Cachorro!
quinta-feira, 10 de julho de 2025
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
A Seca dos Três Setes no Ceará
A tragédia já se anunciava
desde o ano anterior. O ano de 1876 foi chuvoso durante os três primeiros
meses, depois, de junho a dezembro, não caiu uma gota d’água. Em janeiro de
1877, apenas uma neblina e baixíssimos índices de pluviosidade nos meses
seguintes. Em março os sertanejos já estavam alarmados e em abril, perdidas as
esperanças de inverno, começou o êxodo de habitantes do sertão para o litoral.
O gado morria à falta de
aguadas, as lavouras se extinguiram e a provisão de viveres, conservada como
reserva de muitos sertanejos, pouco a pouco se esgotaram. De setembro em diante
a fome era geral, os socorros públicos, mal administrados, não chegavam regularmente
aos locais mais afetados. Quem possuía algum bem ou valor, desfazia-se dele em
troca de algum gênero de primeira necessidade.
As poucas aguadas, como açudes
e poços cavados nos leitos dos rios em épocas de chuvas, evaporaram-se. Mesmo
as pessoas consideradas mais abastadas, receosas de ficarem bloqueadas e sem
comunicação com o litoral, longe de qualquer auxílio, fugiram, abandonando suas
casas, animais e fazendas. O sertão virou um deserto.
O governo, totalmente
desarticulado, recusou enviar recursos para o interior, forçando desta forma, as
pessoas a procurarem o litoral. O êxodo tornou-se geral. Para Fortaleza,
Aracati, Sobral, Granja, Camocim e outros povoados, afluíram milhares de
pessoas. Em todos esses municípios, a população, de um dia para o outro, estava
multiplicada; e como faltasse casas para abrigar tanta gente, ficavam ao
relento, debaixo de árvores ou amontoados em sítios estreitos. As consequências
não demoraram: doenças, prostituição, vadiagem, saques, e todos os seus
efeitos, que se desenrolaram frente às cidades, antes tranquilas, agora em
estado de puro desespero.
O ano de 1878 chegou, e a
província continuava mergulhada no caos, mas com grandes esperanças que o ano
novo trouxesse de volta as chuvas que salvariam o Ceará. De janeiro a junho
caíram apenas 503 mm. A última chuva foi em 26 de junho. Depois dessa data, o
céu conservou-se sem nuvens, azul e límpido.
Perdidas as esperanças de
inverno, o abandono do sertão foi completo; vilas inteiras, lugares antes
prósperos, ficaram vazias ou com duas ou três casas habitadas, e estas mesmo
porque o governo, já mudado e melhor estruturado para lidar com o problema, envidara todos os esforços para
socorrê-las. (Júlio de Albuquerque Barros, foi presidente da província do
Ceará, de 08/03/1878 a 02/07/1880.
Fazendas de criação, com
200, 300 e 500 cabeças de gado, ficaram reduzidas a nada. Os fazendeiros que
tentaram a retirada do gado para o Piauí, acabaram perdendo para as moléstias,
furtos ou extravio. Pelas estradas morreram famílias inteiras de fome e sede, e
muitas que conseguiram atingir o litoral, chegaram tão fragilizadas, que caiam
agonizantes pelas calçadas e praças da capital e de outras cidades que
conseguiam chegar.
A emigração para o
Amazonas, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo foram incrementadas,
centenas e milhares de cearenses foram apinhados no convés de vapores e navios
que demandavam aquelas províncias, sem o mínimo de cuidados e sofrendo toda
sorte de privações.
Dos fins de 1878 até meados
de 1879, uma violenta epidemia de varíola atingiu proporções nunca vistas. Em
mais de um dia o número de vítimas na capital excedeu a 1000 pessoas. Muitos
mortos ficaram insepultos, não havia local nem quem realizasse os
sepultamentos. Havia então na capital cerca de 180 mil pessoas, 100 mil em
Aracati, e na mesma proporção, nas localidades próximas à Fortaleza, como
Pacatuba, Arronches, Granja e Camocim.
Havia esperança de que o ano de 1879 viria a por termo a tanto sofrimento, mas foi só mais um ano de terríveis provações. Como pouco ou nada restava no interior, a seca não teve grande repercussão. A atenção se concentrou na capital, nos auxílios do governo, na acomodação dos emigrantes, na busca de soluções.
