocha, ao lado do Hospital e Maternidade Cesar Cals. Sua demarcação é anterior a 1859, ano em que o Conselho de Intendência autorizou a construção de uma cacimba de pedra. A praça foi construída sobre uma pequena lagoa, formada por um dos afluentes do riacho Pajeú, daí a origem dessa primeira denominação. Como a população trazia o lixo de quase toda a cidade para ser descartado ali, a cacimba converteu-se num foco de doenças, ameaçando a saúde pública e teve que ser aterrada.
A partir de 1881 recebeu a
denominação de Coronel Teodorico, em homenagem a Antônio Teodorico da Costa,
médico, vice-presidente da província, deputado, presidente da Assembleia e
Comandante da Guarda Nacional.
Após a Proclamação da República o
Conselho de Intendência resolveu que todos os nomes de ruas e praças da cidade
seriam substituídos por números e datas. Assim, a praça Coronel Teodorico
recebeu a nova denominação de Praça 16 de novembro – data da instalação do
governo provisório do Estado do Ceará, em 1889. Mas essa deliberação só vigorou
por seis meses, e a praça recebeu o antigo nome de volta, mudando só a
titulação do homenageado, de Coronel para Comendador Teodorico.
Nessa ocasião a praça foi arborizada
com mongubeiras, que fizeram parte do paisagismo da praça por 39 anos, sendo
derrubadas para seu ajardinamento. Por outro lado, por meio de leis municipais
de 1919 e 1923, a sua área foi diminuída para a construção de dois institutos
de beneficência e caridade.
Havia na praça uma caixa d’água de alvenaria para abastecimento dos trens que passavam pela avenida Tristão Gonçalves, demolida na década de 1920, pelo diretor da Rede de Viação Cearense por solicitação da prefeitura municipal. Em seu lugar foi construído um coreto, que durante anos foi utilizado para as exibições da Banda da Polícia Militar.
Em junho de 1930, na gestão do
prefeito Álvaro Weyne foi construído um jardim que foi chamado de Thomaz
Pompeu, em homenagem ao Dr. Thomaz Pompeu de Souza Brasil, vice-presidente da
Província em 1889, diretor da faculdade de Direito. Nessa mesma gestão foi
instalada uma fonte de águas coloridas (que atualmente se encontra na Praça
Murilo Borges).
A partir dessa urbanização, a
praça caiu nas graças da população, e passou a ser frequentada por todas as
classes sociais. Era chique circular em volta dos canteiros, na área arborizada
e bem delineada. A exemplo do que já acontecia no Passeio Público, a divisão de
classes se fazia espontaneamente, sem regulamento, sem normas escritas.
No meio da praça circulavam as
pessoas da elite, os endinheirados; na periferia, os cidadãos comuns. Virou
ponto de encontro de poetas, violeiros, dos casais de namorados, estudantes de
rédeas soltas. Ali se realizavam verdadeiras sessões literárias e musicais ao
ar livre. Também era o quartel-general de alunos da Fênix Caixeiral, quando
este era o grande centro educacional do centro.
Em 1965, o nome da praça mudou novamente, passando a denominar-se praça Capistrano de Abreu, em homenagem ao historiador nascido em Maranguape. A partir da década de 70 a praça inicia um processo de decadência, comum a outros logradouros do centro, serviu como feira de pássaros, e depois como local de negócios duvidosos, ficando por muito sendo conhecida como feira dos malandros.
A Praça em 2010 (imagem Fortaleza em Fotos)
Praça Capistrano de Abreu (imagem do Google Earth set/2024)
Nos últimos anos a Praça da
Lagoinha foi fechada por tapumes para a construção da primeira fase do Parque
da Cidade, nome dado à obra de integração daquele logradouro à Praça José de
Alencar, local da mais importante estação do metrô. O trecho entre as duas
praças já foi inaugurado. A praça oficialmente Capistrano de Abreu, nunca perdeu a denominação popular que lhe foi atribuída desde seu surgimento: Praça da Lagoinha
Fontes:
Praças de Fortaleza/Maria Noélia
Rodrigues da Cunha/1990//Caminhando por Fortaleza/FranciscoBenedito/1999/
Jornal O Povo/Jornal Diário do Nordeste/Publicação Fortaleza em Fotos - Fotos do Arquivo NIREZ
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