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 Em 1971 a Praça Portugal já se destacava na região da Aldeota (foto do Arquivo Nirez)

A criação da Praça Portugal foi autorizada na administração
do procurador fiscal Jorge Moreira da Rocha à frente da Prefeitura de Fortaleza
entre abril e dezembro de 1947. A oficialização do ato se deu pelo Decreto-lei
n° 202, de 23 de maio de 1947. As constantes ingerências dos urbanistas no
sentido de descentralizar Fortaleza, ampliando seus limites para além do
traçado xadrez original, e a constatação
de que os novos tempos haviam tornado esses limites insustentáveis, levaram os
administradores  a partir para execução
da proposta do Plano Saboia Ribeiro. 
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 Primeira planta da Praça Portugal, quando ainda era denominada Nunes Weyne. (do livro Praça Portugal)

O local escolhido foi o loteamento
Lydiápolis, num terreno adjacente ao que seria construída a Praça Nunes Weyne,
em terrenos de propriedade de Antônio Cristalino Fernandes.  Desenhada em linhas simples, a primeira planta
do local, já aprovada pela prefeitura, mostrava a conveniência da substituição
do local da praça. A planta mostra ainda os primórdios do que viriam a ser as
avenidas Desembargador Moreira (à época  Avenida Otto de Alencar) e Dom Luís, que se
chamava Rua Farias Brito, localizando-se a Praça Nunes Weyne no cruzamento de
ambas. 

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 A praça passou pela primeira reforma em 1980, quando o lago ganhou um mural com uma caravela portuguesa (foto do livro Praça Portugal)

No meio do areal e do descampado que caracterizava a Aldeota
daquele tempo, a 700 metros do mar, com veredas abertas precariamente entre
coqueiros e cajueiros, a praça se impunha como um dos espaços livres pensados por
Saboia Ribeiro para o lazer dos futuros moradores da região.
Mas a Praça Portugal só foi inaugurada no dia 6 de abril de 1968, na gestão do prefeito José Walter Cavalcante, ocupando
uma área de 13.440m². Foi construída pela SUMOV (Superintendência Municipal de
Obras e Viação), ostentando um lago artificial e um grande obelisco. A praça
contava ainda com uma fonte, uma ponte, postes e bancos. 
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   Inauguração da Praça Portugal com a presença de autoridades e a benção do Padre Amarílio, da Paróquia da Paz (do livro Praça Portugal)

A colônia portuguesa que à época da
inauguração era reduzida, com pouco mais de duas centenas de representantes, se
fez presente ao evento, tendo a frente o Vice-cônsul Alexandre Vidal.  Durante a construção, empresários portugueses
aqui estabelecidos doaram material para a obra e contribuíram financeiramente
para sua construção. 
Diferentemente da maioria das praças cearenses, a Praça
Portugal foi desenhada em formato circular, remetendo de imediato, a função de
uma rotatória. O engenheiro Lauro Lopes garante que não era este o objetivo,
mas sim o de ser uma verdadeira praça, e naquela época, naquele local, não
se justificava esforços adicionais de disciplinamento. 
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 A Praça e seu entorno no início dos anos 90 (foto do  livro Praça Portugal)

A construção de uma fonte luminosa no final da década,
ligada nos finais de semana, representou um novo atrativo da praça, em
volta da qual moradores e visitantes estacionavam seus automóveis. Por um ou
dois anos a Paróquia da Paz celebrou a Missa do Galo na Praça Portugal. O trânsito
de veículos era tão reduzido, que os motoristas não viam impedimento em evitar contornar
a praça e cortar caminho realizando curvas à esquerda para retomar as avenidas. 

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Na foto da década de 90, A Praça com seu entorno já bastante modificado e o Shoping Aldeota sendo construído. (foto do livro Praça Portugal)
  

É possível que a praça tenha exercido uma colaboração direta
para o crescimento da Aldeota ao longo da década de 70, atuando como elemento
de polarização e atraindo residências para o seu entorno.  O Plano Diretor de Fortaleza elaborado em
1979, na administração do prefeito Lúcio Alcântara, iria modificar esse perfil
ao permitir a criação de um centro comercial na área. Como um inesperado efeito
colateral, tal decisão influiu para o progressivo esvaziamento do tradicional
centro da cidade.  

extraído do livro
Praça Portugal – um laço entre Portugal e o Ceará
de Ângela Barros Leal

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Autor

mfgprodema@yahoo.com.br