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domingo, 19 de abril de 2020

As Mulheres nas Praças e nos Equipamentos Públicos


Muitas mulheres tiveram papéis relevantes na formação histórica de Fortaleza: professoras, escritoras, médicas, educadoras, artistas. Mas as mulheres foram pouco lembradas por ocasião do batismo de praças e monumentos da cidade. Várias se tornaram nomes de ruas, postos de saúde e escolas de primeiro grau. Mas a maioria absoluta, são homenagens a homens, alguns totalmente desconhecidos para a maior parte da população, outros, até que são nomes conhecidos, mas não se sabe por que foram homenageados com nomes de ruas e praças da cidade, quando havia tantas mulheres notáveis que mereciam todas as homenagens.

Praça Argentina Castelo Branco


Dona Argentina Viana Castelo Branco nasceu em Cataguases – MG, em 16 de novembro de 1899. Aos 18 anos casou-se com o então cadete Humberto de Alencar Castelo Branco. Faleceu em abril de 1963, aos 74 anos de idade, na cidade do Recife, um ano antes da revolução de 31 de março, deixando viúvo o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que seria presidente do Brasil no período de 15 de abril de 1964 a 15 de abril de 1967.
Seus restos mortais juntamente com os do seu marido, estão sepultados no mausoléu vizinho ao Palácio da Abolição. Argentina Castelo Branco é nome de uma simpática e bem cuidada praça, localizada no bairro de Fátima, criada em 1964, no governo do General Murilo Borges Moreira.

Praça Gracinha Soares

Maria da Graça Figueiredo dos Santos nasceu em São Luís – MA, em 21 de dezembro de 1940. Atriz e diretora teatral. Foi considerada uma das maiores atrizes do Ceará, desde que chegou aqui, em 1954. Estreou no grupo Teatro-Escola, dirigido por Nadir Papi Sabóia, e foi uma das primeiras alunas do Curso de Arte Dramática da Universidade Federal do Ceará. Em 1960, fundou com o marido, o ator Edilson Soares, o grupo Experiência, que montou duas peças infantis. Maria da Graça (Gracinha) diplomou-se no Curso Normal do Colégio São João, no Curso de Formação de Atores e no Curso de Arte Dramática da UFC.  Gracinha Soares faleceu em 1982.
Gracinha Soares é o nome da praça localizada no bairro Edson Queiroz, criada em 1983, na gestão do Prefeito César Cals Neto. Fica entre a Avenida Sapiranga, Ruas Conselheiro Gomes de Freitas, Lourival Correia Pinho, Evilázio Miranda e Poeta Otacílio Azevedo.

Praça Margarida Sabóia de Carvalho


Margarida era professora diplomada pela Escola Normal, casada com Jáder de Carvalho, professor, advogado e jornalista. Junto com a irmão Hortênsia, fundou o Curso Eduardo Saboia, de preparação ao Admissão. Lecionou no Colégio Castelo Branco quando de propriedade do professor Odorico Castelo Branco, seu fundador. Além de educadora Margarida era Jornalista, escritora e cronista, escreveu: Por Entre Dedos; Crônicas; Santos do Céu - Santos da Terra; Imperfeição e A Vida em Contos. Morreu, vítima de atropelamento, em 11 de maio de 1975.


Colégio Castelo Branco fundado a 1º de junho de 1900 pelo professor Odorico Castelo Branco - foto Arquivo Nirez 

A Praça está localizada entre as Ruas Dr. Carlos Ribeiro Pamplona e Edmar Villar de Queiroz no bairro Edson Queiroz. O espaço sem nenhuma urbanização, foi criado em 1978, com o nome de Praça Edmar Villar de Queiroz. No mesmo ano teve a denominação modificada para Margarida Sabóia de Carvalho. Conhecida popularmente como praça da CTC, a praça foi revitalizada em 2019, na gestão do prefeito Roberto Cláudio.

