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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Avenida Washington Soares


A Avenida Washington Soares, é uma das vias mais extensas de Fortaleza, medindo, desde seu início na Avenida Engenheiro Santana Junior, até o limite com o município de Eusébio, cerca de 17 km. A partir daí, a via se transforma na CE-040, rodovia estadual que vai até a cidade de Aracati, no litoral leste do Estado. Sua construção foi iniciada em abril de 1977, a partir das obras de alargamento da avenida Perimetral, iniciadas no trecho entre a UNIFOR e a Avenida Santos Dumont. A avenida corta toda a zona leste de Fortaleza, ligando a Aldeota à região do Iguatemi atravessando vários bairros como Edson Queiroz, Água Fria, Parque Manibura, Messejana, Cidade dos Funcionários, dentre outros.
Já passou por várias reformas e mudanças no traçado, pois recebe grande fluxo de veículos em razão dos diversos equipamentos de grande porte que lá se instalaram, e que costumam atrair grandes multidões, a exemplo de universidades, o fórum, shopping centeres, colégios, casas de shows e centro de eventos.        

UNIFOR à época da inauguração

 A instalação da UNIFOR é anterior a inauguração da avenida Washington Soares. Inaugurada em 1973, tinha por endereço a antiga Avenida Perimetral.

Centro de Convenções de Fortaleza - construído na década de 1970 foi um dos primeiros equipamentos a se instalar na Avenida Washington Soares, em uma área de 15.200 m², com estrutura para receber até 5 eventos simultâneos. Segundo anúncio do governo do Estado, o imóvel passará em breve por reforma e ampliação.

Vista aérea do Shopping Iguatemi  e da área de entorno na década de 80.  

O Shopping Iguatemi foi inaugurado no dia 2 de abril de 1982, em terras onde antes se instalara a Salina Diogo, com aterramento de áreas alagadas.

O Fórum Clóvis Beviláqua chegou à Avenida Washington Soares em 1997.O prédio tem 75 mil metros quadrados de área construída e extensão horizontal de 330 metros, o que lhe confere o status de maior edifício público da América Latina. Pelo Fórum passam diariamente, cerca de cinco mil pessoas, buscando a prestação jurisdicional e o efetivo exercício da cidadania.

Shopping Via Sul, um dos muitos que se instalaram na Avenida, inaugurado em 1° de dezembro de 2008


Centro de Eventos do Ceará - Com capacidade para 30.000 pessoas, é o mais moderno equipamento da América Latina, sendo o segundo maior espaço de eventos do Brasil. Foi oficialmente inaugurado no dia 15 de agosto de 2012. 




Passarelas, viadutos, elevados, túneis, ciclovia são equipamentos que compõem a Avenida Washington Soares 


Na saída de Fortaleza, no limite com o município de Eusébio a Washington Soares, que é administrada pelo Estado, se transforma na rodovia CE-040.

Quem foi 




Washington Soares e Silva foi um grande empresário e proprietário de terras em Fortaleza, nascido em Ibiapina no dia 1º de janeiro de 1889. Passou a infância em sua cidade natal e por volta de 1910 foi para Sobral estudar. Lá, engajou-se em nos movimentos literários, como o Grêmio Litero-Sobralense, pelos quais publicou alguns poemas. Contudo, em 1917 saiu de Sobral em busca de independência. 
Trabalhou na Firma "Boris & Frères", e passou vários anos viajando pelos estados do nordeste. Em 1927, casou-se com a paraibana Sofia de Moura Soares e veio a se estabelecer em Fortaleza. 
Adquiriu uma imensa propriedade então pertencente a Antônio Filomeno Gomes. O terreno, que tinha cerca de 1.000 hectares, estendia-se desde o rio Cocó até a região das "Seis Bocas", abrangendo os atuais bairros de Água Fria, Lagoa Seca, Sapiranga, Precabura, Coité, Cocó (em parte), Dendê, Cacheada e Lagoa do Muçum. 
Além das Salinas situadas no atual Parque do Cocó, Washington Soares tinha olarias (produção de telha/tijolo) e plantações de milho, mandioca, feijão, jerimum e batata. Durante a seca de 1932, recebeu em suas terras retirantes do interior, acolhendo-os como trabalhadores e moradores do sítio. 
Na região do Cocó, Washington Soares construiu uma pequena escola para os filhos dos pescadores da Colônia Z-58 e uma pequena ponte para a travessia do rio (anos 40). Na política, presidiu o PSD sem nunca ter se candidatado a qualquer cargo eletivo. Faleceu na Santa Casa de Misericórdia, aos 58 anos de idade, em 24 de agosto de 1947, vítima de grave enfermidade nos rins.


fotos da Washington Soares: Rodrigo Paiva 
fontes:
wikipédia
jornal Diário do Nordeste

domingo, 31 de março de 2013

Eleitorado sem Cabresto

 Mucuripe nos anos 50, região onde foi construída a Usina do Serviluz (foto Arquivo Nirez)

