Quarteirão que ficava entre a Rua pará e a Praça do Ferreira, demolido na década de 40
Onde até os anos 60 havia o Abrigo Central, que separava a Rua
Pará da Praça do Ferreira, havia um quarteirão com casas comerciais: do lado
que dava para a praça, ficava na esquina com a Rua major Facundo, o Café
Emídio, dos irmãos Emídio. Seguindo-se em direção ao nascente, encontrava-se a
loja O Crisântemo, de M. Guilherme, assim como o Café Iracema e o Café do
Comércio( não se trata ainda os quiosques, de que falarei), a Maison Chic (depois A Tentação), a Casa Mundlos e a Intendência
Municipal.
No lado sul da praça, a partir da Major Facundo na mesma
direção, ficavam: na esquina, a fábrica de guarda-sol de Dionísio Torres, a
Alfaiataria Amâncio, a casa de molduras de Arnaldo Medeiros, a Casa do Fumo de
J. Agostinho, Pedro Francês e a torrefação de café de Joaquim Sá. Na esquina da
Pedro Borges com Floriano Peixoto, atravessando-se a rua, via-se o American
Kinema, no lugar onde depois foi a Cearense e o Armazém Nordeste.
Esquina da Rua Major Facundo com a Rua Pedro Borges
Borges, a Funilaria Central, o engraxate Cruz, a Molduraria Araújo, o Bazar
Alemão, os irmãos Patrício, a Empresa Telefônica, a Barbearia Fenelon, J.
Leitão, e no local onde hoje é a Caixa Econômica, a Delegacia de Polícia. Atravessando-se
a Rua Guilherme Rocha, havia, na esquina, a Rosa dos Alpes, de João Carvalho.
Do lado do poente, no sentido norte-sul, encontrava-se a
Maison Art-Nouveau, a Gruta, de Teófilo Cordeiro, barbearia e restaurante de
uma vez.; a Livraria Americana, o Cine Politeama, a loja Machado Coelho, a
Farmácia Pasteur, a Farmácia Galeno, a Casa Almeida, o Majestic, a Livraria
Araújo, a Drogaria Oswaldo Cruz, o Foto Ribeiro, a Confeitaria Cristal e, na
esquina, a Casa Nery, de ferragens, que foi destruída por um incêndio.
Na esquina da Major Facundo com Guilherme Rocha, ficava o
café Riche, nos baixos do sobrado do Comendador Machado, e depois, com a
construção do Excelsior, a Farmácia Francesa.
Na praça propriamente dita, até 1920 aproximadamente, erguiam-se cinco
artísticos quiosques que abrigavam quatro cafés e um servia de posto de
fiscalização da Companhia de Luz. No centro da praça, rodeada por colunas de
concreto e grades de ferro, ficava a Avenida ou Jardim 7 de Setembro. Ali
existiam também os célebres frades de pedra, com argolas, onde se amarravam os
animais. Eram feitos de pedra de lioz, vindas de Portugal.
centro do jardim, uma caixa d’água e um catavento, que puxava água para aguar
os jardins.
surgiu em seu centro um coreto, onde a banda da polícia executava às
quintas-feiras, suas afamadas retretas.
Os quiosques eram os seguintes:
Intendência Municipal. Foi o primeiro a funcionar, e seu dono era o aracatiense
Manuel Pereira dos Santos, o popular Mané Coco, que o ergueu por volta de 1886. Depois o café passou às mãos de
Ovídio Leopoldino da Silva.
Café do Comércio – situava-se no ângulo noroeste, defronte
ao Café Emídio. Era o maior de todos. Pertenceu inicialmente a José Brasil de Matos e, depois, às firmas Lopes e Filho, Virgílio Bezerra e Barbosa e
Moreira.
Café Elegante – estava situado no ângulo sudeste, defronte à
funilaria São José, à torrefação de Joaquim Sá e no American Kinema. Seu
primeiro proprietário foi Arnaud Cavalcanti Rocha (chamava-se então Café Chic).
Já com o nome de Café Elegante passou para a firma Porto & Irmão.
Posteriormente, com o nome de café Fênix, pertenceu a Sousa & Brasil,
Américo Sá e José Leopoldino da Silva. O Café Elegante, como o do Comércio,
tinha um primeiro andar.
Café Iracema – era mais um restaurante, e localizava-se no
ângulo sudoeste da praça. Pertencia a Antônio Teles de oliveira, que o passou à
firma Pereira e Silva e esta a Ludugero Garcia, que fez do restaurante um
ponto muito frequentado.
Tudo isso era iluminado à noite por combustores de gás
carbônico, gás este utilizado também nas cozinhas dos cafés e restaurantes de
Fortaleza. Foi essa a Praça do Ferreira
que conheci e que vi modificar-se com o correr dos tempos, até a construção da
coluna da hora, antes de se fazer aquele aleijão que lá esta e que é repudiado
por quantos tem a oportunidade de se pronunciar a respeito.
Ferreira nos anos 60, que descaracterizou totalmente o logradouro)
Rodeando a Praça do Ferreira, de Otacílio de Azevedo
livro Fortaleza Descalça
Compartilhe com alguém
Boa Noite, Fátima!
Adorei conhecer mais sobre a antiga Fortaleza através do seu blog!
Procuro mais informações sobre uma pessoa mencionada no texto, o Sr. Pedro Francês, também conhecido como Leon Pierre Capoulade. Você poderia me ajudar?
Desde já, muito agradecida!