foi Londres, em 1812, utilizando o gás
extraído da hulha ou carvão-de-pedra. O Rio de Janeiro inauguraria essa
modalidade de iluminação em 1854, quarenta e dois anos depois de Londres.
desse serviço, o Presidente da província João Silveira de Souza assinou a lei
nº 838, de 2 de outubro de 1857, que não se materializou. Nova tentativa ocorre em 1859, quando o contrato
para a prestação do serviço é formalizado pelo presidente Silveira de Souza, na
Lei 918 de 13 de setembro de 1859, sendo beneficiário da concessão Joaquim da Cunha
Freire; também nada de prático resultou dessa norma.
a iluminação pública pelo período de 59 anos. Dificuldades naturais levaram o
empresário cearense a associar-se a Thomas Rich Brandt, com o qual procedeu a
negociações internacionais em busca de soluções. Dessa negociação resulta a
constituição de um grupo de investidores que, em 1865, institue a firma The Ceara
Gaz Company Limited, com sede em Londres.
As operações de transferência para o grupo britânico
foram aprovadas pelo governo da província, que inclusive assegurou o terreno
adjacente à Santa Casa de Misericórdia, onde foi instalada a usina de gás e a
residência do gerente.
A empresa instalou-se em Fortaleza ocupando o prédio
situado à Rua Formosa n° 52, com escritórios e o terreno com frentes
delimitadas pelas ruas Senador Pompeu, Formosa e Senador Jaguaribe, na então
chamada rampa da Santa Casa, onde foi providenciada a construção do gasômetro e
usina de processamento do gás e a edificação da residência do gerente local.
A festiva inauguração oficial da iluminação a gás em
Fortaleza ocorreu a 17 de setembro de 1867, após uma experiência que a Ceara Gaz realizou no dia 7, com
atendimento parcial de ruas, do Clube Cearense e outros prédios, todos no
centro da cidade. Diante dos resultados positivos do contrato original com a
Ceará Gaz, outros benefícios e privilégios foram concedidos pelo governo. Decretos
provinciais de 1868 e 1869 concederam isenção de impostos sobre a importação de
material de uso na empresa.
Fortaleza convivia com um novo serviço urbano que
lhe conferia prestígio e modernidade. A aceitação popular e à seriedade com que
a empresa inglesa operava o serviço, soma-se a atitude prudente do governo
provincial, que transformou em lei o regulamento para fiscalização da
iluminação a gás de Fortaleza (Lei n° 1578, de 18 de setembro de 1873).
O crescimento da rede de iluminação pública se
processa de acordo com a expansão urbana. Em 1879, por contrato específico de
25 de novembro, é autorizada a instalação de 50 combustores no Passeio Público.
No dia 27 de maio de 1888, há um acréscimo de 120 combustores. Dos novos bicos
de gás, 80 são localizados no Boulevard Visconde de Cauípe (atual Avenida da
Universidade), 22 na Praça de Pelotas (atual Clóvis Beviláqua), 9 na General
Sampaio e 9 na Rua Major Facundo.
da população aos serviços prestados, o governo continuava favorecendo o grupo
inglês, tanto na isenção de impostos como na prorrogação de privilégios de
exploração da iluminação pública. A Lei 1052, de 1911, prorroga o prazo de
concessão até 16 de janeiro de 1958, mas estabelece uma condição que será
fatal: a Ceara Gaz Company deverá substituir a iluminação a gás pela luz incandescente,
a elétrica, na iluminação da capital. Nada ocorreu, entretanto, nesse sentido.
quando também em Londres é constituída uma nova empresa a Ceará Tramway Light
and Power Company, que no ano seguinte, já instalada em Fortaleza, passa a
explorar o transporte de bondes elétricos, a oferecer energia para empresas e
residências e a intermediar operações comerciais de compra de motores e
implementos elétricos na Inglaterra. A par disto, com a ocorrência da I Guerra
Mundial, os custos operacionais cresciam e o fornecimento de gás perdia a
vantagem econômica.
dirigentes da Ceara Gaz. Precisavam assegurar a manutenção do privilégio da
iluminação pública e defender seu mercado de fornecimento de gás para
consumidores comerciais e residenciais. No primeiro caso, consegue relativo
sucesso, pois sobrevive por mais 20 anos, encerrando suas atividades de 68 anos
a 25 de outubro de 1935. Quanto a clientela particular, é mantida pelo esforço
de marketing, quando se tem registro da primeira batalha entre dois produtos
concorrentes na história da publicidade no Ceará.
do livro História da Energia no Ceará
Ary Bezerra Leite
fotos do Arquivo Nirez
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Muito bom, excelente explanação!
É possível saber a data da foto do gasômetro?