Enquanto as eleições a nível estadual aconteciam numa espécie de prévia, onde os partidos determinavam os nomes dos que deveriam ser ungidos pela população para o governo do Estado, em Fortaleza ninguém conseguia controlar o espírito libertário de sua gente. Dizia-se que o eleitorado da capital não possuía cabresto. Livre, imprevisível, agindo sempre ao sabor de suas emoções, embora sem nenhum embasamento político ou ideológico.

 prefeito Acrísio Moreira da Rocha quando assinava a doação do terreno para construção da Casa do Jornalista (foto do site da ACI)

Fortaleza levou á prefeitura, por duas vezes, a figura populista e carismática de Acrísio Moreira da Rocha, após a redemocratização acontecida em 1945. (Acrísio Moreira da Rocha foi prefeito de Fortaleza de 1948 a 1951 no primeiro mandato, e de 1955 a 1959 no segundo mandato).
 Os grandes partidos bem que tentaram, sem êxito, dominar a cena, com nomes credenciados, inclusive pela posição econômica. O banqueiro Antônio da Frota Gentil, por exemplo, numa época em que a base de sustentação financeira de Fortaleza e do Estado, tinha no Banco Frota Gentil uma de suas vigas de sustentação, buscou o apoio popular através da poderosa sigla do PSD (Partido Social Democrático), sem nenhum sucesso.  Diversos outros candidatos, de igual envergadura, amargaram o peso da derrota adiante desse descompromisso eleitoral dos moradores de Fortaleza.
Havia sim os xodós, aquelas paixões tempestuosas, que quase sempre, se esvaneciam após a lua de mel. Acrísio resistiu mais com seus descamisados ou o pessoal do tamanco (carroceiros, camelôs, operários) visando sua ida à Prefeitura.

 Paulo Cabral de Araujo, prefeito de Fortaleza de 1951 a 1955 (foto do livro A Era do Rádio no Ceará)

Outro nome de grande popularidade, conseguida por seu prestígio pessoal adquirido  ao longo de brilhante carreira no rádio (PRE-9) foi Paulo Cabral de Araújo, a quem a cidade escolheu para dirigi-la, para a seguir, elege-lo deputado estadual.
O fenômeno Paulo Cabral revelou pela primeira vez, a importância do instrumento que, mais tarde,  seria peça essencial a qualquer esquema político-eleitoral: a mídia.  Orador influente, inflamado no comando de campanhas de benemerência, ora em favor da Santa Casa, ora em prol dos lázaros ou das vítimas das secas, Paulo Cabral tornou-se  em pouco tempo uma personalidade profundamente identificada com a cidade. E daí redundou a escolha de seu nome, acima das injunções partidárias para concorrer ao cargo, derrotando outros de mais tradição na vida política.

 Usina Serviluz - Serviço de Luz e Força de Fortaleza, criada pela Lei Municipal n° 803, de 20 de maio de 1954 (foto IBGE)

Em sua administração criou a Usina Serviluz, amenizando a rumorosa questão da falta de energia na cidade através de uma usina termoelétrica. Foi também Paulo Cabral que pensou em realizar um plano urbanístico para Fortaleza, com o renomado Sabóia Ribeiro.
Se o microfone elegera Paulo Cabral, seu substituto o general Manuel Cordeiro Neto fez-se prefeito graças ao símbolo de sua campanha: uma lata. Na sua juventude, Cordeiro Neto fora Chefe de Polícia (cargo equivalente ao atual Secretário de Segurança), oportunidade em que instituiu o “regime da lata”. Vadios, vagabundos, presos por desordens ou sentenciados pela Justiça, eram utilizados em obras públicas como pedreiros, ajudantes, serventes e outros trabalhos relativos a construção ou em serviços de limpeza. Recebiam para tanto, uma diária. Ocupavam-se e, no trabalho, longe dos rigores do encarceramento, muitos ganharam a recuperação pretendida pela sociedade.  Junto à população, essa imagem encontrou repercussão positiva, afinal a população sempre aplaudiu atitudes rígidas contra marginais, especialmente ladrões. 

 Costa Leste de Fortaleza antes da construção da Avenida Beira mar anos 50 (Arquivo Nirez)

Naquela época, aconteciam costumeiramente, arrombamentos de residências, quando não apenas invasão de quintais, com roubo de galinhas. Esse tipo de delinquente, que governos anteriores encurralavam num depósito degradante, localizado na Praça da escola Normal, foi de que se valeu Cordeiro Neto para implantar o regime da lata. Como "o homem da lata", Cordeiro Neto encontrou respaldo em todas as classes sociais, e contrariando as previsões das lideranças partidárias, elegeu-se prefeito de Fortaleza por larga maioria.

 Avenida Beira-Mar durante sua construção nos anos 60 
 e alguns anos depois, na década de 1970

Em sua administração, Fortaleza ganhou uma avenida de contorno – Avenida  Perimetral – que alargou suas fronteiras, permitindo-lhe extraordinário desenvolvimento metropolitano atingido nas décadas subsequentes.  Cordeiro Neto administrou Fortaleza entre março de 1959 e março de 1963, deixando, dentre muitas outras importantes realizações, a Avenida Beira Mar.


extraído do livro de Blanchard Girão
Sessão das Quatro cenas e atores de um tempo mais feliz