Praça Narcisa Borges

casa no Jacarecanga onde residiu Narcisa Borges. Foi demolida

Dona Narcisa Borges da Cunha Moreira, casada com José da Rocha Moreira, eram os pais do tenente Murilo Borges Moreira (que mais tarde seria prefeito de Fortaleza no período 1963-1967), e sogra do capitalista José Maria Filomeno Gomes. Dona Narcisa, foi vítima de um rumoroso crime que abalou a sociedade de Fortaleza, ao ser brutalmente assassinada pelo marido de uma empregada da sua casa, ao defendê-la da agressão do marido, no dia 21 de dezembro de 1936.
Narcisa Borges é nome  de uma praça localizada no bairro Vicente Pinzon, e de  uma escola municipal localizada na travessa Costa Rica no bairro Antônio Bezerra (ou Paes de Andrade).

Hospital e Maternidade Zilda Arns (Hospital da Mulher)


Zilda Arns Neumann nasceu em Forquilhinha, Santa Catarina, no dia 25 de agosto de 1934.  Era médica pediatra e sanitarista, irmã de Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo. Fundou em 1983 a Pastoral da Criança, um programa de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Em 2006, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz. Zilda Arns faleceu em Porto Príncipe, Haiti, no dia 12 de janeiro de 2010, quando participava de uma palestra sobre as atividades da Pastoral da Criança, no momento em que a cidade foi atingida por um violento terremoto. O hospital foi Inaugurado em 2012, localizado na Avenida Lineu Machado, 155, bairro Jóquei Clube.

Luiza Távora

Praça Luiza Távora - foto de Silas Junior

Luiza Silva de Moraes Correia nasceu em Fortaleza no dia 01 de julho de 1923, filha de Luiz Moraes Correia, professor de direito da Faculdade de Direito do Ceará e Esmerina Silva Correia, proveniente de uma abastada família do Piauí. Casou-se com o coronel Virgílio Távora com quem teve dois filhos. A partir do casamento mudou o nome para Luiza Moraes Correia Távora. Foi uma das primeiras damas mais atuantes do Ceará durante os dois mandatos de governador de Virgílio Távora (1963/1966 – 1979/1982). Luiza Távora faleceu em 1992, aos 68 anos de idade. 

Luiza Távora em companhia de Virgilio Távora na inauguração da energia de Paulo Afonso em fevereiro de 1965 - foto do livro História da Energia no Ceará, de Ary Bezerra Leite 

Equipamentos públicos que receberam o nome da primeira data:
Praça Luiza Távora - Localizada entre a Avenida Santos Dumont e as ruas Carlos Vasconcelos, Monsenhor Bruno e Costa Barros, construída onde antes existia um castelo erguido por Plácido de Carvalho, no início da década de 1920, no então rarefeito bairro do Outeiro.
Posto de Saúde Luiza Távora, no bairro Itaperi
Restaurante Escola Luiza Távora – criado em 1981 a pedido da primeira dama. É vinculado ao Centro Educacional Padre João Piamarta, localizado na Avenida Aguanambi, bairro Aeroporto.
EEFM Dona Luiza Távora – Bairro São João do Tauape
EEFM Luiza Távora – Bairro Jardim das Oliveiras

Rachel de Queiroz

Posse na Academia Brasileira de Letras em 1977 - foto O Povo

Raquel de Queiroz nasceu em Fortaleza, em 17 de novembro de 1910. Apesar de ter nascido na capital era em Quixadá, sertão central que a escritora tinha suas raízes.  Autora de destaque na literatura nacional, estreou em 1927, com o pseudônimo de Rita de Queiroz, no jornal O Ceará.  Em 1930, publicou o romance O Quinze, que retrata os horrores vivenciados pela escritora na terrível seca daquele ano.
Com apenas 20 anos Rachel de Queiroz se projetava na vida literária do país, com um romance de fundo social. O livro editado às expensas da autora surgiu em modesta edição de mil exemplares, e recebeu críticas dos maiores escritores da época. O entusiasmo da crítica diante do lançamento de “O Quinze” tornou Rachel de Queiroz um nome nacional, e aos vinte anos já era uma figura pública.
Trecho do Parque Rachel de Queiroz em 2010 - foto Fortaleza em Fotos