A população ficara reduzida
talvez em um terço; cerca de 100 mil pessoas haviam falecido ou emigrado; o
governo gastara 72 mil contos, fora os subsídios da caridade particular. A
província ficou arruinada, sua principal atividade econômica, a criação do
gado, quase foi extinta; a população ficou dispersa e reduzida; a flora e a
fauna desapareceram em grandes áreas; só Fortaleza aumentou a população devido em
parte ao fluxo de emigrantes e ao desenvolvimento do comércio.
As esperanças se renovaram
com a chegada de 1880. Os dois primeiros meses foram desanimadores, o de março foi pouco chuvoso, em abril choveu bastante. A grande seca terminara.
Fonte: Documentos: Revista
do Arquivo Público do Ceará: Ciência e Tecnologia/Arquivo Público do Ceará, v 1
– 2005/Fotos Memorial da Democracia e ANPUR.
sábado, 8 de fevereiro de 2025
Memórias da Praia de Iracema
O Coqueiral da Maria Júlia
O proprietário do sítio era
Tancredo de Castro Bezerra, mas era conhecido como “coqueiral da Maria Júlia”
porque era ela quem administrava o lugar. Casados, Tancredo e Maria Júlia
moraram no sítio com cinco filhos até o final da década de 50; estava localizado
entre a atual avenida Historiador Raimundo Girão e as ruas, ainda sem
pavimentação, Dragão do Mar, Joaquim Alves e Gonçalves Ledo.
Com uma área de
aproximadamente dois hectares, o sítio tinha um casarão e uma grande plantação
do coqueiro gigante, tipo cocos nucifera linnaeus, uma espécie de coqueiro que
atinge até 30 metros de altura, e podia ser visto de longe. A produção
artesanal de coco seco, sem os tratos culturais necessários e dependente das
águas de chuva, era destinada a comercialização, e tinha grande aceitação.
A área não possuía muros
nem cercas, como também as demais propriedades locais. Como não realizavam
capinas, os coqueiros eram intercalados por grande variedade de plantas que favorecia a existência de várias espécies de animais, possibilitando uma fauna
diferenciada.
No inverno, parte do
coqueiral ficava alagada, em virtude da superficialidade do lençol freático. No
verão, quando o terreno estava seco, a meninada capinava o mato para fazer um
campo de futebol improvisado, embora intercalado de coqueiros. No segundo semestre
do ano, as alunas do Colégio das Doroteias ministravam aulas de catecismo às
crianças, todas as quintas-feiras. Depois as professoras emprestavam bolas de
futebol para recreação. No sítio também aconteciam quermesses.
Além da atividade econômica, o sítio da Maria Júlia, cumpriu uma importante função social para a Praia de Iracema dos anos 50.
O Poço da Maria Félix
O poço da Maria Félix era
uma escavação no sítio de Almir Freitas, localizado na avenida Historiador
Raimundo Girão, e as ruas Dragão do Mar, Gonçalves Ledo e dos Ararius. A parte
baixa do sítio tinha o lençol freático muito superficial, que favorecia a
exploração de poços e cacimbas.
Maria Félix era moradora do
sítio do Almir. Ela escavou um poço próximo de sua casa, na confluência das
ruas Dragão do Mar e Gonçalves Ledo. O poço era de forma circular, seis metros
de diâmetro e metro e meio de profundidade. A finalidade era obtenção de água
para consumo, regar suas plantas frutíferas e auferir renda lavando roupas das
famílias da vizinhança. Maria dedicava boa parte do seu tempo a cuidar da casa, das plantas, da água do poço e não gostava de invasores em seus domínios.
Sabendo disso, muitos jovens ao retornarem
do banho de mar, aproveitavam para mergulhar na fonte da Maria Félix, às
escondidas, enquanto ela estava dento de casa. Mas o barulho produzido contra
superfície da água, alertava a lavadeira para o fato de haver intrusos poluindo
a água, turvando sua transparência, já que a lama do fundo subia após o contato
com os pés dos nadadores.
Imediatamente Maria pegava
um porrete e corria para pegar os meninos que sempre eram mais rápidos do que
ela. Outra forma de importunar a lavadeira era através da captura de jia no seu
poço, com utilização de linha de pesca, anzol e iscas. Além disso a moradora
vivia preocupada com os constantes furtos de frutas que ocorriam no seu
terreno.
O sítio, o poço da Maria Félix, e as árres frutíferas, sumiram no tempo, junto com as reformas e a modernidade da Praia de Iracema.
