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domingo, 8 de julho de 2012

Mercado da Aerolândia – o Gêmeo Pobre dos Pinhões


Mercado de Ferro da Praça Carolina, inaugurado no ano de 1897 (arquivo Nirez)

A estrutura de ferro do Mercado da Aerolândia é uma parte do equipamento inaugurado em Fortaleza no dia 18 de abril de 1897, na gestão do Intendente Guilherme Rocha, e do presidente Antônio Pinto Nogueira Accioly.  Seu primeiro endereço em Fortaleza foi a antiga Praça Carolina, atual Praça Waldemar Falcão, onde foi montado o Mercado da Carne.  O mercado era formado por dois galpões, unidos por uma passagem coberta, chamada de  avenida.


Mercado dos Pinhões, na Praça Visconde de Pelotas 

e sua outra metade, o Mercado da Aerolândia, um patrimônio de 115 anos largado no lixo!

Em 1938 a estrutura foi desmontada. Um dos seus dois pavilhões foi transferido para a Praça Visconde de Pelotas, onde funciona o Mercado dos Pinhões. O outro pavilhão foi para a Praça Paula Pessoa (Praça São Sebastião),  onde permaneceu algum tempo quando foi novamente desmontado e levado para a Aerolândia, às margens da BR-116.




Quando foi instalado no bairro, os 50 boxes do Mercado da Aerolândia vendiam frutas, legumes e verduras, além de cortes de carne, peixes frescos e miudezas em geral. O local, que tinha seus boxes disputados pelos permissionários. Com a deterioração do local, primeiro os clientes, depois os comerciantes foram gradativamente abandonando o espaço.  Promessas de restauração foram muitas, todas rigorosamente descumpridas. 



Segundo informações de vizinhos, ainda restam dois boxes funcionando no mercado da Aerolândia, uma lanchonete e uma lojinha de variedades.

A grande providência adotada pelo poder público municipal foi formalizar o tombamento do  imóvel como patrimônio histórico em 2008. Mas, de lá para cá, o restauro necessário do local ainda não foi feito. Moradores ouvem falar de um projeto de transformá-lo num espaço cultural e de pequenos negócios, a exemplo do que já foi feito com o irmão gêmeo rico, o Mercado dos Pinhões. Mas não há prazos e nada de concreto. 





Não só a fachada e o interior do Mercado da Aerolândia estão destruídos e abandonados, mas até a área de entorno sofre os efeitos do abandono do equipamento. O alardeado tombamento municipal, só existe na pretensão dos ineptos gestores do patrimônio público, porque na realidade, o tombamento do mercado da Aerolândia é físico e sinônimo do verbo desabar: grande parte da estrutura do teto já caiu, e os escombros jazem na frente do imóvel. 



Pouco importa para os ignorantes e incultos administradores da Fortaleza bela se esse equipamento é parte de um conjunto importado da França ainda no século XIX, que não guarda similaridade com nenhum outro, exceto sua metade montada no Mercado dos  Pinhões; pouco importa se tem valor histórico-cultural, se a história de Fortaleza passa por ali.  Não é à toa que qualquer um se acha no direito de mandar demolir prédios em processo de tombamento, sem a mínima preocupação com sanções, a não ser uma irrisória pena pecuniária. É porque o (mau) exemplo vem de quem propõe a lei. Taí o Mercado da Aerolândia como testemunha.



fotos de julho/2012
por Rodrigo Paiva e Fátima Garcia

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Bairros de Fortaleza - Mondubim




O Mondubim é um bairro de Fortaleza, localizado a sudoeste da capital. O nome Mondubim já era citado no mapa da Expedição de Mathias Beck à Maranguape, quando os holandeses estiveram em no Ceará. Limita-se com os bairros Presidente Vargas, Parque Santa Rosa, Conjunto Esperança, Maraponga, Jardim Cearense, Parque Dois Irmãos e Prefeito José Walter.
É o bairro mais populoso de Fortaleza, com 80.303 habitantes de acordo com o censo de 2010 do IBGE. 


 a primeira estação do Mondubim foi demolida em 1980


A estação de Mondubim foi aberta em 1875, ao lado da lagoa. A chegada da ferrovia de Baturité, deu inicio ao bairro do mesmo nome e alavanca-se seu desenvolvimento. Rico em olarias, de lá saíam excelentes tijolos brancos, usados na construção da própria estação.  Esse prédio foi demolido em 1980. 


a 2a. estação foi demolida em 2009

Uma nova estação foi construída. Serviu também como estação de trens metropolitanos até sua nova demolição em 15 de março de 2009 para as obras do metrô de Fortaleza. Os trens agora passam ali direto sem parar.



no lugar da antiga estação, uma passarela para pedestres. Agora o trem já não para em Mondubim
 
O Mondubim tinha um desenho arquitetônico bem de cidade de interior, com um canteiro (praçinha) no centro e habitações ao redor deste. Este desenho foi alterado nos anos 1970 quando as duas ruas ao lado do canteiro foram usada como vias da Avenida Perimetral. 



