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Localizado na zona Norte
de Fortaleza, limite sul da Aldeota, o bairro Dionísio Torres (antigo
Estância), limita-se ao Norte com a Aldeota, ao sul com o São João do Tauape, a
leste com o Cocó e a Oeste com o bairro Joaquim Távora.  De acordo com o IBGE, em 2010, a população era
de 15.634 habitantes, distribuídos em 4.844 domicílios. É ainda um dos 10
bairros mais ricos da cidade, com renda média mensal equivalente a R$ 2.707,00,
conforme o “Mapeamento das Atividades Socioeconômicas nos Bairros”, divulgado
pela Prefeitura de Fortaleza em 2015.

mapa Bairro Dionísio Torres

bairro+dionisio+torres1 Bairro Dionísio Torres
Vista+A%25C3%25A9rea+-+Av.+Ant%25C3%25B4nio+Sales+-+1960 Bairro Dionísio Torres
Duas fases do bairro vistas do mesmo ângulo:
atualmente, e no início dos anos 60, quando ainda se chamava Estância e os
coqueirais eram visíveis. Foto atual feita por drone. (Créditos:   www.flyup.46graus.com). Imagem antiga
do arquivo Nirez
 

As terras que serviram de
marco para a criação do bairro foram compradas em 1920, pelo farmacêutico
Dionísio Torres aos herdeiros de Gonçalo Baptista Vieira, o Barão de Aquiraz,
numa área de 75 hectares, situada na parte mais alta da cidade.O comprador deu à propriedade
o nome de Estância, uma área enorme, coberta de mato ralo e imprestável. Para
se chegar ao local, o único acesso era uma trilha estreita, que ligava a Piedade,
no bairro Joaquim Távora, a qual Dionísio Torres percorria a cavalo.
Naquele terreno árido e
de difícil acesso, Dionísio fez uma plantação com mais de 3 mil coqueiros, sendo
o primeiro plantio simétrico desta árvore que se tem notícia no Ceará. A área,
antes inóspita, passou a ser chamada pelos moradores de “coqueiral do seu
Dionísio”.
estancia+castelo+1930 Bairro Dionísio Torres
Sede da Granja leiteira Estância Castelo, em 1930

No centro da propriedade,
fundou a “Granja Leiteira Estância Castelo”, trazendo para o Ceará a primeira
importação de Gado Holandês de alta linhagem, embarcado do Uruguai, por via
marítima. Os céticos apostavam no fracasso da empreitada, porque acreditavam
que a raça não suportaria o clima quente de Fortaleza. Mas, o espírito
empreendedor de Dionísio, insistiu e acabou se tornando o iniciador do grande
rebanho leiteiro desta raça espalhado por todo o Estado desde então.

Em 1939, Dionísio
Torres decidiu pelo parcelamento das terras, lançando um grande empreendimento
imobiliário constituído de 58 hectares: o Loteamento Terras da Estância
Castelo. A partir deste lançamento, em parceria com a Prefeitura de Fortaleza, foram
realizadas diversas obras de infraestrutura, como as estradas de acesso à
Piedade – a atual Av. Antônio Sales – e ao litoral – atual Rua Tibúrcio
Cavalcante, através de calçamento feito com pedra tosca.

O abastecimento de
água do loteamento foi viabilizado com a doação de uma fração do terreno ao
Estado, onde foi construída uma caixa d’água, existente até hoje na esquina da
Avenida Antônio Sales, com a Rua Tibúrcio Cavalcante. Dionísio também foi o
responsável pelas primeiras obras de ocupação no bairro, construindo a Vila
Estância, com 60 casas, e a Vila Zoraida, com 48 casas, além de diversos
prédios residenciais e comerciais espalhados pela propriedade. Providenciou
ainda, a instalação de fiação e postes de iluminação em todo o loteamento.

No final dos anos 50,
chegou à Estância um equipamento de porte: a TV Ceará, que ali instalou sua grande torre de transmissão; a chegada da Televisão atraiu diversos empreendimentos
para o bairro além de outros veículos de comunicação, como os jornais “Correio
do Ceará” e “O Unitário” que se instalaram logo depois da TV Ceará. Hoje, a
maioria dos canais de televisão de Fortaleza estão localizadas no bairro.  O local foi escolhido por ser o ponto mais
alto da cidade, com altitude de cerca de 50 metros acima do nível do mar.

  

vila+vicentina+flick Bairro Dionísio Torres
 Vila Vicentina na Avenida Antônio Sales: os moradores vivem sob constante ameaça de deslocamento em função da especulação imobiliária. Foto Flick 

A partir da década de
1960, Dionísio Torres, resolveu doar parte do terreno de sua propriedade em
benefício de famílias carentes vindas do interior.
A
doação resultou na construção da Vila Estância Vicentina, com frente também
para a Avenida Antônio Sales, somando 40 unidades residenciais.  Ainda hoje essa população de baixa renda é
beneficiada com moradia, que para muitos custa apenas um valor simbólico, ou
nem isso. Em 1967, através da Lei
Municipal n° 3500, o bairro Estância passou a ser denominado Dionísio Torres,
em homenagem ao seu fundador.

pra%25C3%25A7a+da+imprensa+sdata1+o+povo Bairro Dionísio Torres
  Praça da Imprensa (foto O Povo) 

A Praça da Imprensa, a mais conhecida do bairro, foi
criada em 21 de maio de 1973,
na gestão do prefeito Vicente Fialho (1971-1975). Quando a
prefeitura criou o projeto da praça em frente aos Diários Associados, jornalistas de Fortaleza, militantes nos diversos órgãos locais,
pleitearam o nome de Praça da Imprensa. Foram atendidos. A praça conta com vários bustos de grandes
personalidades ligadas à história do rádio, TV e jornais do Estado, como João
Perboyre e Silva, Demócrito Rocha, chanceler Edson Queiroz e Conde Ernesto
Pereira Carneiro, fundador do Jornal do Brasil.
Fontes de consulta:
IBGE – censo demográfico de 2010
Anuário de Fortaleza 2012/2013 
Jornais O Povo, Diário do Nordeste
Site: Dionísio Torres.com.br
Praças de Fortaleza, de Maria Noélia R. da Cunha

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  1. Tenho muito orgulho em conhecer e lidar constantemente com o Dr. Dionísio Torres, pessoa de grande conhecimento na vida pessoal e profissional(Advogado). Homem simples de conduta ilibada com um grande círculo de amizade e uma memória de elefante, fonte de grandes pesquisas, principalmente na área do direito imobiliário.

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mfgprodema@yahoo.com.br