![]() |
imagem do livro Fortaleza 27 graus |
Até os anos 90 existia na
Praia de Iracema, uma piscininha que se formava duas vezes por dia, sempre na
maré alta. Tinha o formato de uma pequena lagoa e surgiu quando construíram o
quebra-mar de pedra, para conter o avanço do mar sobre a zona residencial da
faixa litorânea.
Praticamente todos os anos,
nos primeiros meses, a maré alta invadia a faixa de areia cada vez com mais
intensidade, e chegava até a rua dos Tabajaras, destruindo as edificações que
estavam pelo caminho.
A partir da construção do
quebra-mar, a onda perdeu a força destruidora de antigamente. A localização da
piscininha correspondia às imediações do início da rua dos Tremembés, próximo
ao Estoril. Era o local ideal para quem desejava aprender a nadar, em razão de
suas ondas de pequena intensidade, oriundas da maré alta, mas que ficavam
amortecidas ao passarem no quebra-mar. Na maré baixa o reservatório perdia a
totalidade de suas águas. A profundidade era variável, sendo mais fundo próximo
às pedras.
Em 2009 a Prefeitura de
Fortaleza promoveu mais uma obra de engorda que aumentou a faixa de praia em 80
metros. O processo de requalificação da área para ampliação do calçadão, riscou
a piscininha do cenário, que acabou sendo aterrada. Com isso, as boas memórias
de muita gente foram aterradas junto com a piscininha.
Extraído do livro A Praia
de Iracema dos anos 50/Jaildon Correia Barbosa/Fortaleza: Premius, 2010/informações
adicionais do G1.
terça-feira, 21 de janeiro de 2025
Memórias do Mucuripe
A Criação do Cemitério
Seu Arcanjo morava no
Mucuripe. Pobre e portador de hanseníase, não vivia confinado nem afastado da
convivência de seus amigos, como era recomendado na época. No Mucuripe, ninguém
tinha medo da doença de “seu” Arcanjo, e muitos vizinhos até davam uma ajuda
nos serviços da casa dele.
Seu Arcanjo, sentado
em frente ao seu casebre, vendo passar quase todo dia, pessoas com uma estaca
atravessada nos ombros, carregando defunto numa rede, para enterrar no São João
Batista, resolveu que aquela situação não podia continuar. E teve a ideia de
lutar por um cemitério próprio para o Mucuripe. O ano era 1916, depois da seca
de 1915, que deixou um rastro de miséria, fome, doença e morte.
Procurou o “coronel”
Jesuíno, o homem mais importante do lugar, nome de rua importante do bairro
atualmente, dono de extensos terrenos naquela região. Manuel Jesuíno também
tinha bom coração e doou a terra para o cemitério. Mas não havia dinheiro para
cercar o terreno. Então, seu Arcanjo pensou numa maneira de arrumar os
recursos, e inventou a “associação do vintém”. Pescadores, labirinteiras,
boleiras, cuscuzeiras, chegaram juntos na campanha do vintém, e arrecadaram o
bastante para comprar os arames. O coronel autorizou a retirada das estacas das
suas matas, que se estendiam dum lado e do outro do Maceió, subindo até a
região do Cocó.
Com estaca e arame, o
resto foi fácil. Logo o terreno estava todo cercado e o cemitério criado. O
melão de São Caetano e a salsa cresceram naturalmente, formaram uma cerca viva
em torno do terreno e impediram a entrada de animais. O cemitério concebido por
“seu” Arcanjo, o hanseniano, implantado em terras de Manuel Jesuíno, o
latifundiário, e cercado pelo povo com os vinténs de cada um, localizado em
plena Avenida da Abolição, olhando para a matriz de Nossa Senhora da Saúde, dizem,
está superlotado.
O cemitério do Mucuripe, denominado São Vicente de Paula (o correto seria São Vicente de Paulo, nascido Vincent de Paul, sacerdote francês), é o segundo cemitério público criado em Fortaleza e é também o menor da cidade, com menos de 600 jazigos. O amontoado de jazigos é tão grande que as covas ficam coladas até o portão de entrada. De acordo com a prefeitura, a falta de recuo em relação aos imóveis do entorno vem desde a construção do espaço.
As Meninas da Rua da Frente
Boneca noturna que
gosta da lua/Que é fã das estrelas/ e adora o luar/Que sai pela noite e
amanhece na rua/ E há muito não sabe o que é luz solar.
