Nos anos 1960 aquela região onde hoje se encontra o Parque
do Cocó, era uma área de muitos sítios, entre eles o Sítio Diogo, que ia desde
os trilhos até a foz do Rio Cocó. A ocupação era rarefeita, baixíssima
densidade demográfica. No sitio, funcionava a Salina Diogo. Não
existia nada além da exploração do sal.
A produção era artesanal, as condições de trabalho bastante
desfavoráveis. Os salineiros exerciam
seu ofício debaixo do sol forte, expostos ao vento e a água salgada, sofriam
queimaduras, insolação, cegueira, envelhecimento
precoce ou morte prematura.
A partir dos anos 70 é que começa o ocupação da área, Fortaleza ultrapassa o trilho, com a construção
do Hospital Geral. A abertura da avenida Santos Dumont liga o
Centro da cidade à praia. Mas é com a construção da UNIFOR – Universidade de Fortaleza, no início da década de 70 e o Shopping Iguatemi, quase 10 anos depois, que a ocupação cresce aceleradamente, tornando-se polo de
serviços, comércio e lazer.
Enquanto a cidade chega à região, a Salina Diogo passa por momentos difíceis. A Região Oeste litorânea do vizinho Estado do Rio Grande do Norte, que hoje concentra 95% da
produção e distribuição de sal no país, passa por um processo de industrialização da produção do sal, substituindo o salineiro por máquinas.
As salinas urbanas de outras regiões,
não somente do Ceará, cederam lugar às condições históricas e ao crescimento da
produção industrial do sal no Rio Grande do Norte. Nelas o homem foi
substituído pelo trator, esteira, colheitadeira, navio.
A produção da Salina Diogo entra em declínio e encerra as atividades em definitivo no ano de 1980. Toda a produção artesanal de sal do Ceará, inclusive do
interior, foi abandonada em virtude desse processo de industrialização do sal que se
iniciava e expandia no Rio Grande do Norte, com maior produtividade a preços menores.
Com o fim da salina, o mangue começa a se regenerar, alimentado pelos esgotos que eram lançados diretamente no rio Cocó. Não existiam
estações de tratamento na região, o que favoreceu a fertilização do
mangue e a recuperação daquele ecossistema costeiro, que recebe, também,
muita influência da maré.
O shopping foi construído em 1982, após parte dos terrenos que compunham o Sítio Diogo, terem sido vendidos pela familia Diogo ao Grupo Jereissati. Apesar da regeneração da área, da presença do rio Cocó e seus ecossistemas associados, o Parque do Cocó só foi criado em 5 de setembro de 1989.
Diário do Nordeste
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Ola! Seus comentários sobre a região do Cocó são boas. Mas infelizmente há grave erro quanto ao Manguezal.
o mangue é uma vegetação que precisa de sedimento do mar… SAL principalmente. Esgoto e água doce é altamente prejudicial ao mesmo… te pergunto: você já viu algum bananeira nas margens de uma foz de um rio.
O rio Cocó hoje é um rio morto… o desenvolvimento do plator da cidade o transformou num esgoto a céu aberto. Hoje o que temos é pantano e enfim
Mangue o útero do mar… precisa de água salgada.
Quer dizer que o motivo do florestamento não foi pelo motivo do esgoto?
A Prefeitura não autorizou a construção do Iguatemi Empresarial! Na verdade ela tentou, por diversas vezes, embargar a obra. Nessa briga venceu o poder ecônomico.
Sou de Santa Quitéria CE, criado na rua Bárbara de Alencar, próximo ao antigo Roncy na Av Antonio Sales e nas férias era o passatempo favorito, pescar no mangue, ainda existia as salinas, praia do futuro, era só o futuro, sempre ia, mas era uma aventura, barracas nem existia, quando menino peguei muito caranguejo é peixe no Cocó, hoje é só poluição.
Infelizmente o rio cocó hoje é apenas um esgoto a céu aberto