×
EmSem categoria
porto+de+fortaleza+em+foto+tirada+da+igreja+da+prainha+s-data O antigo Bairro da Prainha
Vista do Porto de Fortaleza a partir da torre da Igreja da Conceição da Prainha (foto MIS)

Na outrora pacata capital do Ceará, se desfrutava de
tranquilidade nos bairros, onde conviviam pacificamente famílias abastadas e
carentes. As Cambirimbas e a Tijubana eram aglomerados da classe pobre,
existentes respectivamente ao lado das espaçosas residências do velho Alagadiço
e de Jacarecanga. A Cachorra Magra se agregava ao Benfica, bairro descoberto
pelas famílias ricas da cidade. E, ao então simplório bairro do Outeiro, trecho
de Fortaleza situado a Leste do riacho Pajeú, alcançado por caminhos diversos
como o Corredor do Bispo (atual Rua Rufino de Alencar), o Beco do Pocinho e o
início da futura Rua Pinto Madeira, se agregava a Prainha, alcançada também
pela antiga Rua da Praia (atual Pessoa Anta) e habitada por pessoas de posses.


inaugura%C3%A7%C3%A3o+da+Leste+Oeste+1974 O antigo Bairro da Prainha
Inauguração de trecho da Avenida Leste Oeste em 1974. A inauguração da avenida determinou o desaparecimento da Rua Franco Rabelo

O bairro da Prainha compreendia não somente a parte  que fica abaixo da colina onde nossa cidade
se assenta, mas se estendia à porção de cima, que dava frente para o areal hoje
correspondente à Praça Cristo Redentor e ao início da Rua do Seminário,
atualmente Avenida Monsenhor Tabosa.



ladeiradaprainha1 O antigo Bairro da Prainha



ladeira O antigo Bairro da Prainha
A ladeira da Prainha em dois tempos, na primeira foto ainda existia a casa com a torre vigia onde morou o Mister Hull e na segunda foto, com o imóvel já demolido.

casa+boris O antigo Bairro da Prainha
A Casa Boris, aqui estabelecida no século XIX e de grande importância social e econômica para a então provinciana cidade de Fortaleza 

Em sua parte mais elevada, na esquina noroeste da Rua Boris,
hoje reduzida em sua extensão em decorrência da demolição da face norte da
desaparecida Rua Franco Rabelo, e a atual Avenida Castelo Branco,  chamada popularmente de Leste Oeste, existia
um velho solar pertencente ao coronel Solon da Costa e Silva, proprietário da
Empresa Ferro-Carril – que explorava o serviço de bondes de tração animal,
sucedida em 1914 pela Ceará Light concessionária do serviço de bondes elétricos.
 O prédio foi demolido para o alargamento
da Avenida Leste Oeste.


espa%C3%A7o+ocupado+pelo+centro+drag%C3%A3o+do+mar,+d%C3%A9cada+de+1920+ou+30 O antigo Bairro da Prainha
Neste local, onde havia inúmeros imóveis, está hoje o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

predio+onde+hoje+fica+a+rampa+do+centro+drag%C3%A3o+do+mar O antigo Bairro da Prainha
Neste prédio, onde funcionou até uma repartição do Estado, foi demolido e, no local, está a rampa de acesso ao centro Dragão do Mar. 


Ao lado do belo prédio em que se abriga a Biblioteca
Pública, havia a casa n° 317 da desaparecida Rua Franco Rabelo, no início da
avenida leste Oeste. Foi o primeiro bangalô construído em Fortaleza, iniciativa
de Manuel Pio. Vizinho a esse prédio, existia outro na esquina com a atual Rua
Almirante Jaceguai , que integra a Ladeira da Prainha, onde os bondes estacavam
pela impossibilidade de subi-la. Nele residiu José Pio, irmão do proprietário
do bangalô vizinho, e sua estampa consta do Álbum de Vistas do Ceará, editado
em 1908. Depois foi residência de Francis Hull, cônsul inglês em nossa terra e
gerente da Ceará Light, e autor de estudos sobre a problemática das secas.
Também esse imóvel foi demolido e o terreno correspondente serve de
estacionamento de automóveis ou atividade similar.


torre+docristo1 O antigo Bairro da Prainha


Olhando em diagonal, para a Praça Cristo Redentor e de
frente para a Igreja da Conceição da Prainha, localiza-se o prédio outrora
residência do Barão de São Leonardo, que correspondia aos n°s 5, 15 e 23 da
Avenida Monsenhor Tabosa, antiga Rua do Seminário.
Vizinha a casa do barão, situava-se outra que hoje tem o
número 39, onde residia no início do século passado grande poeta cearense que
batizou rua da cidade, e foi preterido por um vereador qualquer, que renomeou a
rua com o nome do pai, dono de um posto de gasolina ali situado. José Albano,
poeta dos maiores, membro da família chefiada pelo Barão de Aratanha, morava na
Prainha. Costumava descer a ladeira do bonde para banhar-se nas ondas que
quebravam nas areia da então Praia do Peixe.



rua+do+seminario O antigo Bairro da Prainha
antiga Rua do Seminário, hoje Avenida Monsenhor Tabosa

No primeiro quarteirão, face sul da Avenida Monsenhor Tabosa,
foi construído o prédio do Seminário Diocesano, e completando a quadra, com
oitão para a Praça cristo Redentor, foi levantada a Igreja da Conceição.
Com referência à praça, antes de 1915, sua face oeste
praticamente não existia, ocupada por casebres, motivo pelo qual foi fácil
levantar o suntuoso prédio do Círculo Operário São José, uma das primeiras
iniciativas do 3° bispo do Ceará, Dom Manuel da Silva Gomes. No centro da praça
foi erguida, em 1922, uma coluna com a imagem do Cristo Redentor no seu topo,
abençoando a cidade.  



torredocristo O antigo Bairro da Prainha



Essa coluna foi
construída em comemoração ao centenário da independência do Brasil, por
inspiração de Raimundo Frota, grande benfeitor do Círculo Operário, tendo sido
inaugurada em 7 de setembro de 1922. Enquanto os foguetes subiam ao céu, os
quatro novos sinos da Igreja da Prainha badalavam, dentre os quais o
Centenário. Na ocasião pôs-se em funcionamento o relógio de quatro faces,
depois retirado por inativo, em consequência da oscilação da coluna, e vendido
à Igreja dos Remédios, no Benfica. A coluna teve seus dias de glória, quando em
dias especiais, Dom Manuel celebrava na capelinha que lhe servia de base,
enquanto a imagem era iluminada à noite, até que, durante a 2ª  Guerra Mundial, as autoridades impuseram a
retirada da iluminação por questões de segurança. Aos domingos e dias festivos
era franqueada a subida até o topo da coluna, através de uma escada interna em
espiral, de onde se descortinava todo o belo panorama da cidade e do mar.

fotos do Arquivo Nirez
Extraído do
livro
História
Abreviada de Fortaleza e crônicas  sobre
a cidade amada,
de Mozart Soriano
Aderaldo           

Compartilhe com alguém

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Autor

mfgprodema@yahoo.com.br