Praça Venefrido Melo, dividindo em duas vias a estrada que cruza a linha de ferro, inaugurada juntamente com a luz elétrica no bairro. O chafariz localizado na pracinha, é o mesmo que aparece na foto acima, com a cobertura modificada,  na então Praça José de Alencar, hoje Waldemar Falcão. (arquivo Nirez)





A Igreja, construída em 1908, em foto atual. O chafariz e a pracinha sumiram. O lugar está cercado de escombros e entulhos, em razão das obras do Metrofor.   

Paróquia de Nossa senhora do Perpétuo Socorro, construída ao lado da antiga igreja com a  mesma invocação.  


A Capela de Santo Antônio foi construída em 1879, pelo Major Antônio Carneiro Monteiro,  para o santo da sua devoção. Por ocasião da inauguração, o major mandou buscar em Portugal uma imagem do padroeiro, feita em madeira, que foi posta no altar mor. Na Capela de Santo Antônio estão sepultadas duas irmãs,  Florência e Maria Monteiro Mamede, ambas falecidas ainda crianças, em 1888, vítimas de febre amarela.
Há uma grande preocupação com referência a preservação da capela, em razão das obras de porte no seu entorno, como o Cuca e o Metrofor.  







A Lagoa é a principal referência do bairro, onde os índios habitantes do local pescavam e caçavam. E é até hoje a maior opção de lazer e diversão para os moradores. Pertencente a bacia Hidrográfica do Rio Maranguapinho, a lagoa de Mondubim tem volume de água de 286.819 m³, profundidade média de 2,11 metros e máxima de 3,93 metros. 


   




Não há como desvincular o Mondubim, bairro encravado na área da Secretaria Executiva Regional (SER) V, de um reduto com forte influência rural. Além de estar localizado nas proximidades da estrada de acesso ao Maciço do Baturité, foi, durante décadas, lugar de moradores provenientes de municípios daquela região serrana, que procuravam se estabelecer na Capital. Apesar do apego às tradições rurais, que se manifestam ainda hoje pelo pelo grande número de sítios, o bairro sofreu mudanças violentas. A mais recente está relacionada às obras de construção do Metrô de Fortaleza (Metrofor), que modificou radicalmente o desenho de parte do bairro. No bairro ainda existe o Museu do Estrigas, um museu de pintura e escultura.


fotos: Rodrigo Paiva e Fátima Garcia
setembro/2011
pesquisa: 
wikipédia
Diário do Nordeste
Cogerh
http://www.estacoesferroviarias.com.br



quarta-feira, 1 de junho de 2011

Imóveis Antigos

Edifício dos Correios e Telégrafos, projeto dos engenheiros Humberto Menescal e Santos Maia, em estilo Art-Deco, construção iniciada em 07 de setembro de 1932 e inaugurada em 14 de fevereiro de 1934. (foto Aba Film - 1934) 
O mesmo edifício com a frente para a Rua Floriano Peixoto, onde se vê os trilhos do bonde e o prédio do Banco Frota Gentil 
Quartel do pelotão dos Bombeiros da Força Pública, atual Corpo de Bombeiros, na Rua Oto de Alencar, na Praça do Liceu - 1934 
Vila Quixadá, casa construída por Adolfo Quixadá, na Avenida Santos Dumont  e que foi residência oficial dos presidentes do Estado. 
Mais tarde a residência foi reformada e no local passou a funcionar primeiro o Ginásio, depois o Colégio São João. Foto de 1942. Hoje no local funciona um supermercado.
Colégio Nogueira, inaugurado na Praça do Carmo, na esquina das Ruas Barão do Rio Branco, com Clarindo de Queirós, sob a direção do professor João Hipólito Campos de Oliveira,  onde esteve antes o Colégio Farias Brito. Foto de 1937
Prédio do Banco do Brasil na Praça Waldemar Falcão onde hoje funciona a agência metropolitana José de Alencar, no dia de sua inauguração (Foto Aba Film-1942) 
Igreja das Missionárias de Jesus Crucificado, na Avenida Rui Barbosa, anexa à Casa do Getsémani. Projeto do arquiteto Emilio Hinko - 1947.  
Fábrica da Coca-Cola na Avenida Monsenhor Tabosa, 1054, da firma Fortaleza Refrigerantes S/A, do grupo Sergio Philomeno, a primeira do gênero em Fortaleza.  (Aba Film - 1950)
Ginásio Agapito dos Santos na Avenida Tristão Gonçalves 1409, dos professores Mozart Sobreira Bezerra, Lauro de Oliveira Lima e Ivan Vieira Ramos - 1952. 
Casa de Saúde São Lucas, inaugurada em 30 de abril de 1928, sob a direção do Dr. Abdenago da Rocha Lima, na Avenida Tristão Gonçalves, ao lado da Praça da Lagoinha