A consagração veio com o prêmio Fundação Graça Aranha em 1932. Rachel de Queiroz foi primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras em 1977. Foi a primeira mulher a receber o Prêmio Camões, o Nobel da língua portuguesa.  Rachel fez sólidos contatos com algumas lideranças políticas, e terminou sendo uma das fundadoras do Partido Comunista do Ceará.
Quando a ditadura de Getúlio Vargas começou a atuar com mão de ferro, intensificando o combate aos “vermelhos” Raquel foi presa incomunicável no Quartel do Corpo de Bombeiros em Fortaleza. A convivência com os bombeiros rendeu uma crônica onde a então presa política relata sua rotina. A escritora faleceu em 04 de novembro de 2003, no Rio de Janeiro. 

Homenagens a Rachel de Queiroz em Fortaleza:
Escola Municipal Rachel de Queiroz na Barra do Ceará
Centro de Educação Infantil Rachel de Queiroz no bairro Prefeito José Walter
Praça Rachel de Queiroz – Rua Cel. Raimundo Guanabara, 608-132 - São Gerardo
Estátua na Praça General Tibúrcio
Parque Rachel de Queiroz – o Parque Rachel de Queiroz no papel desde 1995, tinha previsão de iniciar a primeira etapa no primeiro trimestre de 2020. Localizado na zona Oeste de Fortaleza, terá 10 km de extensão e uma área total de aproximadamente 203 hectares. As intervenções no Parque irão beneficiar diretamente 285 mil pessoas, em uma área de abrangência de 14 bairros.
Colégio Militar do Corpo de Bombeiros Escritora Rachel de Queiroz –  fundado no dia 13 de abril de 1998 no bairro Jacarecanga.

Colégio Militar do Corpo de Bombeiros Escritora Rachel de Queiroz -  foto Governo do Estado

A Incendiária e os Bombeiros (Crônica de Rachel de Queiroz)

Praça General Tibúrcio foto: Fortaleza em Fotos 2012 

Em 1937, quando  Getúlio Vargas preparava seu golpe de estado, todos os possíveis opositores que se espalhavam pelo território nacional foram apanhados. No Ceará, mandaram os jornalistas para a cadeia pública. Mas comigo tiveram consideração, pois eu era uma senhora de boa família. Fui presa no quartel do Corpo de Bombeiros em Fortaleza.
No início de outubro, trabalhava em uma firma que embarcava algodão para Europa. Fui surpreendida por um delegado de polícia, que me conduziu a uma viatura para o Quartel do Corpo de Bombeiros, onde fui entregue não aos soldados, mas a Senhora do Comandante, que praticamente me pedia desculpas ao mostrar as precárias comodidades do local: uma cama de solteiro, uma mesa e duas cadeiras.
Levou-me a uma das janelas e disse que bastava eu chegar ali e dar um grito que ela imediatamente seria chamada. Assim, morando com os bombeiros, passei cerca de um mês, enquanto Getúlio dava e consolidava seu golpe.
Praticamente, tornei-me bombeira. Da minha janela assistia aos exercícios. É impressionante como aqueles homens arriscavam a vida, adestrando-se para salvar a vida de outros. Eles vinham marchar debaixo das minhas janelas.
A Senhora do comandante me mandava, por eles, guloseimas da sua mesa. Sua filha adolescente que me chamava de "Tenente", também me visitava. Era uma menina bonita a quem às vezes ajudava com problemas da escola. Era como se eu tivesse uma família afetuosa ao alcance das mãos. Já a minha família não tinha o direito de me visitar.
Afinal, Getúlio deu seu golpe, o Brasil voltou à normalidade possível, e nós, presos políticos, fomos soltos. Voltei para casa, mas confesso, senti saudades... das serenatas dos músicos sob minhas janelas, das ocasiões em que eu ajudava os bombeiros, estudantes aflitos, em hora de exames, que mandavam bilhetinhos das questões mais difíceis de português; bilhetinhos que devolvia com as respostas.
Saí afinal, mas fiquei amiga da família do Comandante, principalmente fiquei amiga dos bombeiros. Alguns vinham me visitar nas folgas e infalivelmente ao me encontrar na rua, assumiam posições de sentido e batiam solene continência e eu, confesso, ficava morrendo de orgulho.
E o carinho se renovou no coração da velha senhora.
Rachel de Queiroz


