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A Igreja dos Remédios foi inaugurada em 1910, mas a cripta
só foi construída bem mais tarde, na reforma pela qual a igreja passou em 1934.
Localizada por baixo do altar-mor, a cripta seria a futura capela de Jesus no
Horto, e ficou pronta em fevereiro de 1936, quando o templo foi reinaugurado.
Lá na cripta funcionava, nos anos 40, um espaço
de reflexão em que a população ia se confessar na semana santa, era o Horto da
Agonia. Nesse espaço de tempo entre a inauguração e o início da década de 1940, foram pintados vários painéis, pelo pintor Gerson Faria, artista plástico cearense atuante no 
inicio do século XX.



DSC07410A A Cripta da Igreja dos Remédios
DSC06845A A Cripta da Igreja dos Remédios
DSC06849 A Cripta da Igreja dos Remédios
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DSC07387 A Cripta da Igreja dos Remédios
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DSC07391A A Cripta da Igreja dos Remédios
Os painéis de Gérson Faria  representam lugares e acontecimentos alusivos à crucificação de Cristo. Em cada um deles, o artista buscou retratar cenas marcantes da Via Sacra. 

DSC06860 A Cripta da Igreja dos Remédios
Pintura do teto

DSC04360 A Cripta da Igreja dos Remédios
Retrato do pintor Gerson Faria feito por Raimundo Cela, em 1940. Faz parte do acervo do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC) 

Pintor e
cenógrafo autodidata, Gerson Faria nasceu em Fortaleza, em 1889. Chegou a receber bolsa de
estudos, em 1917, dada  pelo Governador
João Tomé de Saboia, juntamente com Mário Dias, Raimundo Siebra, Simeão,
Vicente Leite e José Rangel, para realizar estudos no Rio de Janeiro mas
desistiu ainda no caminho. Participou de exposição coletiva organizada por
Walter Severiano em Fortaleza, em 1924, juntamente com Otacílio de Azevedo,
Clovis Costa, Pacheco de Queiroz, Sá Roriz, Katunda, Mário Dias e Emme
Guilherme. 
Em 1934, fundou com Otacílio de Azevedo, Pretextato Bezerra e Clovis
Costa, o primeiro atelier de pintura de Fortaleza. Foi, em 1941, um dos
principais animadores do Centro Cultural de Belas Artes, primeiro movimento
ambicioso de artes plásticas no Ceará. Em 1944, recebe homenagem no III Salão
Cearense de Pintura. De acordo com Otacílio de Azevedo, em Fortaleza Descalça, “bem cedo, despertou-se-lhe o imenso desejo de ser pintor. Mergulhou no
estudo da pintura e chegou a adquirir grande domínio no colorido. Seu desenho
era, todavia, fraco, notadamente no que se refere ao estudo da perspectiva.
Nunca se aprimorou no desenho, preferindo sempre as longas conversas nos cafés.
E sempre teve grande dificuldade em pintar retratos. Nas paisagens e cenários
era um mestre, tendo produzido muitos trabalhos de valor”. 

Gerson Faria escreveu alguns artigos de crítica, mas apenas sobre pintores estrangeiros, nunca sobre um artista conterrâneo ou mesmo do sul do país. 
Segundo conta Otacílio de Azevedo, existiam algumas telas do artista espalhadas por Fortaleza, a maioria em mãos de particulares. Havia ainda um retrato do general Tibúrcio na Prefeitura Municipal e , uma paisagem na pinacoteca do Estado. No Palácio da Luz, havia dois quadros de sua autoria: Jangada Libertadora e Volta da Jurema; no salão da Casa de juvenal Galeno, havia também duas telas suas, alegorias sobre a poesia popular do poeta Juvenal Galeno. 
Faleceu em 12 de fevereiro de 1943, em
Fortaleza.



Os painéis precisam urgentemente de restauração. Quem puder ajudar ou contribuir de alguma maneira, pode entrar em contato com a secretaria da Igreja dos Remédios, na Avenida da Universidade, 2974, Benfica, ou pelo telefone (85) 3223-5644 



fotos: Rodrigo Paiva
Fátima Garcia

pesquisa
Fortaleza Descalça, de Otacílio de Azevedo
Gerson Faria – Disponível em
www.olharaprendiz.com.br 

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0 comentário

  1. é muito bonito lá dentro, Lúcia, merece ser restaurado. Fosse no tempo do Cel Gentil o problema estaria resolvido, ele ajudou a Igreja dos Remédios em todos os aspectos, precisou, era só falar com ele. Hoje não sei, mas acho que os padres deveriam fazer uma campanha pública, para todos ficarem sabendo. Se divulgar bastante, vai aparecer alguém.
    abs

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mfgprodema@yahoo.com.br