Mercado de Ferro da Praça Carolina, inaugurado no ano de 1897 (arquivo Nirez)
A estrutura de ferro do Mercado da Aerolândia é uma parte do
equipamento inaugurado em Fortaleza no dia 18 de abril de 1897, na gestão do
Intendente Guilherme Rocha, e do presidente Antônio Pinto Nogueira Accioly. Seu primeiro endereço em Fortaleza foi a
antiga Praça Carolina, atual Praça Waldemar Falcão, onde foi montado o Mercado
da Carne. O mercado era formado por dois
galpões, unidos por uma passagem coberta, chamada de avenida.
Mercado dos Pinhões, na Praça Visconde de Pelotas
e sua outra metade, o Mercado da Aerolândia, um patrimônio de 115 anos largado no lixo!
Em 1938 a estrutura foi desmontada. Um dos seus dois
pavilhões foi transferido para a Praça Visconde de Pelotas, onde funciona o
Mercado dos Pinhões. O outro pavilhão foi para a Praça Paula Pessoa (Praça São
Sebastião), onde permaneceu algum tempo
quando foi novamente desmontado e levado para a Aerolândia, às margens da
BR-116.
Quando foi instalado no bairro, os 50 boxes do Mercado da
Aerolândia vendiam frutas, legumes e verduras, além de cortes de carne, peixes
frescos e miudezas em geral. O local, que tinha seus boxes disputados pelos
permissionários. Com a deterioração do local, primeiro os clientes, depois os
comerciantes foram gradativamente abandonando o espaço. Promessas de restauração foram muitas, todas
rigorosamente descumpridas.
A grande providência adotada pelo poder público
municipal foi formalizar o tombamento do
imóvel como patrimônio histórico em 2008. Mas, de lá para cá, o restauro
necessário do local ainda não foi feito. Moradores ouvem falar de um projeto de
transformá-lo num espaço cultural e de pequenos negócios, a exemplo do que já foi
feito com o irmão gêmeo rico, o Mercado dos Pinhões. Mas não há prazos e nada de
concreto.
Não só a fachada e o interior do Mercado da Aerolândia estão destruídos e abandonados, mas até a área de entorno sofre os efeitos do abandono do equipamento. O alardeado tombamento municipal, só existe na pretensão dos ineptos gestores do patrimônio público, porque na realidade, o tombamento do mercado da Aerolândia é físico e sinônimo do verbo desabar: grande parte da estrutura do teto já caiu, e os escombros jazem na frente do imóvel.
Pouco importa para os ignorantes e incultos administradores da Fortaleza bela se esse equipamento é parte de um conjunto importado da França ainda no século XIX, que não guarda similaridade com nenhum outro, exceto sua metade montada no Mercado dos Pinhões; pouco importa se tem valor histórico-cultural, se a história de Fortaleza passa por ali. Não é à toa que qualquer um se acha no direito de mandar demolir prédios em processo de tombamento, sem a mínima preocupação com sanções, a não ser uma irrisória pena pecuniária. É porque o (mau) exemplo vem de quem propõe a lei. Taí o Mercado da Aerolândia como testemunha.
Segundo informações de vizinhos, ainda restam dois boxes funcionando no mercado da Aerolândia, uma lanchonete e uma lojinha de variedades.
Não só a fachada e o interior do Mercado da Aerolândia estão destruídos e abandonados, mas até a área de entorno sofre os efeitos do abandono do equipamento. O alardeado tombamento municipal, só existe na pretensão dos ineptos gestores do patrimônio público, porque na realidade, o tombamento do mercado da Aerolândia é físico e sinônimo do verbo desabar: grande parte da estrutura do teto já caiu, e os escombros jazem na frente do imóvel.
Pouco importa para os ignorantes e incultos administradores da Fortaleza bela se esse equipamento é parte de um conjunto importado da França ainda no século XIX, que não guarda similaridade com nenhum outro, exceto sua metade montada no Mercado dos Pinhões; pouco importa se tem valor histórico-cultural, se a história de Fortaleza passa por ali. Não é à toa que qualquer um se acha no direito de mandar demolir prédios em processo de tombamento, sem a mínima preocupação com sanções, a não ser uma irrisória pena pecuniária. É porque o (mau) exemplo vem de quem propõe a lei. Taí o Mercado da Aerolândia como testemunha.
fotos de julho/2012
por Rodrigo Paiva e Fátima Garcia