Pesquisa:
Praças de Fortaleza, de Maria Noélia Rodrigues da Cunha
Rachel de Queiroz, de Heloisa Buarque de Holanda
wikipédia
    

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Bairros de Fortaleza - Antônio Bezerra

Antônio Bezerra é um bairro situado a oeste do centro de Fortaleza, tendo como origem o povoamento Barro Vermelho,  ao lado da estrada do gado e rodagem do Barro Vermelho para o antigo Soure (atual Caucaia). Fazia parte do município de Parangaba quando este foi anexado à Fortaleza em 1921.


A história da Paróquia Jesus, Maria, José remonta ao inicio do Séc. XX quando o Dr. Teófilo Rufino Bezerra de Menezes, por devoção familiar, criou na sua própria moradia, no antigo Barro Vermelho, uma capela em louvor à Sagrada Família. O pequeno templo manteve um caráter privado até o ano de 1915, quando o Padre Rodolfo Ferreira da Cunha, então vigário da Parangaba, formou uma comissão com objetivo de construir uma capela maior para a Sagrada Família. Foto dos anos 50, do Arquivo Nirez.


A Igreja atual em nada lembra o templo dos anos 50. A praça também foi bastante modificada.
  
Deste passado ainda existem alguns vestígios de quando este o lugar era um ponto de escoamento para o gado que era transportado pela Estrada do Fio para Messejana, e depois para a Parangaba via a Estrada da Paranjana. 

A Avenida Mister Hull é a antiga estrada do gado e de rodagem do Barro Vermelho para o Soure (atual Caucaia). Foto dos anos 60, do Arquivo Nirez

 A Avenida atual. O nome Mister Hull é uma homenagem a Francis Reginald Hull, engenheiro inglês que trabalhou no projeto e execução de diversas estradas de ferro no Nordeste. A atuação de Mr. Hull lhe valeu o reconhecimento público, e também virou personagem de um romance de Jorge Amado. 

Era um bairro agrícola com muitas  fazendas e engenhos (Sítio São José do Muripicui, Casa Grande do Barro Vermelho, etc). Depois chegou a ser um área de veraneio para a os ricos de Fortaleza, que construíram algumas  chácaras. É um bairro com vocação comercial, com grande variedade de estabelecimentos que o tornam um bairro auto suficiente em serviços e produtos. 

 Antigamente o bairro contava com muitas chácaras, sítios e fazendas. A ocupação dos últimos anos levou ao desaparecimento das grandes propriedades, exceção para a Chácara Salubre. Construída em 1802, atualmente com 400 m², a propriedade fica na Avenida Mister Hull. (foto do Jornal O Povo)

A curiosidade principal deste bairro é a sua mudança do nome Barro Vermelho para Antônio Bezerra. Na época da ditadura militar em 1965, os militares associavam a palavra vermelho ao Comunismo e a URSS.
Também neste encontra-se desde 1936 um dos cemitérios públicos de Fortaleza. 

Inaugurado em dezembro de 2000, o Terminal Rodoviário do Antônio Bezerra passou por uma grande reforma em suas instalações. foto de novembro de 2012

 Avenida Parsifal Barroso
terreno onde será construído do Parque Rachel de Queiroz, projeto que conta com o amplo apoio dos moradores do bairro do Antônio Bezerra.