fotos: arquivo Nirez

sábado, 18 de setembro de 2010

Praça Waldemar Falcão


Praça Waldemar Falcão, tendo ao fundo o prédio do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos bancários - IAPB, na Rua General Bezerril, no quarteirão do Mercado Central, inaugurado com a presença do Ministro Waldemar Falcão, cuja estátua já está no centro da praça.
Foto Sales - 1943

O busto do Ministro Waldemar Falcão é um trabalho do artista Humberto Cozzo
Aspecto da Praça Waldemar Falcão na época em que era conhecida por Praça José de Alencar. Na frente a direita um chafariz; no centro a muito freqüentada Garapeira do Bem-Bem. Mais ao fundo uma caixa d´água.
Ao lado do Engenho, o quiosque do cafè Fênix, em foto de 1908. Todo este espaço está hoje ocupado pela Agência Metropolitana do Banco do Brasil. aspecto atual da Praça
A Praça é bem arborizada e limpa. Os prédios que aparecem no entorno pela Rua General Bezerril estão desocupados e com aspecto de abandono.
Inicialmente foi chamada de Praça Carolina – denominação datada de 1817 – em homenagem a Arquiduquesa Maria Carolina Leopoldina, por ocasião do seu casamento com Dom Pedro I. Era então um grande largo que ficava entre as atuais Ruas São Paulo, Floriano Peixoto, Travessa Sobral e General Bezerril. Chamou-se depois Largo da Assembléia e Largo do Mercado, quando foi inaugurado o Mercado de Ferro em 1897.
Mais tarde foi dividida e passou a ser chamada de José de Alencar (o lado norte) e Capistrano de Abreu (o lado sul).
Na parte norte da praça existiu dois quiosques de ferro e madeira, a mercearia do João Aleixo e o Café Fênix, tendo por trás um outro, retangular, que abrigava o Engenho Bem-Bem, que comercializava garapa de cana.
A Praça Waldemar Falcão – antiga Praça José de Alencar, parte que fica entre a agência do Banco do Brasil e o Edifício Palácio do Comércio – foi inaugurada com a colocação do busto do ministro Waldemar Comwell do Rego Falcão em 1940, (ou 1939 ou 1960, como diz a placa informativa colocada na praça), numa iniciativa do jornalista Gilberto Câmara, que o fez através de subscrição pública. O monumento tem o pedestal decorado com lápides escultóricas em bronze, um trabalho do artista Humberto Cozzo.
Sobre Waldemar Falcão
Waldemar Cromwell do Rego Falcão (1895 – 1945)

Cearense de Baturité formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1917. Foi delegado de Polícia e da 1ª. Região Policial. Entre 1921 e 1931 exerceu o magistério e a advocacia. Em 1934 foi eleito deputado pelo estado do Ceará, participando da comissão Constitucional. Eleito Senador em 1935; Ministro do Trabalho em 1937; e nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal em 1941; Vice-Presidente do Tribunal Superior Eleitoral em 1945.
Faleceu em 1945 nos Estados Unidos, onde se encontrava realizando um estudo sobre Legislação Eleitoral.
Fontes:
fotos antigas: Arquivo NIREZ
http://www.centrodefortaleza.com.br/
AZEVEDO, Miguel Ângelo de (NIREZ). Índice Analítico e Iconografia da Cronologia Ilustrada de Fortaleza: Roteiro para um turismo histórico e cultural. Fortaleza: BNB, 2001.
BEZERRA DE MENEZES, Antonio. Descrição da Cidade de Fortaleza. Introdução e notas de
Raimundo Girão. Fortaleza: Edições UFC/PMF, 1992.