se encontra a Praça do Ferreira era um imenso areal, com uma ruela denominado
Beco do Cotovelo atravessando-a de Nordeste a Sudoeste. Em 1842, o intendente Manuel
Teófilo Gaspar de Oliveira, mediante lei da Assembleia Provincial, autorizou a execução
do plano da cidade na qual incluía a reforma do local, eliminando o Beco do
Cotovelo.
Maciel
pavimentação, na gestão do Intendente
Guilherme Rocha. Era cercada de
mongubeiras para amarrar os animais que traziam do interior as mercadorias para
abastecer o comércio local. No centro, foi instalado o jardim 7 de setembro,
ornamentado com colunas e estátuas à moda de Paris. Quatro avenidas cruzavam o
jardim havendo um portão em cada extremidade, bancos de madeira e colunas com
gradil cercando o centro da praça.
(cafés/restaurantes) um em cada canto da praça, onde a sociedade se reunia para
atividades de lazer. A cacimba cavada em 1877 e que servia à comunidade, passou a fornecer água para o jardim. Em 1920
o Prefeito Godofredo Maciel mandou demolir os quiosques, retirou as grades do
jardim 7 de Setembro e mandou construir um coreto; as laterais receberam
recortes para estacionamento de automóveis e bondes, desafogando o trânsito nas
Ruas Major Facundo e Floriano Peixoto.
no início dos anos 20
e construir a Coluna da Hora
Raimundo Girão mandou demolir o coreto e construiu a Coluna da Hora, um
monumento de cimento e pó de pedra, projetado por Clóvis Janja, no estilo
Art-Dèco medindo 13 metros de altura, com um relógio de 4 faces, adquirido nos
Estados Unidos. Após sua inauguração, a Coluna da Hora transformou-se em cartão
postal da cidade, sendo utilizada em campanhas publicitárias a nível local e
nacional.
Facundo, Pará, Floriano Peixoto e Guilherme Rocha, foi demolido, na
gestão do prefeito Raimundo de Alencar Araripe, para a construção de um
edifício que abrigaria a Prefeitura Municipal.
construído em 15 de novembro de 1949, na administração municipal de Acrísio
Moreira da Rocha, no lugar do quarteirão demolido em 1941
Intendência Municipal. No local, foi construído alguns anos depois, o Abrigo
Central, inaugurado em 15 de novembro de 1949. Em 1967 o prefeito José Walter
Cavalcante fez uma reforma radical: demoliu a praça e construiu outra
completamente diferente: mudou os pontos de ônibus para a Praça José de
Alencar, demoliu a Coluna da Hora e o Abrigo Central, prometendo construir um
monumento a o Boticário Ferreira.
praça tinha canteiros elevados, uma galeria no subsolo a qual abrigou o salão
Antônio Bandeira e a Fundação Cultural de Fortaleza. O visual da praça causou indignação e
protestos da população e durante muito tempo passou a reivindicar o retorno de
uma praça com as características da tradicional.
Magalhães reconstruiu a Praça do Ferreira, resgatando, em parte, as
características da antiga praça, com base em um projeto dos arquitetos
Fausto Nilo e Delberg Ponce de Leon.
Ferreira sempre abrigou diferentes tribos urbanas que habitam e dividem espaço
na cidade: aposentados, desocupados, intelectuais, comerciantes, comerciários,
estudantes, professores, e como diria o outro, o público em geral. Os assuntos, todos: lançamentos literários, futebol,
política, custo de vida, religião, vida alheia, quem é, quem deixou de ser, etc.
Um dia, mandaram reformar a praça do povo. Desmancharam a Coluna da Hora,
derrubaram o Abrigo Central, tiraram os bancos, retiraram as árvores, apagaram as luzes, mandaram
o povo embora: ia surgiu uma nova praça.
90
A Praça do Ferreira é um dos logradouros mais antigos da cidade, contando com 172 anos, desde o marco de sua fundação, a retirada do Beco do Cotovelo, em 1842. Mas não há elementos na Praça que ateste ou tenha sido testemunha dessa passagem do tempo. A compulsão de boa parte dos governantes em destruir, demolir, alterar a paisagem, movidos provavelmente pela vaidade desmedida, destruiu o patrimônio histórico e cultural de Fortaleza. Nada foi poupado, nem a Igreja da Sé oitocentista, nem as construções históricas no entorno da Praça da Sé, nem a Praça do Ferreira, feita e refeita inúmeras vezes, ao gosto do governante de plantão.
Hoje, a praça é antiga mas tem cara de nova: monumentos, bancos pisos, árvores, tudo é recente, no máximo de 1991, exceto a velha cacimba atemporal, e alguns imóveis do entorno, milagrosamente preservados.
declarada “Marco Histórico e Patrimonial de Fortaleza” (Lei Municipal
8605, de 20 de dezembro de 2001). Quem sabe assim, algum equipamento viva o suficiente para virar história.
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Graça e paz a todos!
Ainda bem que os homens responsáveis pelos vários planos de demolição e reconstrução daquele querido logradouro público NÃO MUDARAM seu histórico nome de "PRAÇA DO FERREIRA". Podem até ter pensado em fazê-lo (no que acredito), mas tal coisa não tem registro nem é do conhecimento público. Não sei se a Lei que torna monumento histórico de Fortaleza aquela praça fala também na preservação do seu nome. Tome-se por exemplo a mudança do nome ou transferência de local como o ocorrido com a PRAÇA DA BANDEIRA, que antes foi praça do encanamento em alusão ao fato do encanamento de águas do Benfica até os chafarizes naquele logradouro, depois se chamou Visconde de Pelotas um herói da guerra do Paraguai. Em 1937 foi batizada com o nome de PRAÇA DA BANDEIRA. Todavia, em 1959 passou a se chamar PRAÇA CLÓVIS BEVILÁQUA e o nome PRAÇA DA BANDEIRA foi levado para a praça em frente ao colégio militar de Fortaleza na Santos Dumont. Outra mudança ocorreu recentemente com o nome de uma praça na praia do futuro. Antes era praça 31 de março e agora é praça da paz Don Hélder Câmara. Assim, objetivando a preservação histórica da PRAÇA DO FERREIRA em Fortaleza, algo precisa ser feito oficialmente para impedir que o nome daquele logradouro possa ser mudado a bel prazer no futuro.
Este comentário foi removido pelo autor.
Caso não surja um Decreto impedindo a mudança de nome da praça do Ferreira, logo logo ela receberá o nome de um prefeito, o que será lamentável.
Olá, estou buscando uma imersão na epóca de 1912 em Fortaleza e depois Juazeiro do Norte: estou escrevendo livro de romance, com trama de misticismo, política e resistência e ainda mostrando um pouco da cultura que tivemos e ainda fincada em nossas raízes. Como posso falar com a sra?