Localização:
Distrito – Antônio Bezerra
Limites
Norte: Quintino Cunha
Sul: Dom Lustosa, Autran Nunes e Genibaú
Leste: Padre Andrade e Pici
Oeste: Parque Tabapuá, no município de Caucaia (divisão feita pelo Rio Maranguapinho)
População:  25.846 moradores, em 7.478 domicílios, com renda média mensal de R$ 556,87.

Fontes:
Ipece
Anuário de Fortaleza-2012-2013
Wikipédia
Jornal O Povo 

sábado, 31 de março de 2012

Águas de março transbordam no Oeste da Cidade

As águas de março que caem em Fortaleza em 2012, procuram seus leitos, seu solo, suas lagoas, açudes, rios e riachos e encontram asfalto, canais de cimento, lixos, esgotos e uma selva de pedra sem mais verdes e belezas naturais. 

imagem: prefeitura municipal

As consequências disso já podem ser sentidas com a primeira chuva prolongada que aconteceu na cidade dia 27 de março, causando transtorno no transito da Avenida Perimetral a altura do bairro Antônio Bezerra, local onde acontece o mesmo problema ao longo dos anos. Podemos ver também a represa das águas que invadem casas onde já foi leito de uma lagoa entre os bairros Autran Nunes e Antônio Bezerra à altura da Ponte do Pau da Veia.
 Os Meios de comunicação estão mostrando o alto volume d’água no sangradouro do açude da UFC no Campus do Pici invadindo os laboratórios da piscicultura e isso acontece devido os seus afluentes terem sofrido aterramento, virado canais com cimento, construções de casas onde já foi leito de riachos e agora são ruas asfaltadas dos bairros: Parque Universitário, Pan Americano e Bela Vista. 


Há uma situação curiosa também no lado Oeste relacionada com a convivência urbana de dois órgãos federais, UFC – Campus do Pici e CHESF pelo fato de serem um tanto quanto  descompromissados com a questão urbanística da cidade nos espaços que ocupam. Pois, estas duas instituições públicas federais, são responsáveis por alagamentos e aterro de mananciais hídricos, a princípio o linhão da CHESF que contribuiu para o aterramento da Lagoa do Autran Nunes e podemos ver isso nas imagens de televisão (Barra Pesada) onde os postes estavam no centro das águas represadas.  

foto: jangadeiro online

Enquanto isso, na área verde que fica em terreno da UFC – Campus do Pici entre a Av. Mister Hul e a Perimetral está instalada Estação da CHESF que aterrou parte do espaço verde e é também nesse trecho onde as águas do Riacho Alagadiço e o Sangradouro do Açude da Universidade se encontram e ao chegar na av. Perimetral e Rua Rui Monte transborda por cima da pista impedindo o tráfego de veículos e grandes engarrafamentos como fica visível nas matérias da TV Diário. Esse trecho já sofreu muitos aterramentos de particulares sem nenhuma intervenção dos órgãos fiscalizadores, mesmo com denuncias de moradores e matérias de jornais e televisivas.

foto jangadeiro on line
Isso tudo simboliza uma cidade sem planejamento, sem poderes constituídos, onde o público, o privado e o indivíduo determinam “leis” conforme os interesses da propriedade, do capital e da própria. Essa é a cidade em que vereadores, executivo e população cometem os maiores crimes ambientais quando trocam voto por asfalto em becos e ruas causando maior aquecimento e grandes enchentes. 
Mas afirmo que não é por falta de projeto para estes espaços, porque é exatamente neles onde lutamos pela elaboração do Projeto Parque Rachel de Queiroz e desde 1995 está no papel sem nenhum planejamento orçamentário para sua execução, o que impediria os crimes ambientais nas margens e leitos do Riacho Alagadiço e Riacho Cachoeirinha e beneficiaria a população de 21 bairros do lado Oeste da Cidade.  