(Adelino Moreira-Nelson
Gonçalves)
casas na Praia do Meireles - rua da Frente anos 40 imagem IBGE (colorizado por computador)
A Rua da Frente era como era chamado um trecho da atual Avenida Beira Mar. E era uma babel, uma misturada de gente, de famílias tradicionais, netos e filhos de jangadeiros pobres, e muitas, numerosas prostitutas. E eram estas que animavam a vida daquela praia. As “meninas” faziam a diferença, viviam aquela vida desregrada, trocavam o dia pela noite, bebendo, amando, brigando por causa de homens, geralmente pescadores e marinheiros, que aportavam no Mucuripe, vindo de mares desconhecidos.
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orla marítima do Mucuripe anos 40 - imagem IBGE |
Da mesma forma que o curral do antigo Arraial Moura Brasil, o Mucuripe foi durante muitos anos, uma animada zona de prostituição, onde o vicio e o pecado caminhavam ao lado do trabalho e da solidariedade. Os moradores da mesma área testemunhavam que essas mulheres, no que pese a vida libertina que levavam, eram generosas, prestativas e tinham espírito solidário.
Quando chegou a
urbanização, invocação do progresso, uma das primeiras providências foi pensar
numa maneira de como acabar com a Rua da Frente a fim de implantar a moderna
Avenida Beira Mar. E como transferir aquela gente, muito com raízes fincadas
desde os primórdios da cidade.
De pronto apareceu
uma proposta. As mulheres iriam para um local, as famílias para outro. Coube às
primeiras a zona do farol e para os jangadeiros e outros moradores, a Praia do
Futuro e adjacências. A mudança foi monitorada pelo então vigário padre José
Nilson e coordenada por uma das “meninas” que negociou com representantes do
prefeito Cordeiro Neto. A prefeitura pagou indenizações e providenciou a
construção de casas para moradia. Nada menos de 1.332 mulheres foram conduzidas
da Rua da Frente para o Mucuripe.
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região do farol antes da mudança - 1935 - imagem Arquivo Nirez |
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Depois da mudança - anos 60 (imagem Anuário do Ceará |
A transferência foi
aceita pela maioria até com certa satisfação. Foram adotadas diversas
iniciativas para assegurar as mínimas condições de moradia para o local em que
as mulheres seriam acomodadas. Assim, foram introduzidos melhoramentos na área,
como água, luz, e transporte.
Surgia assim,
ampliando os limites do Mucuripe, a zona do Farol, que a prefeitura batizou
depois de Vicente Pinzon, numa homenagem ao primeiro estrangeiro que andou pelo
Mucuripe. Da mesma forma, os outros moradores foram transplantados para
diferentes pontos, em especial para a Praia do Futuro, em casas construídas
pela prefeitura.
Extraído do livro
“Mucuripe de Pinzon ao Padre Nilson/Blanchard Girão/Fortaleza/Edições Fundação
Demócrito Rocha/1998/informações adicionais dos Jornais Diário do Nordeste e o Povo/Publicação Fortaleza em Fotos
.
quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
As Igrejas Católicas nos bairros
A igrejas católicas mais antigas da
capital estão em sua maioria localizadas no Centro, não por acaso, a parte mais
antiga da cidade. Mas, encontramos em diversos bairros, igrejas tão antigas
quanto as do Centro, construídas com recursos dos fiéis, seguidores da fé
católica, que não economizaram nem recursos nem trabalho para a concretização
de seus objetivos, testemunhos de sua crença na igreja de Roma.
Igreja de Bom Jesus dos
Aflitos – Parangaba (1664)
A Igreja de Bom Jesus dos
Aflitos foi sendo estabelecida a partir de 1664, durante o processo de
instalação dos aldeamentos jesuítas e da ocupação indígena no Ceará, quando os
padres deslocaram os índios Potiguaras, que se encontravam na região do rio Ceará,
para Porangaba, formando o aldeamento homônimo.
Igreja de Nossa Senhora da Conceição – Praia de Iracema (1841)
Em 26 de outubro de 1839,
Antônio Joaquim Batista de Castro, morador no Outeiro da Prainha, requereu uma
licença à Câmara Municipal, para que ele e outras pessoas pudessem construir
uma capela de invocação a Nossa senhora da Conceição. A licença foi concedida no dia 30 do mesmo
mês. Os fiéis resolveram então, organizar uma irmandade e escolher o lugar onde
seria edificado o templo. Concordaram que o local seria sobre a colina
fronteira à praia, ficando a capela de frente para o oriente. A igreja foi
inaugurada no dia 8 de dezembro de 1841.
