José Maria Moreira Campos nasceu em Senador Pompeu no dia 06 de janeiro, no ano de 1914, filho de Francisco José Gonçalves e Adélia Moreira Campos. Teve dois irmãos – um irmão e uma irmã – que morreram cedo.
O estudo inicial, básico foi feito no interior, em Lavras da Mangabeira. Em 1930 a família veio morar em Fortaleza, por um motivo que foi considerado pelo escritor como trágico: seu pai passou a se dedicar ao comércio em 1924. Em Lavras da Mangabeira, mantinha um bem sucedido comércio de algodão, peles e cera de carnaúba.
O desastre começou quando a fabrica incendiou-se e não estava no seguro. Devido às dificuldades financeiras, a família mudou-se para a capital.
Moreira Campos aos 12 anos em foto de 1926
Em Fortaleza Moreira Campos ingressou no Educandário Moacir Caminha; lá fez o vestibular e ingressou no secundário. Acostumado à vida pacata do interior, onde passou a infância e parte da adolescência, encantou-se e impressionou-se com os serviços que encontrou na capital. Um dos encantos foi andar de bonde, outro foi o cinema. Gostava tanto de cinema que chegava a assistir ao mesmo filme quatro vezes.
Depois do Educandário Moacir Caminha estudou no Liceu, mas não pode terminar o curso em razão do falecimento dos pais. O pai faleceu aos 44 anos em 1931; ano seguinte morreu a mãe, aos 38 anos. Pobre e sozinho foi acolhido por um primo, e morou em casa de algumas tias. Mais tarde conseguiu um emprego de ajudante de arquivista na Secretaria do Interior e da Justiça e foi morar numa pensão.
Retomou os estudos fazendo um Curso Madureza*, trabalhando de dia e estudando à noite. Fez vestibular para Direito e concluiu o curso em 1946. Depois, ingressou na Faculdade Católica de Filosofia e Formou-se em Letras. A vida literária começou quando ainda era muito jovem. Ainda no interior, gostava de ler romances ,e aos 13 anos já fazia sonetos sem sequer saber ao certo o que seria um soneto, posto que não conhecesse métrica e rima. Retomou a vida literária quando chegou a Fortaleza.
Junto com os colegas do Liceu criou a Escola Moça de Cultura. Depois surgiram os moços do grupo Clã, grupo que consolidou o movimento modernista no Ceará. A denominação Clã – Clube de Literatura e Arte – era porque no inicio o grupo contava com literatos e artistas plásticos: Antonio Bandeira, Aldemir Martins, Barbosa Leite e Márcio Barata. Depois os artistas plásticos foram embora, ficaram apenas os intelectuais.
Moreira Campos participou da fundação da Escola Moça de Cultura, grupo literário que surgiu espontaneamente, sem sede, sem estatutos, sem regimentos. As reuniões ocorriam nos cafés da Praça do Ferreira.
Moreira Campos no dia do seu casamento com Maria José Alcides Campos (14.12.1937)
O escritor casou-se em 14 de dezembro de 1937 com Maria José Nogueira Alcides, que trabalhava com Moreira campos na mesma repartição – Secretaria do Interior e da Justiça. O casal teve três filhos: Natércia, Marisa e Cid.
Moreira Campos foi funcionário público e diretor de repartição, mas sonhava com o magistério. Foi professor de Geografia na Fênix Caixeral e lecionou Português no Colégio Padre Champagnat.
Em 1965, Ingressou no magistério, na UFC, e fez novo vestibular para licenciatura em Letras na Faculdade Católica de Filosofia. Na UFC foi Professor e Chefe do Departamento de Letras; (1970-71) Decano do Centro de Humanidades na administração de Fernando leite; Pró-reitor de graduação durante seis anos (1973 a 1979); e Reitor substituto em algumas ocasiões.
Moreira Campos foi funcionário público e diretor de repartição, mas sonhava com o magistério. Foi professor de Geografia na Fênix Caixeral e lecionou Português no Colégio Padre Champagnat.
Em 1965, Ingressou no magistério, na UFC, e fez novo vestibular para licenciatura em Letras na Faculdade Católica de Filosofia. Na UFC foi Professor e Chefe do Departamento de Letras; (1970-71) Decano do Centro de Humanidades na administração de Fernando leite; Pró-reitor de graduação durante seis anos (1973 a 1979); e Reitor substituto em algumas ocasiões.
O seu livro de estreia foi Vidas Marginais em 1949. Depois de Vidas Marginais lançou o segundo livro Portas Fechadas, em 1957, editado pela Cruzeiro no tempo de Assis Chateaubriand. O livro de contos foi bem aceito pela crítica e recebeu o prêmio do Instituto Nacional do Rio em 1957.
Em seguida veio o Terceiro livro: As Vozes do Morto, em 1963. Os contos versam sobre as estórias mais diversas. Foi publicado pela Editora Francisco Alves, mas o autor não gostou da edição e mandou tirar de circulação.O próximo livro de Moreira Campos foi O Puxador de Terço, de 1969, que retrata uma figura que o autor conheceu no sertão.
Depois veio o quinto livro: Os Doze Parafusos, em 1978, que relata um caso que foi contado ao autor por outro intelectual: uma mulher neurótica, com ciúme exacerbado, que para mostrar sacrifício ao marido, retirou dezoito parafusos de uma janela para se atirar lá de cima. Ao escrever o conto o autor reduziu os parafusos a doze por achar que dezoito era muito.
Contos Escolhidos de 1981, é uma seleção feita pelo autor de histórias publicadas nos livros anteriores.Depois foi lançado em 1985, A Grande Mosca no Copo de Leite, livro que o ator considera de cunho erótico.
O último livro a ser lançado por Moreira Campos foi Dizem que os Cães Veem Coisas, de 1987, outra seleção de contos já publicados. O título é uma tradição do folclore. Dizem que os animais veem e pressentem acontecimentos da natureza antes dos humanos, que os cães são capazes de perceber um fato extraordinário antes que o homem perceba.
Há ainda um livro de poesias: Momentos.
O escritor em sua biblioteca
Moreira Campos participa de cerca de catorze antologias, entre nacionais e estrangeiras. Suas obras já foram traduzidas para o francês, italiano, inglês, alemão e hebraico. Membro da Academia Cearense Letras, da Academia Cearense de Língua Portuguesa e Professor Emérito da Universidade Federal do Ceará; foi agraciado com diversos prêmios e comendas ao longo de sua existência
Fotos e dados biográficos extraídos do Livro:
Roteiro Sentimental de Fortaleza/ Depoimentos de História Oral de Moreira Campos, Antonio Girão Barroso e José barros Maia/ Coordenadores: Simone de Souza e Sebastião Rogério Ponte. Prefácio de José Carlos Sebe B. Meihy; transcriadores: Oswald Barroso, Caterina de Saboya Oliveira e Sebastião R. Ponte. Fortaleza: UFC-NUDOC/SECULT-CE, 1996.
Roteiro Sentimental de Fortaleza/ Depoimentos de História Oral de Moreira Campos, Antonio Girão Barroso e José barros Maia/ Coordenadores: Simone de Souza e Sebastião Rogério Ponte. Prefácio de José Carlos Sebe B. Meihy; transcriadores: Oswald Barroso, Caterina de Saboya Oliveira e Sebastião R. Ponte. Fortaleza: UFC-NUDOC/SECULT-CE, 1996.
- Moreira Campos faleceu no dia seis de maio do ano de 1994, aos 80 anos.
Em agosto, é instituída a Comenda Moreira Campos em Senador Pompeu, sua terra natal, a ser entregue anualmente a três pessoas de destaque no município.
Os Encontros Literários do Departamento de Letras da UFC passam a se denominar Moreira Campos. - É descerrada uma placa com o seu nome na sala dos professores do Curso de Letras.
Em novembro, foi inaugurada a Sala Literária Moreira Campos no Palácio da Cultura. - Em maio de 1995, é inaugurado o Auditório Moreira Campos no Centro Cultural da Abolição e a sala de leitura Professor Moreira Campos na Biblioteca Pública Municipal Dolor Barreira.
Em setembro, é criado o Prêmio Moreira Campos pela Assembléia Legislativa de Fortaleza, para escritores. Em dez de outubro, é inaugurado o Bosque Moreira Campos no Campus da UFC.
*Curso MadurezaEra um curso de educação de jovens e adultos que ministrava disciplinas dos antigos ginásio e colegial, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1961. Fixava em 16 e 19 anos as idades mínimas para o início dos cursos, respectivamente, de Madureza Ginasial e de Madureza Colegial. Em 1971, o Curso de Madureza foi substituído pelo Projeto Minerva e, posteriormente, pelo Curso Supletivo
4 comentários:
Oi, Fátima!
Muito importante, nos trazer Moreira Campos, um dos mais consagrados escritores da "última safra" de escritores cearenses do século XX.
O conto, "Dizem que os Cães Vêem Coisas",já bastava para consagrá-lo.
Para completar todo o seu trabalho literário e seu "papel" pela cultura de sua terra, ainda era pai
de Natércia Campos, do mesmo "quilate" que êle. Seu romance, "A Casa", também, já bastava para consagrá-la! Tal pai, tal filha!!!
Traga-nos mais BIOGAFIAS, Fátima!
Beijo!
achei otimo, adoro M. Campos!
Oi Lucia,
Natércia Campos, a filha do escritor herdou o talento do pai no caminho das letras: a casa (romance); A Escada, Iluminuras, o Jardim (contos) e outros escritos, fizeram de Natércia uma referência nas letras cearenses. Faleceu em 2004, dez anos após Moreira Campos.
Mas não conseguiu superar o talento de Moreira Campos que considero o maior contista do CE.
Esqueceu de comentar sobre a afilhada dele Ana Paula de Andrade Teixeira, somente
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