Leonardo Sampaio: É escritor, poeta e educador popular. Militante do movimento sócio - cultural - ambiental de Fortaleza.

transcrito do site: http://www.parqueracheldequeiroz.org/


As águas de março em Fortaleza não podem ser cantadas em versos  nem são promessas de vida no coração dos moradores, como na bela canção do Tom Jobim. Pelo contrário, trazem prejuízos, desesperos e deixam muitos desabrigados. E o problema não se restringe a Zona Oeste da cidade, sim porque se estivesse restrito a um local poderíamos nos dar ao luxo de ter esperanças.  Mas como podemos ver, toda a cidade foi afetada. E vem sendo afetada todas as vezes que cai um toró. Cadê as providências, cadê os consertos, cadê as autoridades que ganham fortunas para administrar a cidade?
... É pau, é pedra, é o fim do caminho.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Parque Rachel de Queiroz


O Parque Rachel de Queiroz é uma antiga aspiração dos moradores da região dos bairros da zona Oeste de Fortaleza, que há anos lutam pela sua criação. Contempla uma grande área verde, com cerca de 254 hectares.  

O projeto de implantação prevê a construção de equipamentos esportivos e culturais além da recuperação ambiental em todo o percurso do riacho Alagadiço, desde o açude João Lopes, no Monte Castelo, até atingir o Rio Maranguapinho, onde o riacho deságua, em uma extensão aproximada de 12,5 quilômetros.

Além da área de lazer, a criação do parque garantiria a preservação da reserva natural remanescente, com características ambientais relevantes, como cursos d’água fluentes, vegetação de porte, lagoas e açudes, pássaros de várias plumagens, berçário de aves e pequenos animais silvestres. 

O projeto já existe há cerca de 10 anos,  e é  uma das obras em Fortaleza, incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas como não sai do papel, ao invés de propiciar lazer, o local sofre com o abandono,  constantes agressões do homem além de servir de esconderijo para ladrões e marginais que atuam na área. 







O trajeto do Riacho Alagadiço, que nasce nas imediações do Açude João Lopes e dá origem a este, é a espinha dorsal do Parque Rachel de Queiroz, juntamente com o Riacho Cachoeirinha, formado a partir da vazão do Açude Santo Anastácio, no Campus do Pici. O conjunto de áreas que pode ser recuperado, ambientalmente e, receber adequado tratamento paisagístico e urbanístico, é da ordem de 2.540.000 m² ou 254 hectares.




 
Grande parte destas áreas estão abandonadas ou inadequadamente ocupadas, por atividades predatórias ao meio ambiente natural urbano.  Vinte bairros de Fortaleza, e quase meio milhão de pessoas, estão no entorno destas áreas, que poderiam se transformar em espaços públicos de lazer, fruição da natureza, pratica de esportes público e ócio. 

A luta pelo PARQUE RACHEL DE QUEIROZ é de toda esta população da Zona Oeste de Fortaleza, para consolidação deste conjunto de 15 parques urbanos que compõem a proposta.



imagem: http://www.riachoalagadico.blogger.com.br/2007_10_01_archive.html

A ausência de sensibilidade política da Administração Municipal é gritante. Nada se vê, nada se escuta, nada se fala. Os titulares da Secretarias Executivas Regionais I e III, territórios onde este conjunto de áreas está incluso se recusam a comentar o assunto, assim como a SEMAM e a SEINF, desde o início da atual administração, embora a proposta seja do pleno conhecimento da própria Prefeita Municipal e esteja exposto em destaque, na ante sala do Gabinete, no Paço Municipal. 


Fotos: Ricardo Vianna

fontes:

Inventário Ambiental de Fortaleza
Movimento Pró-parque Rachel de Queiroz 
Disponível em http://www.parqueracheldequeiroz.org/