Igreja de Nossa Senhora da
Conceição – Messejana (1873)
A Igreja de N. S. da Conceição, fundada em 1871, instituída canonicamente em 1873, conforme provisão episcopal de D. Luís Antônio dos Santos, primeiro bispo do Ceará. A igreja foi construída inicialmente pelos jesuítas, que estabeleceram um aldeamento e no local ergueram uma capela, que serviu de base para a igreja atual. Localizada na Rua Joaquim Bezerra, em Messejana.
Igreja dos Remédios –
Benfica (1910)
A Igreja de N. S. dos
Remédios, uma das mais antigas da cidade, foi inaugurada no dia 15 de agosto de
1910, nos arrabaldes do Benfica. A
iniciativa de sua construção partiu de João Antônio do Amaral, que desejava construir
uma capela em terreno de sua propriedade, no Benfica, com a denominação de N.S.
dos Remédios, de quem era devoto, e por ser a padroeira da Freguesia em que
nascera, na ilha de S. Miguel, uma das Açores.
Igreja de Nossa Senhora dos
Navegantes – Jacarecanga (1913)
A capela foi mandada
construir pelo abolicionista e empresário Alfredo Salgado, com benção e
inauguração no dia 06 de abril de 1913, com missa rezada pelo Bispo Dom Xisto
Albano. Com o tempo a antiga capela desapareceu dando lugar a igreja atual.
Igreja Jesus Maria José – Antônio Bezerra (1915)
Fundada em 1915, a partir
de uma capela privada construída em terras de Teófilo Rufino Bezerra de
Menezes. O terreno onde seriam construídas a Igreja matriz, a pracinha, a casa
paroquial e a quadra foi doado pelo Presidente, Sr. Antônio Bezerra de Menezes,
mediante entrega do documento de doação à Cúria Metropolitana.
Igreja de São Gerardo
Magela – São Gerardo (1925)
A primeira capela dedicada
a São Gerardo nasceu da iniciativa de um grupo de catequistas que conseguiram a
doação de um terreno localizado na Avenida Bezerra de Menezes, por parte do
casal Gaudioso e Donatila de Carvalho, no ano de 1924. Obtido o terreno,
passaram a trabalhar para arrecadar recursos para a construção da capela, cuja
pedra fundamental foi lançada no dia 25 de agosto do mesmo ano. Em 18 de
outubro de 1925 o templo foi inaugurado e recebeu a primeira benção. No dia 19
de julho de 1934, a pequena capela, reformada e ampliada, foi elevada ao status
de Paróquia de São Gerardo Magela pelo Arcebispo Dom Manoel da Silva Gomes.
Igreja do Cristo Rei – Aldeota (1930)
Construída entre 1928 e 1930, com plena participação da comunidade pastoral, que se engajou física e financeiramente na construção do templo. A princípio o a igreja teria como padroeiro São Luiz Gonzaga, mas a denominação foi mudada para Cristo Rei em face da da Encíclica de Cristo Rei, publicada em 1928, pelo Papa Pio XI. Com exceção da imagem do Cristo Rei que está no altar principal, as demais imagens dos santos são de origem portuguesa e especialmente a imagem de Nossa Senhora de Fátima, confeccionada pelo arquiteto português Thetin, na década de 1920, a partir da descrição dos pastores que viram a aparição da virgem.
Igreja da Piedade – Joaquim Távora (1930)
Nos primórdios do século
XX, havia no local uma capela sob sua invocação. No dia 08 de julho de 1928, a
capelinha desabou, sendo construída em seu lugar a Igreja de Nossa Senhora da
Piedade, com a ajuda de paroquianos e do arcebispo de Fortaleza Dom Manuel da
Silva Gomes. Em 1934 a Igreja foi doada pelo arcebispo aos padres Salesianos. A
imagem da padroeira que encima o altar-mor veio da Espanha em 1953, doada pela
família Gentil Barreira.
