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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Bairros de Fortaleza - Damas

O Damas cresceu junto com a Avenida João Pessoa, a principal via de acesso do Centro ao Distrito de Porangaba. A rota que cruzava o bairro Damas – que fazia a ligação Benfica – Porangaba – era de areia batida. A poeira era intensa devido ao tráfego de animais carroças e alguns automóveis. 
A Avenida João Pessoa, principal via do bairro já foi chamada de Avenida da Morte, em razão dos inúmeros acidentes ocorridos ali. Hoje os acidentes diminuíram, mas o trânsito continua caótico.
Em 1929 o presidente Washington Luis (1926-1930), mandou revestir a estrada de concreto que foi batizada com seu nome. Deposto pela Revolução de 1930, os novos governantes mudaram o nome da via principal para Avenida João Pessoa, em homenagem a uma das lideranças do movimento.
O bairro já foi ponto de encontro da sociedade nas décadas de 1930 e 40, e o lugar ainda tem como referências seus velhos casarões ao longo da avenida João Pessoa. 
Destes, o que chama mais a atenção é a casa do português José Maria Cardoso, inaugurada em setembro de 1950. Batizada pelo proprietário de Vila Santo Antonio, sempre foi chamada de Casa do Português ou Prédio do Cardoso. 

 A Casa do Português, inaugurada em 1950, ainda é uma das principais referências do bairro
Tombado como Patrimônio Histórico Municipal pela FUNCET, o casarão encontra-se ocupado por doze familias que moram na propriedade, que ainda pertence a particulares. 

Lá nas Damas também funcionou entre as décadas de 1930 e 1960 a antiga sede do Ideal Clube, (inaugurado em 3 de outubro de 1931), freqüentado pela elite econômica da cidade. 
Os sócios se divertiam no clube que tinha quadra de tênis, piscinas, salão de danças e rinque de patinação.  O canelau ficava olhando de fora, no sereno, excluído do lazer requintado das elites.
 
Sede do Ideal Clube na Avenida João Pessoa nas Damas, com seu pavilhão de danças  (Arquivo Nirez)

Muitas são as explicações para a origem do nome do bairro Damas. 
Uma das versões é que morava no bairro um certo  Álvaro Fernandes, juntamente com algumas damas. Essas damas moraram ali por um bom tempo. Bem próximo havia uma estação de trem, e os trabalhadores, que  vinham de Maranguape, Maracanau, quando se referiam a essa estação, diziam, ‘Vamos saltar na estação das damas’. 

Outra versão dá conta  de que o nome se deve a existência de uma lagoa chamada de Lagoa das Damas. Havia quatro moças que tomavam banho lá e os curiosos iam olhar. Por causa dessas damas, o bairro todo ganhou esse nome. 
Uma terceira versão conta que o Damas acolhia as chácaras das famílias abastadas da capital, nas décadas de 1930, 40 e 50, que fugiam do tumulto do Centro da Cidade. Era o local onde descansavam as "damas" da aristocracia daquela época. 




O Polo de Lazer recebe a visita diária de grande número de moradores que usam o local para a prática de caminhadas, mas são muitas as reclamações, que vão desde a falta de segurança até o mau cheiro provocado pelas águas do canal que atravessa o bairro.

Mas de acordo com Blanchard Girão, o bairro era também chamado de Barreiros, porque o povo derrubava suas barrancas à procura do barro vermelho, usado nas construções. 
Mas o nome oficial era Damas. 
E o nome se deve à ordem religiosa que se estabeleceu num passado remoto, no trecho fronteiriço entre a antiga Avenida Visconde de Cauípe (Atual Avenida da Universidade) e a Avenida João Pessoa. 
Eram as religiosas da Ordem das Damas da Instrução Cristã, mantenedoras do Colégio Santa Cecília, que ficou naquela região até o início da década de 1960, quando o estabelecimento de ensino mudou-se para a Aldeota. 
O Colégio Santa Cecilia, dirigido pela Ordem das Damas da Instrução Católica(Arquivo Nirez) 
O nome ficou de herança, embora aquele trecho onde ficava o Santa Cecília esteja inserido no Benfica. O Damas é um dos menores bairros de Fortaleza, com apenas 96,6 hectares e cerca de 10 mil moradores.

Fotos de Rodrigo Alboim
(fevereiro/2011)
Fontes: