A cidade de Sobral surge nas margens
do rio Acaraú, caminho natural das terras sem fim do vale do Acaraú,
onde se ergueram, com o correr dos anos, na quadra da conquista do Siará
Grande, arraiais, povoados e vilas, mais tarde transformadas em cidades.
Dizem os historiadores, baseados em documentação
irrefutável, que a região foi povoada por famílias que vieram ter ao Ceará
acossadas pelos atropelos da guerra
contra os holandeses. Um dos primeiros núcleos então formados foi localizado
nas proximidades do riacho Guimarães, que em 1712, já possuía uma capela.
povoado, doava cem braças de boas terras ao patrimônio da capelinha, tendo em
vista que o padre visitador, Lino Gomes Correia havia afirmado que, ou se
doaria patrimônio à capela, ou a freguesia ficaria interditada.
Afora esse povoado, outro arraial, o de São José, se formou
nas proximidades do local onde iria surgir a cidade de Sobral. Destes dois
núcleos partiu o povoado de todo o vale do Acaraú, através do trabalho
agrícola, do estabelecimento de fazendas de gado e da indústria da carne-de-sol
(charque), muito comum nas redondezas.
De uma das grandes propriedades que se ergueu
com cerca de pau a pique, enorme casarão e com centenas de empregados, nasceu a
cidade de Sobral. Corria o ano de 1740. Em torno da casa grande da fazenda
Caiçara, de propriedade do capitão Antônio Rodrigues Magalhães e sua mulher D.
Quitéria Marques de Jesus, começou a
se formar o arraial. Foram surgindo pequenas casas de taipa.
Em 1742, o padre visitador vindo da povoação de São José,
demorou-se na fazenda Caiçara e, diante da prosperidade do lugar, resolveu que
ali deveria ser a sede do Curato de Acaraú, por ser mais ou menos o seu centro,
sendo então edificada uma igreja.
novo templo em louvor a N. S. da Conceição
e que seria a matriz do curato. Em
1746 foi o padre Dr. João Ribeiro Pessoa, mandou edificar a Igreja matriz, hoje
catedral, ao lado do antigo templo. As
obras foram iniciadas em 1778, com a mão-de-obra de índios tapuias, enviados de
Viçosa.
A Carta-Régia de 22 de julho de 1776 determina ao governador
geral de Pernambuco que se criasse mais uma vila no Siará Grande e que esta
fosse localizada na povoação de Caiçara, que passaria a se chamar de Vila
Distinta e Real de Sobral. A instalação ocorreu no dia 5 de julho de 1773, com
território desmembrado de Fortaleza.
de maior expressão registrados no Ceará.
Em 1817, quando o sul da província se agitava em torno das ideias republicanas,
reflexo do levante pernambucano de 6 de
março, a Câmara de Sobral por seus membros, Francisco Joaquim de Sousa Campelo,
Antônio José de Faria, Cristóvão Moreira Pontes, Custódio José Correia da Silva
e Antônio Januário Linhares, dirigiu ofício ao governador da Capitania, Manuel
Inácio de Sampaio, em que reafirmava os votos de fidelidade ao Império.
O movimento revolucionário que eclodiu em Pernambuco em 2 de
julho de 1924, com o nome de Confederação do Equador , já havia lançado suas
raízes no Ceará. Tanto é que, em Fortaleza, José Pereira Filgueira, comandante
das armas, falando ao povo na Praça do Conselho (atual Praça da Sé), propusera
a demissão do Presidente Costa Barros, que se retirou do governo após lavrar um
protesto contra o acontecido. A escolha para seu substituto provisório recaiu
sobre o tenente-coronel Tristão Gonçalves de Alencar Araripe.
Gonçalves conclamava a população a
aderir à ideia de formação de um governo confederativo das Províncias do Norte.
Em Sobral, o Senado da Câmara se recusa a aprovar o projeto de constituição
apresentado pelo Imperador, fazendo-lhe ver
que os cidadãos de todas as classes, decidiram não aceitar o projeto por
contrariar os direitos e interesses do povo brasileiro. Aceitando a proclamação
que Tristão Gonçalves fizera, a Câmara de Sobral a ela aderiu, voltando,
entretanto, a jurar obediência ao imperador.
de dezembro de 1840, acompanhado de alguma força, com o objetivo de convencer o
tenente- coronel Francisco Xavier Torres
e entregar o comando da força pública, a fim de evitar uma revolta das tropas
ali sediadas para combater os balaios.
Na noite de 11 de dezembro o palacete do Senador Francisco de Paula
Pessoa, onde se hospedara José de
Alencar, foi alvejado pela fuzilaria da tropa de Xavier Torres, entrincheirada
no sobrado de Domingos José Pinto Braga, na mesma rua. Depois de várias horas
de combate, triunfou a tropa governista, entregando-se o chefe do levante,
Xavier Torres, a 10 de janeiro, nas proximidades de Baturité, ao coronel
Antônio Barroso de Sousa, que o perseguia com numerosa tropa.
janeiro de 1841, com o título de Fidelíssima
Cidade Januária do Acaraú (Lei 229 da mesma data sancionada pelo presidente
José Martiniano de Alencar). O sucessor de Alencar, após um ano, mandou voltar
o antigo topônimo Sobral (Lei 244 de 25 de outubro de 1842).
Sobral é sede de bispado desde 1915 instituído pela Santa Sé
por decreto de 10 de novembro, sendo seu primeiro titular D. José Tupinambá da Frota,
sobralense, sagrado em Salvador, Bahia, em 29 de junho de 1916.
Em divisão territorial datada de 2005, o município é
constituído de 13 distritos: Sobral, Aprazível, Aracatiaçu, Bonfim, Caioca,
Caracará, Jaibaras, Jordão, Patos, Rafael Arruda, Patriarca, São José do Torto
e Taperuaba.
Demografia:
domicílios
semiárido brando com chuvas de janeiro a maio.
Relevo – planície fluvial, depressão sertaneja e maciços
residuais
Acaraú,
fotos do IBGE e Arquivo Nirez
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Excelente relíquias do Ceará