Igreja Nossa Senhora das
Dores – Farias Brito (Otávio Bonfim) (1932)
Inaugurada em 1932, por
meio de doações. A construção da Igreja
das Dores e do convento de São Francisco muito deve aos esforços de Dom Manoel
da Silva Gomes, que se empenhou na vinda dos franciscanos menores para Fortaleza,
inclusive fazendo a doação de um terreno para a construção da igreja e do
convento dos franciscanos, anexo. A Igreja N.Sra. das Dores sucedeu à antiga
capela de São Sebastião levantada na praça a que deu o nome, na antiga Estrada
do Gado, hoje rua Justiniano de Serpa.
Igreja Nossa Senhora da
Saúde – Mucuripe (1934)
A Igreja Nossa Senhora da
Saúde foi fundada pela própria comunidade de pescadores do Mucuripe, inaugurada
em 1934. O padre José Nilson influenciou a vida religiosa do bairro por causa
da interação com os moradores, e lutou com eles pelas melhorias do local.
Contam que, antes da chegada do antigo pároco, a comunidade do Mucuripe era
esquecida e nenhum religioso ficava mais de dois anos no comando da paróquia.
Em maio de 1950, padre Zé Nilson foi enviado ao Mucuripe por Dom Antônio de
Almeida Lustosa, com a previsão de ficar somente dois anos, como seus
antecessores. No entanto, o religioso acabou ficando por 50 anos. A Imagem de
N. Senhora da Saúde, na praça da matriz, é um trabalho do escultor Deoclécio
Diniz, conhecido por "mestre Bibi" ou "Bibi Santeiro".
Igreja de Nossa Senhora de
Nazaré – Montese (1948)
Inaugurada em 1948, em
terreno doado pelo casal Sindulfo Serafim Ferreira Chaves e sua mulher,
Dulcinéia Gondim Chaves, donos de uma extensa propriedade denominada Sitio Bom
Futuro, de onde o terreno foi apartado.
A arquitetura do templo reproduz a planta de uma igreja da Holanda.
Santuário Nossa Senhora de
Fátima – Fátima (1953)
O templo foi construído no
ponto mais alto de uma elevação de terra, onde antes havia uma extensa
vegetação. Foi inaugurada em 1953, com variadas contribuições de fiéis,
inclusive das classes mais abastadas. A ideia de construção da igreja está
ligada a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima que percorreu
vários países da Europa e alguns Estados do Brasil, e iniciou uma visita a
Fortaleza em 9 de outubro de 1952.
Igreja de São João Batista
– Tauape (1957)
Até o dia 23 de dezembro de
1936, a Igreja de São João Batista era a sede da Matriz Santa Terezinha. A
construção da Igreja Matriz de São João Batista foi iniciada em 09 de outubro
de 1957, e segundo depoimento de moradores antigos, demorou quase 10 anos para
ser concluída. O templo foi construído com o esforço dos padres e ajuda do
povo. A antiga igrejinha hoje abriga o salão paroquial.
Igreja da Santíssima
Trindade – bairro José Walter – 1970
Igreja Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro – bairro Mondubim – 1982
Igreja de São Francisco
Xavier – Conjunto Esperança – 2015
Igreja Jesus Maria |José –
bairro Vila União – 1968
Igreja Nossa Senhora das
Graças – bairro Pirambu – 1958
Igreja de São Vicente de
Paulo – bairro Dionísio Torres – 1971
Igreja de São Raimundo
Nonato – bairro Rodolfo Teófilo – 1948
Igreja de Nossa Senhora da
Glória – Cidade dos Funcionários – 1968
Igreja de Santa Luzia – bairro
Meireles – 1957
Igreja de Nossa Senhora de
Lourdes – bairro Lourdes – 2000
Igreja São Francisco de
Assis – bairro Dias Macedo – anos 60
Igreja de Santo Afonso
Ligório (Igreja Redonda) – Parquelândia – 1978
Igreja de São José – Papicu
– 2012
Igreja do Divino Espírito
Santo – bairro Cidade 2000 – 1975
Igreja Nossa Senhora da Paz
– bairro Aldeota – 1961
Igreja de Santo Antônio de
Pádua – bairro Maraponga – 2006
Fontes:
As pouco lembradas Igrejas de Fortaleza/Eduardo
Fontes/Fortaleza, Secretaria de Cultura e Desporto/1983/
https://www.fwa.org.br/livros/datas-e-factos-para-a-historia-do-ceara-tomo-iii.pdf
https://bairrosjtauape.blogspot.com/
https://www.arquidiocesedefortaleza.org.br/
Jornais O Povo, Diário do Nordeste